Boletim Oficial da Instrução de OUT a DEZ de 1905

OFFlCIAL 1 73 zelo revelado pelos encarregados da missão de ensi– nar, vae expontaneamente satisfazendo o cumprime11- to de seu dever. O clirector ele g rupo constitue-se, como eu já hei observado, o propagandi sta perseve– rante de seu estabelecimento e a di$posição de lei re– lativa á obrigatoriedade do ensino, -da qual continuo a declarar-me adepto- vae sendo cumprida sem a c0nsequencia das recriminações e dos meios coercti– vos de que dispõe. A creança, mesmo, frequenta espontaneamente a escola e sente prazer passando algumas horas n'uma sala espaçosa, limpa, ornada ele quadros e mappas, e onde a palavra do mestre não é mais a do verdugo a inspirar t emor e desconfiança. Não foi, de certo, sem estuda r bastante o desen– volvimento das faculdades inlantís, a organização hu– mana, q tfe os mestres da sciencia complexa de educar estabeleceram o adorno exterior como um dos P.!eios mais efficazes de estimular a infancia, pre nde ndo-a ao estudo. Um dos poucos inconvenientes coir. que ainda luctam os g rupos escola res do interior, para o augmen– to da ma tricula, é o da extensão dos municípios, con– siderando a não pe -1L1 ena distancia de alguns de seus pontos para a respectiva séde. Este mesmo vae sen - do já levado de vencida por alguns paes mais consci . entes de seus deveres, os quaes tornar-se-ão em bre – ve 0s propagadores dos beneficios colhidos, estimu– lando ou tros a imitai-os. Cito com prazer o facto de ter falado em Muaná com um chefe de fami lia, residente no município de S. Sebastião da Bôa-Vista, o qual fôra áquella cidade alugar casa para collocar os seus filhos, afim de fre– quentarem o g rupo escolar. Não erro, pois, affirmando q ue alcançamos já o conhecimento do processo a seguir para a solução do pr0blema da profic uidade do ensino primaria, na vas– ta região abrang ida pelo nosso Estado. •

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