Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.

6 BOLE".rm DE INFORMAÇ0ES ---•~~---------•-d~<,....,.0...,V_W_V_,...,,..,,......_.,._,.,,......,.,,___,..,.....,.__.....,...,.._.....,.,....,_ _,__,.._,_____.._.__,_...,.......,.,.._.....,........,.... Agora as Companhias estão in· teressadissimas para venderem seu qucrozene mesmo a 25$000 pare. cendo que ainda lhe dá um bom lucro e acham que o imposto de 10 contos cobrados pela Prefeitura par:i importadores e depositarias ce querozene é pouco. Consta que vão p 1 eitear para o ano vin~ou:-o pag1t 20:000$coo afim de arnendrotar a quem se queira_ meter u1:1 tal _ne– gocio e elas assim poderao voltar ao preço de cincoenta e qunro. O lt-ite condensado de alguns anos a esta parte tem ficado quasi inacessível aos pobres, pois o seu preço de 700 réis passou a _dois ~ duzentos a latinha de 1/2 kilo. E pena, porque é esse ou er~ dantes o alimento comum das crianças e doentes de familia dos nossos tra• balhadores das matas. Muitis~imas vezes uma lata de leite, salva uma vida e é alimento tão precioso para seu fim, quanto é o quinino para a febre. A alta é consequente em parte do cambio, mas o é ~obretudo responsavel por ela as tarifas alfan– degarias bra5ileiras. Uma caixa de leite importada do estr; ngeiro, ar- tigo superior, custa ria cerca de .. . .50$000 mais pagaria !:!:ais de ... : . 60$000 só de imposto alfandegano, ,t'.)rnando assim sua importação pro· íbitiva. O resultado é que havendo se instalado uma fabrica no Brasil a celt:bre CompaDhia Nestlé And Swiss Condensed Mílk, se apro– veita da exclusividade de unica vendedora e eleva uma caixa por 90 e tantos mil réis neste Estado onde se Yê que as tarifas só a tl.i be_nefi– cia, pois sen lucro deve s~r tabu– loso e religiosamente remetido anu· almep.te para os seus_ diretores e acionistas no estrangeiro. E com que arrogancia procedem no país! ... Aq~i no Pará,.ª Com– panhia Nestlé so vende leite con· den;ado aos armazens considerados grandes, dU\·ido que qualquer mer– cearia consiga comprar ou enco– mendar 10 ou 20 caixas Je leite ou qualquer quantidade, isso á dinheiro. mesmo porque sem o pagamento antecipado, nem se ar– gumentaria. E' preciso que_ esse produto passe pelo armazetn 111ter~ mediano para poder ser exposto a venda nas mercearias. Mas porque? ' Uma rua na «Fordlandia», no Tapajós ----------------- -----– _____________ ,...___ ------------- --------- Dirão se a Companhiã não póde ter p1oveito em ter intermediaria? Tem sim, o motivo está oculto; a Companhia se consorcia com o armazem, dando-lhe margem para um bom lucro em troca de que este não importará produtos de outro concorrente que por ventura quizer entrar no mercado e os pequenos co• merciantes desunidos não oferecem perigos para ele conservando assim os preços que a Ne:-t'e bem quizer, não se lhe importando que o infe-, liz patricio que o consome, o pague a preço de sangue. Qualquer ar• mazem que importe leite de outra fabrica a Nestlé. não lhe venJerã mais uma lata ~ó que seja, feliz– mente para nos~a consciencia de brasilei~o todos os comerciantes mancomunados com a Nestlé são estrangeiros. Coino a justiça divina sempre ha de proteger-nos e os máos por si se destróem, diz o povo, mais dias menos dias, entrará novo concor– correntt libertando·nos desses ai· gozes que alimentamos com nossas tarifas elevadas para procederem como se esta vendo. E quando o nosso povo em represalia passiva os deixar com todo o seu leite de presente ás moscas, procurarão des· viar a culpa para o governo e os impostos, no entretanto pensamos que a culpa do governo está justa– mente em tolerar essas miserias talvez por lhe serem desconheci– das. Cremos ter wntado uma parte do que se passa neste no~so gra:1de país de rios caudalosos e mat:ts for- mosas e povo evangelicamente pa– ciente e ingenuo com seus explo- radores.· · Pará, ro de iu!bo de 19 34. UM CABOCLO PARAENSE. (Do «Estado do Pará» de 12-7 - 1 934). O Brasil na Feira de Praga Inaugurou-se a 11 de março ultimo a grande exposição da primavera da Feira de Praga, na qual foram inscri– tos 2.847 expositores, ocupando uma área de 35.000 metros quadrados. O Brasil esteve representado com um mostruario de produtos do Norte, composto principalmente de materias primas de facil colocação naquele mer– cado. Esse mostruario, que foi ·apresenta– do pela Companhia Italiana de Nave– gação «Cosulich Line», no Stand da Camara de Comercio de Trieste, con– têm os seguintes artigos da nossa pro– dução: madeiras, castanhas do Pará, jarin_a, sementes oleaginosas, salsa– parrilha, extrato de pau rosa, materias para cortumes, preparação de tintas borracha, péles de cobra e outros ani'. mais, piassava, fibras, cacau, cêra de carnaúba. oleo de capivara, peixe-boi do Pará, etc. Argentol . Em~regado no combate ás doenças infecciosa~ grave_s das especies equi– nas ~ bovm_as, tais como o garrotilho, septico maltgno, a Anasarca resisten– te ao sôro eterptococcico, a Corysa gangi;en-0.sa_, septicemias çiversas e nas p10hem1as. Este prodúto póde ser encontrado á venda na Secção de Zootecnia e Veterinaria.

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