Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.

12 BOI.ETDI DE INFORIIA.ÇÔES Propaganda da cultura da Cafeeiro no Estado do Pará • ~ • !/l!lfll!llll!1111ll!IUU1lll1111H!lllllJ!l!l!lll!lll!l!IUJIIIJlll/ll J!l)i!tl;!Hil!il!J!!l:Lrm:!:.::i:'fi!l!l'.'.J U!ll!lfl!llll!i!l!l!llllt~~ Ta l um g igante que houvesse es ba njado ou ro em festins enormes, e que , despe r tando de um sonho farto, desdobrasse e m estalidos sonoros, a pu jança de se us mus– culos, assim, tambem, desperta o Pará, no soerguimento de s uas forças vitais e economicas, depois de longos anos, acaientado pelos fabulosos e pomposos lucros do ouro negro. Si bem que os conquistadores, recheiados de ouro pela produção e. exploração da «industria estra– l_iva-., outras culturas não incre– mentassem, a propraganda, em ·.pró! da Agricultura, na Amazonia data das primeiras conquistas. ' Em 1774, queixa.va -se o Ouvidor e Intendente Gerl\l das povoações !fe São Jo5é do Rio Negro, Fran– cisco Xav ier Ribeiro de Sampaio, de que a agricultura, apenas, se limitava á subsistencias de seus habitantes, sem nenhum excesso para o comércio, e dai a repetir a frase de Montesqueau expli~an– do o modo pelo qual viviam tan– tas nações silvestre!il na America : cE' porque a terra produz de si mesma muitos frútos, com que se alimentam. Si as mulheres culti– vam a roda de sua cabana uma porção de terra, logo ali cresce o Main. A caça e a pesca acabam de trazer a abundancia)). E acresceu tava . «Não pode haver riqueza sem pro– priedade . Se eu planto, por exem– plo, um cacual, ou um cafesal, essas plantações são minhas, pos– "º vende-las, tenho o que deixar a meus herdeiros. Nada disto su– cede com o que está nos Matos. Uma plantação feita junto á mi– nha habitação facilita-me a sua colheita e beneficio ali mesmo, ou embarco, ou vendo o seu pro– duto : Não preciso dos grandes trabalhos de Navegação para o sertão. Se a:. terras são povoadas em razão de sua cultura, quanto mais se persuadir, esta mais au– mentará a povoação. Os Hotandêses e os Espanhois observam est'l Maxima: porque tendo nas suas colonias iguais generos silvestres fundam-se mais, nos que agricut– tuam. Bem sei, que ha generos que se não podem reduzir á cu!: tura; como o cravo e a Salsapar– rilha; porém, o meu discurso não PoR Jacob Cohen. se encaminha a proíbir a extra– ção dos Matos, daqueles gênerós, mas sim a persuadir corno mais util a cultura . dos que o podem receber» (Anais da Bibliotéca e Ar– quivo do Pará, Tomo VI). Diz o mesmo documento que as culturas do café e cacáu foram promovidas eficazmente pelo cui– dado e instruções do General João Pereira Caldas, o qual dis– tribuía nos aldeamentos dos In– dios um certo numero de pés de cacáu e cafeeiros (mesmo cons– tatando que esta ultima planta era impropria a ser cultivada na ••••e 8 e• G 8 • e e • sua multiplicação, passou para as Guianas francesas, e nelas, em '1727, para o Pará, unde tornou um grande incremento, quasi , .em todo o Estado, e, ainda hoje 'como se constata existem 110 Guamá: o Jogar «Cafezal> a uma hora de navegação da cidade de Belém; o «Engenho Grande», a 8.000 metros rio ~baixo da vila de Ourem; e «Cafeteua», a um qui– lometro rio abaixo da m:;sma vila. No rio Mojú, em diverrns sitias, até a povoação do Cairarí. No Tocantins, mesmo na ci<lade de Cametá; Mocajuba: 110 Jogar Mocajubinha e rio Putirí. No município de Almeirim: no rio Guajará, Mca do rio Jarf, e rio Parú. Em Monte Alegre; no rio Curuaí e no «Cafezal do lago do Paracarb. Em Santarém: no rio • • • • • • • Movimento Financeiro do Estado • Tapará, rio Arapixuna, e Centro • de Santarém. Em Alenquer : nos • lagos de Uruxí e Cururnú e vila do Curuá; pontos estes citados e foi o seguinte o m0vimento do Tesouro Publico do Estado durante o mês de abril ultimo. • que são de meu conhecimento, • porque atualmente se vê as rui- • Receita arrecadada • Saldo de março .... • 1.938;496$230 e 222:797$139 e nas do esplenJor de outrora, com • flagrantes originais do cafeeiro ainda mesmo que empolgado por densa capoeira, erguer-se exube– rante, em plena vegetação. • Tua!............... 2.161:293$369 • • Despesa efetu2da .. • e Saldo p~ra maio... 2.052:557$J02 9 108:735$967 • ---·• •• • • • • • • • • • • • • • • • margem meridional do rio Negro); que Jogo prosperaram e enrique– ceram a região. A historia do cafeeiro no Pará, está ligada a propagand<.1 desta cultura nos outros países produ– tores. Calculam ser sua origem, das montanhas da Abicinia, de Moçambique e da Guiné e fo ,_., tra nsportado, no seculo XV para o Yemen. Na ilha Batavia foi introduzido pelos Holandêses, no seculo XVII e o primeiro pé de café que foi visto em França, no cJardin des Plantes,, foi em 17'14. Em 1720, Declieux foi plantar na ilha de Martinica um pé, que pela Em 1773, a produção conheci– da foi de 64.'100 quilos. A maior produçilo foi de 566.460 quilos em 1860. A menor, em '1884, atingiu apenas, a 4.016 quilos. A exportação, para França, Por– tuga l e ::;iuJ do Brasil, conhecida; foi em 1879, com t .806 quilos ao preço de 577 réis as mil gra– mas. A maior, em 1883, com '10.87'1 qu ilos, ao preço de 303 réis; e, a menor, em 1884, com 180 quilos' para Portugal, ao preço de 574 réis, o quilo; data essa, que ja– mais se falou da produção do café no Pará, embora consuma o mu– nici pio de Santarém, um terço de sua produção. Em 1747, as sementes de café do Pará foram enviadcis para o Hio de Janeiro, e dali para Minas, S. Paulo, e outras Províncias do Tirasil. No Estado de S. Paulo só no ano 1870, foi que chegou a ser seu verdadeiro apogeu. (Conthiíw)

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0