Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.
2 BOLETIM DE INFORIIAÇOES Poderoso de inseticida que o Pará é capaz produzir em a bundancia Proseguindo o descobrimento das já tão decantadas e variadís– simas riquezas da Amazonia, te– mos atualmente, em fóco, des– pertando a atenção de estudiosos e negociantes, mais um produto que apresenta as mais promis– soras esperanças de bôas opor– tunidades, na sua aplicação. Trata-se de uma planta ou, digo melhor, de diversas plantas com . a denominação geral de Tirnbó. Mas, timbó é a materia prima da qual é retirado um novo produto -- a Rotenona - cujo efei · to, como inseticida, foi consta– tado sobejamente em estudos e investigações de cientistas japo · nêses, americanos e alemães, es– tudos que foram iniciados com plantas do genero «Derris>, ori · ginarias do Oriente, e aí geral– mente exploradas. O timbó, propriamente, não nos era desconhecido, sendo, até, largamente utilisado no in– terior, para pescar, apezar de ter sido, ha muito, proibido, pelo Governo, o seu emprego para tal fim. O que constitue novi– dade é a separação do seu prin– cipio ativo, o conhecimento de suas propriedades e a constata– cão de seu grande poder inse– ticida. Aliás, essa denominação de Timbó tem, na Amaionia, a mes· ma estensão de tantas outras, o que constitue um dos maiores embaraços para o estudo das nossas especies vegetais, porque o mesmo termo designa, muitas vezes, varias plantas de especies completamente diversas e assim denominadas, indiferentemente, por uma analogia qualquer. Timbó, para o habitante da Amazonia, é .toda a planta que póde ser empregada para matar peixe. De nadit serve a diferen:. dação que é feita com um _qua: lificativo ou outro no111e-t1mbo grande, t. branco, t. urucú, etc -porque essa denomi11ação va– ria, tambem, de um Jogar para outro. ue vez em quando é um pro· duto novo que rnrge dentre tan– tos existentes nesse imenso cam– po ainda não perfeitamente per– lustrado pelos verdadeiros cien– tistas, e capaz de permanecer ainda alguns lorgos anos sugeito a conceito mais ou men, s dis– cordantes, conforme o prisma de observação, e reduzido a um «Inferno verden, para uns, ou a Principal Products oi Pará O folheto de informações que acaba de ser publicado,em inglez, pela Diretoria da Agri cultura, Industria e Comercio. vem preencher uma antiga lacuna existente no serviço de propaganda dos produtos paraenses no extrangeiro. Como o seu titulo procla– ma--« Produtos Principais do Pará•> não inclue tudo o que possuímos, mas sómente os principais, com uma pequena descrição de sua aplicação, exportação e preços aproxi– mados. No fim do livro en– contra se uma lista dos prin– cipais exportadores dos mes– mos. Na introdução é feito um l :::onvite aos capitalistas. co– merciantes e industrinis es trangeiros para se comunica– rem c o 111 aquela Diretoria quando necessitarem de qual· quer informação adicional. um maravilhoso <El·dorado», para outros. Como este, já outros surgiram, a começar pela borracha, casta– nha, madeiras, sementes olea– ginosas, fibras, etc. todos vistos, á principio, como um fator po· deroso para o soerguimento da Amazonia, atraindo todas as atenções, pelas possibilidades de exploração que apresentavam, assim corno pela abundancia da colheita, que tornaria possível, em pouco tempo, o suprimento de todos os mercados consumi– dores. Terá o timbó a mesma sorte desses produtos que, atingindo rapidamente um volume de ne– gocio bem animador, breve de· caem, com rapidez, estacionan– do, afinal, um nivel bem infe– rior. Vindo, este produto, a ter a procura que é de esperar, não podemos, absolutamente, como no caso da castanha, manter um'.! exportação ~empre regular se fôrmos contar unicamente com o que a natureza põe em nossas mãos. A proibição do emprego do tirnbó, para pescaria, absoluta– mente não se estende a sua plantação e cultura, antes urge que seja iniciada a plantação metodica das especies mais pro• dutivas, daquelas que, pelo seu elevado rendimento em «Rote– nona» oferece:n melhores vanta· gens de exploração. Em recente artigo publicado nesta capital, o sr. Paul Le Co~ irHe, diretor do Museu Comer– cial, deu a lista dos timbós mais conhecidos do norte brasileiro, com apreciações sobre cada um, sobresaindo, pela riqueza em «rotenona>,, os seguintes: «Timbó tegitimo» ou «T ma• caquinho>, (rio Tapajóz), cuja raiz contém de 6 a 11 % de rotonona, reproduzindo~se per– feitamente de estacas, de cres– cimento rapido; « Timbó vermelho,, ou « T. urucú», com varias outras deno– minações, e do qual podemos obterde 3 a 5,5 % de rotenona; «Timbó grande», que não con• tém mais de 3 % de rotenona. São, portanto, as duas primei• ras qualidades que devem ser prefe.ridas para plantação, espe– cialmente a primeira, por forne– cer um produto de mais facil separação. L. o.
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