Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.
4 BOLE'l'IM DE fNFORMAÇõES Acultura do bicho da sêda nó Amazonas Com o ti tulo acima vem de ser publicada a explendida conferen– cia que o ilustre . engenheiro patri– cio dr. Maximino Corrêa realizou, a 9 de novembro do ano passado,. no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro. · No folheto, que co11sta ·ele 24 paginas, resúme-se o resultado dos seus primeir_os experimen_tos· seri– cicolas, no .fe.raciss.imo Estado do Amazonas, falando d·os seus entu– siasmos, da·· süá \ 1 erdàdeira nevróse serica. Bic\1inho..- ·1errivel, este da sêda ! Quem coin .êle -se mete~ µi- · mais o deixa.· O inséto admiravel tem o dom.· de encantar a genté-... : O · que sucedtu ·· cpm o dr. Maxi– mino Corrêa, aco.n_te.ce com todos que têm, dentro de si, ·um pouco de alma. Dizemos alma, porque, no digno industrial baré, . não se vislumbra o urinimo interesse ma– terial. Todo o seu trabalho êle o cónsagra altruisticamente ao en– gr~ndecimcnto da gléba em que vive, em que! lutou e venceu. As– :mme aspéctos de apostolado. Tem lampejos de sacerdocio. Nem sei se toc!o m~ndo entende essas coi– sas... Leia-se, por exemplo, o que êlc escreve, ao se comover ante u'a meada de sêda proveniente de ca– sulos de sua produção, que enviára para exame á Inspetoria Region~l de Sericicultura, em Barbacena : - «Peguei a meada, que era eaviada sem esperar sequer, por não supor nunca que em 30 casulos houves– se tanto fio para fazê-la, peguei essa meada e bi;ei-a- como se o fiz.esse â Jace de 'um filho~ · .. · Todo o folheto, é assim, a his– to~i;. da i~icíação ?º A. ~a S~ric1- ,:rnt p r.,, Gt ,·up. wdustna é um d s ..,'., n 11:, , o n'laior falangiario, no Amazonas. · • * * Agora, conçeda-nos .ven.ia 'o digno dr. Maximino . Corrêa para ligeiros reparos, que fazemos de publico, em vi"rtude de colidirem, até c-erto ponto, algumas das s1,1as conclu– sões com observações por nós rea- "Ç:::?, AGRONO\lO J. Nogueira de Carvalho. •li za.das, no Parf, em 1929 e 1930, e, então, publicadas em diversas revista3 técnicas do país. Assim é •que s. s. afirma que: «aj A rclosão dos ovulrs, depris de retirados das ·. caniaras frigoriftcas ·onde' fàz.em o· Pf:riado dê hibérnação, dá-se · matematicamente ( o grifo é · noss.o) no 6. 0 dia, _expostos ao ar so– mente». Isto, no. Amazonas. A positi\·ação matematica do íe– nomeno, sabe o dr. Maximino .Cor;êa e sabem todos que andam a lidar éom esses ovinhos, e com tudo que está adstrito ás leis b:olo– gicas, não é possi \·el, como não é possível tambem rtgularmos, a nosso talante, a temperatura do ar, sem meios artificiais. O fenomeno que, á determinada temperatura mé<lia, registou-se no 6.º dia, po· <leria ser retardado ou acelerado, se essa média térmica descesse ou subisse, quando novo e identico se realizasse, na evol-ução em briolo– gica dos ovulos. «b) No Pará,-:-prossegüe o de· nodado propugnador da sericicul– tura dá-se, nas mesmas condições, no 12. 0 dia».- Obti vêmo la (a eclosão),duma-fei: ta, ·':m 4 dias, numa sala e, .em ·5, · noutra, Juro mesmo preJio, e· de ovulosoriundos da postura de uma só bo:-boleta, tratados de igual fór– ma; apenas a metade que sofreu eclo,âo em 4 dias, estava num;, sala, cujas pardes eram batidas pelo sol dos tropicos o dia todo, enquanto a outra mLtade achava-se em com– partimento que não· recebia, nos seu~ muros, 0s raios solares. Las-. tima,elmente, não verificamos a diferença entre os gráus termices dos dois alojamentos em apreço. Ainda b pouco, · o agronomo Rob.:rval Cardoso, do Aprendizado Agricola do Rio Branco, obteve, no Acre, a eclosão-á temperatura ambiente de 26. 0 4 c, ern menos de 4 dias, com resultado superior a 80 % dos ovulos, ·que por sinal lhe fôram cedidos pelo dr. Maxi– mino Corrê:t. Continuando : «e) No Pará, a colheita do casulo é feita no 33. 0 dia. A duracão do ciclo vital do bi– cho da ;êda .depende, principal– mente, d.a alimentação . proporcio– nada ás lagartas e da t;:mperatura ambiente. Não ·estou avancaodo novidade. E' cousa velha, ,trnto que, da 111.aior ou menor quant da– de de alimento, lanç,1-se mão, na pratica, para conseguir-se a <cigua– lação» dos_hich_os, quando os nas– cimentos são ..irregulares, apre,~an– do-se ou reta,rdando-se o desen– Yolvimcnto larYal, · até certo am– biente, como conrenic:nte. Na <cRevistJ . de Agricultura11 (São Paulo-- Piracicaba), edição de março-abril de 1930, rul,licamos uma nota, em que se lê este trecho: «Assim é que o primeiro período (lagarta) dura eritre nós (a expe· riencia foi realizada em Tracua· teua, nordeste paraense, ~ margem da fütrada de Ferro de B; ag:ioça ), cerca de 24 dias, prolongando-se, no sul e na Europa, de 3 I a 37 dias». Quando fizemos, no Pará, o pri~ meiro ensaio sérico, tomamos por norma, nas exposições dos resulta– dos a que nos sentiamos abrigados, o uso externo do « minimum » obti– do. Nes~e tempo, quasi todos riam– se de nós. . . E nós, naturalmen– te, temiamos um fracass0. Dess'arte, quando escrevemos que o ciclo larval «dura cerca de 24 dia~», foi porque esse período apa– receu como o mmos vantajoso na ex perien(ia. Em ensaios; :iem posterioHs, conseguirncs, numa mesma cria• ção, que os sirgos subissem ao bcs– que, uns com 2 I dias, outros com 32-neles alterando tão somente o regimen alimentar. Das larvas que subiram ao bos– que no 2 I. º dia, como acima dissemos, colhemos os casulos no 25. 0 dia-tal como no Amazonas s. s. o faz. Ciclo larval de 22 dias, verificou o agronomo Roberval Cardoso, a que ja nos referimos, no Acre. Finalmente:
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