Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.
BOLETIM DE INFORMA.ÇõES 11 A NATURALIZACÃO DA CASTANHA DO PARÁ ~~-~~---~-----~~-~-~--_;..·----~-~~~----~-- ➔~~ Nf\S COLONIAS AFRICAt~AS E ASlArfICAS Um.a eommunicação do Sr. F. Murtinho Braga ás. Nacional de Agricultura E' triste relembrar o que está acontecendo com ,i producc;ão da borracha brasileira, cujas consequen– cias tanto tem sentido o paiz . Não é occas ião parn julgar a quem cabe a culpa da situação a que chegamos. Estames dian te de uma situação da qual não poderemos esca pa r se não a custa de acurndos estudos equil i– brado senso economico dos nossos homens publicos. Pois bem, é essa a situação que eu antevej o para a exploração da castanha do Pará, a já fomosa Lecytidacea cuj0s fructos «Brazilian Xutn, são be m conheci– dos nos me rcados europellS e ameri– canos do Norte. E' o caso que nos ch1J;:;arn noti • cias de que a castanheira está sendn culti vada no Oriente nos Estados ;\fo \ayos, Está acontecendo, infeliz– mente o mesmo que se drm com a nossa 'borracha: os interessados no commercio da amendoa brasileira 11[10 acreditam que a castanheira floresça e fruct ifique em regiiíes outras que a Amaz onia. E ' pu ro engano esse, como era aquelle referente á borracha silvestre cuj o monopolio, perdemos · nós, pro– fissi onaes de · agronomia; sabemos que se a planta encontrar condições ambientes favoraveis mais ou menos idanticas áquellas em que é nat iva ella se acclimatará, ou melhor, se naturaiizará ~ F oi j ustamente i~so o que se deu ... com a borracha brasileira com o ca fé , emfim, com tantos outros vegetaes de paizes extrangeiros. Quero chama1· a attençlo do paiz para este facto que trará considera– vei; prejuízos á ecom mia da Ama– zonia j á tão desfalcada com a perda da hemegonia no mercado de borra– cha. E desejo resaltar que de ha muito se annuncia o bom estado das culturas da ca,tanheiri.l n o Oriente. Em mim r<>latorio á Directoria do extincto Serviço de Inspecção e Fo– mento A11;ricolas, sobre a castanheira a prese11trÍÍ1do em ·19:27 portnn to ha já 7 annos, eu dizia ' tratando da cultura daquella planta: «a seme– llrnnça do que fizeram com a borra– cha, o, ingle:;ws estilo intensifican– do o plantio da castanheira no Ori– e n te, âchando - sfl já bas:ante adianta- Resin as Durante o anno de 1933, foram expor– tados, pelo porto de Belém-P;:rá, 45.946 kilos de resiins divêrsas, para os seguintes dtstiuos : Rio de Janeiro .. .. Santos .. .. ,. ........ . . ....... . . Londres .. ... .. .... ........ . . .. . Maranhão ...... . .. . ..... .. . . Recife .. ... . ... . . . . .......... . . Y okohama . ... .... ... .. .. ... . .. 22.21G 10.943 7.615 3.203 1.198 768 45.946 Foram princípaes exportadores :-Bentes Liebold & í.ia ., Berringer & Cia. e S. Marques & Cia. das as suas plantações. No bole.tira u. 20 de 1914 d0 Departamento, de Agricultura dos Estados Malayo3, sir Lewton Brain, Director de A~ricul- · tura, desses Estados, informou que já haviam ensaiado com successo, nas estações agricolas de Kuala-Lum– purr., Batu-Tiga, e G1111011g-Augsi, plantações experimentae·s de divarsas plantas trop1caes, não proprias de Malacca, entre as quaes figura a nossa C., Bertholletia excelsa H. B. K. c:O peior é que, segundo consta, os inglezes ,iá estãn ex– portando para a America do Norte e para outros paizes a nossa casta– nha beneficiadr, em cuja embalagem. se lê «english , nuts», A minha ex:iectativa é pois justa tanto mais que os Estados Unidos estão fazendo g·randes plantações de Pecau, na Georgia e no Texas onde esta amendoa e mai~ barata que a nossa e sua producção attingiu no auno de 1933 a espantosa cifra de 42.000 toneladas. Alem disso ha varias outras amendoas nos mercados europeus e americanos que fazem se– ria concurrencia ao nosso producto. Sugiro, portanto, que a Socieda– de interceda junto ao Governo Brasileiro no sentido de ser verifi– cado c:in loco» o que ha de po– sitivo sobre o assumpto, para en– tão , tomarmos medidas mais seguras sobre a defeza desse nosso pro– dueto de exportação. ~ GOMES & Ci21. :BA.N"Q"CJ~:I~C>S TELEG. MATTA M QERENCIA 128 ~ TELEPH. { CAMB/OS 700 , <!- i' Oper>àções Banear>ias ! , ~ <!- ~ ~ . <!- eambiaes ~ Or>dens Teiegr>aphieas 1 Moedas Depositos em e ; eor>r>entes ear>tas de er,edito 1 1 e) 1 C ONDJ,ÇÕES MODICAS ua, 15 d.e No-ve:nibro, ªª BELÉM-PARÁ-BRASIL "
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