Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
98 EPHEMERIS davel. Pensa-se, nrssas anemiadas Republicas, que será em seu seio, em meio d' esses povos sem idéal certo na vida, que o espirito decadente da raça latina virá, numa transmigração fatal, readqi i– rir novas forças e firmar novos dominios, de maneira que, d'aqui a seculos, quando a invasão mongolica houver penetrado a Euro• pa, pelas suas ourelas orientaes, ou _se tenha verificado a infiltra– ção do continente, prios anglo-saxões de mãos dadas aos varios povos slavos, possi:nn, emfim, os descendentes da grande nação romana, os representantes rnaximos da civiliu1ção e da cultura hel– lena, reaffirmar o seu prestigio no esplendor d 'esta terra america– na, na magnificcncia rl'esta natureza sem rival que lhes offerece– ria as condições mesologicas mais agradaveis á vida. No grande sonln que esses povos acariciam, longamente evi • denciado na sua mode1·na litteratura, nos livros dos seus estadista!';, nas publicações offi.eiaes, nos artigos dos seus grandes orgãos de imprensa, em que transparecem, palpaveis, engalanados pelas rou, pagens do estylo, as desconfianças mais evidentes á acção dipll!'J◄ matica das nações amadurecidas e cultas, não se encobre, mesmo sn patenteia com o traço inconfundível da má fé, o mais fervoroso odío ao Brasil, a quem se nega., como , ha bem pouco tempo . o fa– zia. o notavcl sociologo e estatlista argentino sr. José Ingegnieros, o direito á. hegemonia da parte sul do continente, que nos compete, pela nossa extensão t rrritorial, pela densidade da nossa populaçã~, pela. nossa prospcriíh<le rconornica, pela nossa cultura, pelo des– envolvimento das nossas vias-ferreas, dos nossos telegraphos, das nossas linhas de naY<~~·ação, da nossa marinha, pela acção honesta dos nossos homens pnblicos, pelo progresso, em summa, da nossa patria, quer representada pelo seu todo homogeneo, quer repartido pelos seus Estados, alguns como São Paulo, Riogrande do Sul e Minas, orgulho e honra da nação brasileira, superiores a muitos dos paizes que nos desejam supplantar. O escriptor a quem me refiro, lido e acatado em sua patria, affirma que só os povos brancos são capazes dos esplendores e ma– gnitudes das grandes civilizações, e que, não sendo o Brnsil um paiz de brancos, está naturalmente condemnado a estacionar como nação subalterna, muito embora as amostras evidentes de supe– rioridade que, em noventa e quatro annos de vida propria, .temos exhuberantemente dado ao mundo, já nos tornando a garantia– mais segura de paz no continente, pela nossa gravidade, pela acção reflectida da nossa diplomacia; já pela serenidade dos nossos habi– tos de povo ordeiro, onde, em meio seculo de monarchia e em vinte e sete annos de Republica, apenas surdiram, para logo desapparece– rem, desorganizados movimentos subversivos, fragmentarias e dis– persos, que não lograram apaixonar o espírito da nacionalidade; j4 por termos conseguido-exemplo raro na historia-operar um salto 1
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