Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.

10 P.OLETHI DE I:\'FOR\IAÇõES Cu/lura de Algodão em Santarém - Qualidade Americana de Fibra Longa - " lvlead " ~-~~-~-~-~ Aublet descreve as infl.ores– cencils assim : «Calix; perianthium monophyl– lum, · turbinaturn, quinque-denta• .tum. Corola papilionacea, purpu· rea, vexilo amplo, erecto. Pericar– r,iurn; legumen longum, acuturn, gibbosum, glabrum, rufescens, uni– Ioculare, bivalve. Semina tria aut quatuor, snbrotunda, compressa, marginubus valvarurn affixa». O especirnen tipo foi colhido num roçado adiante da casa do sr. Budet, em Orapu, Guiana francêsa. Achamos ess;, planta cultivada, em maior exten~ão, na região cir– cunvizinha de Iquitos ( 1 oo metros de altitude), Muitas das plantações continham varíos milhares de ar- . vores. Surimaguas, no rio Hualla• ga, poucas milhas acima da boca, é tambem um centro de cultura. Sem duvida, esta é tambem a plan- , ta usada pelos nativos de leste do Equador. Nossas paradas no Brasil foram poucas. mas achamos <<Lon . chocarpus nicou«, tanto na floresta como em cultura, em Manáos e Gurupá, e em cultura no Pará. Em material que recrntemeute nos foi cedido por gentileza do diretor do «Royal Botanic Garden», Kew, Inglaterra, ha um especimen dum veneno para peixe cultivado, de Demerara, Guiana inglêsa, que se• guramente é o «Lonchocarpus ni– cou». Uma relacão mais detalhada dos venenos par~ peixe da America do Sul, inclusive descrição dos méto– dos de emprego regionais; está em preparo para publicação futura. Pre• sentemente parece oportuno men• cionar dms outras plantas, cujas raizes servem para envenen_ar peixe. trn longo da margem sul do Rio Negro, acima de Manáos, achamos uma grande plantação de uma se~ gunda especie de Lonchocarpus, o L. floribundun (Killip & Smith- 30.04 I ). Este era um arbusto bai• xo, de I a 1,5 metros de altura, com belas flores e fruto. As raizes eram de textura mais tenra e mais porosa do que as do «L. nicou» porém diz-se serem tão ativas quan– to gualquer veneno para peixe. Amostras estão sendo analisadas. Em Gurupá, uma colonia no baixo Amazonas, proximo á boca do rio Xingt'i, muitas plantas de uma terceira especie de «Lo.LJcho– carpus» foram obtidas, cujas raizes eram consideradas como veneno para peixe, ainda mais ativo do o <L. nicou», que tambem cresce nessas visinhanças. Esta planta ex– cepcionalmente poderosa foi iden– tificada pelo dr. Ad. Ducke-dire– tor do M Nacional do Rio de Ja– neiro, como «L. nicou,. Embora na época de nossa visita, tlO\'em bro, a planta não estivesse com flôr nem em fruto, excelente ma– terial com flores e frutos tinha ge– nerosamente sido depositado no U. S. National Herbariurn pelo dr. Ducke. A comparação deste com a descrição de Aublet e <lese• dho do <1:L. nicou» conduziu·nosá conclusão de que ela representa uo:1a especie distinta. Nesta planta de Gurupá os foliolos têm pontas curtas, não excedendo de I cm. em comprimento, e o fruto varia de francamente oval a oblongó oval; emquanto que, como já foi nota– do, os folíolos do €'L. nicou» são longo•acuminados (ponta 2 a 4 cms. de comprimento) e o fruto, como mostra o desenho de Aublet, é linear-oblongo. A planta de Gurupá p6de ser conhecida como: «LONCHOCARPUS URUCU» KILLIP & SMITH sp. nov. Arbusto muito esgalhado, ro, busto, os ramos superiores ligeira, mente escandentes, a casca dos ramos maiores acidentada, a dos ramos menores parda, lenticelada, e em geral pubescente; folhas 5 a 9 folioladas, o racbis sub-cilindri– co, estriado longitudinalmente, I 2 a 2S cms. de comprimento (folhas das partas escandentes muito me– nores), pubescente, pêlos de côr

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