Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.
BOLETIM DE INFORMAÇõES 5 ...,_ ________ ........., _____________________________ ............... _ --- PROPHYLAXIA DA TUBERCULOSE -~-~-~~-----------~-~ ~ A tuberculose constitue no Bra– sil serio problema a se resoh·er, devendo ser combatida ene-rgica– mente por todos os recursós scien– tificos, necc:ssitando concurso una– nime da população, dado o gra:~de numero de victirnas que.-. terrível peste branca rouba annualmente. ' Compulsando-se as estatísticas de– mographicas da mortalidade deter– minada pela phymatose nas prin– cipaes cidades do Brasil, constata• se facilmente, dum modo impres– sionante, o seu augmento crescen– te, numa proporção assas assusta-– dora. No Rio de Janeiro a mortalida~ de é avultada,oscilando entre 4.000 e 4. 500, e em Belem, ve•s~ o aug– mento annual, pois em r .900 re– gistou se· apen:1s 200 casos, e ho– je esse numere se eleva a cerca de 700. . . Os factores epidemiologicos que mais tem influído para a sua dis seminação no Brasil, são, na opi– nião de Placido Barbosa, auctorida• de de renome no assumpto, entre outros, e contagio, os defeitos de de alimentado e de habitação, a falta de conhecimentos de hygiene etc. O papt:l do leite, na rransruissão da tuberculose, não deve ser des– prezado, pois o bacilo bovino é o responsavel por numerosos casos, · sendo que p.ira Walker (Public Health Rcport, r.929), 7 % de toda a tuberculose humana e até 2 5 % da observada nos menores de 16 annos, provem do uso do leite de vaccas tuberculosas. Alguns auctores, encontraram nos casos de mamites especificas certa de I00.000 bacilos por CC. e um centimilligramma deste leite, inoculado num cobaya, determina, promptamente, tuberculose lethal (Ostertag). Processando-se, na maioria dos casos o contagio na infancia a pro– phylaxia ideal deve visar afastar as creanças da contaminação, e justa– mente a premunição della~ pelas vaccinas B. C. G. é um dos recursos PELAS VACINAS B. C. G., DE CAL· METTE E GUERIN ESUA IMPOR– TANCIA NA IMMUNISACÂO DO RE- --- -----~~--- BANHO LEITEIRO (Dr. Armando Maroja) mais vaiiosos e economicos que possuímos actualmente. O germen de Calmette e Guerin denominado B. C. G. obtido após 230 repicagens consecutivas na batata biliada e glycerinada, no · fim de r 3 longos annos, é usado na maioria dos p.ius civiliza,los. A sua inocuidade e efficacia, demonstrada em innumeràs ex periencias em animaes é facto que não offrrece mais contestação, nem pelos maiores adversaria~ de Cal– mette, t'lnt0 que é utilisada na Allemanha em muitas cidades. A experimentação em animaes ~xcedeu á espect:iti \·a. Os primeiros ensaios .da vaccina, foram feitos nas granjas leiteiras de Paris, onde a mortalidade dos bezerros é pela tuberculose assas elevada. Alguns annos depois de instituída offici;tl– m~nte pelo Jr. Guerin e fiscalisada pela Prefeitura, verificou-se a sua diminuição gradual e extincção absoluta, não se encontrando actu– almente animal que re:.jaá tubercu• lina. No homem, o coefficiente de .mortalidade infantil pela tubercu– lose baixou consideravelmente, contorme se depara da observação dos dados sobre o assumpto. (Media de 20%, para 2% E applicada a vaccina <!per os», , nos recern-nascidos, no 3. 0 , 5. 0 , e 7. 0 , dia diluída no leite e hoje m~smo, é usada em creanças de 3 ,a 5 annos, que tenhatll a prova da tuberculose. Em uma recente publicação do Instituto Pauster de Paris, 46 me• moriaeis de todas as ·auctoridades de renome mundial, afirmam a excellencia do methodo, sendo que o insigne Catacusene, do Imti· tuto da Rumania, diz que é preciso ~----~-~-– ~ vaccinar, sem .di~tincção todos os recem-nascidos, e não somente aquelles que nascem em meio containinadoi. .No Rio de Janeiro, a vacc(na biliada dé Calmette, já vem sen·Jo empregada desde r .926, sendo introduzida pelo dr. Arlindo de Assis, professor de Microbiologia da Faculdade do Estado do Rio de Janeiro, e nome acatado no as– sumpto. Já foram vaccinados na metro• pole brasileira cerca de 20.000 creanças, tendo o professór Arlindo de Assis modificado a dosagem da vaccina usando uma dose dupla da empregada por Calmette, ou seja 20 mmg. de germens. Em varias outras cidades, em . Porto Alegre, Nitheroy e Recife; foi instituida a vaccinação pelo B. C. G., e porisso no Párá, um gru- · po de abnegados, não podendo ficar indiferente ante a sorte das nossas· creancinhas, fundou uma nobre instituição, o Instituto Cal~ mette do F'ará, para combater esse terrível flage ! lo, especialmente pelas ,;accinas B. C. G. · Com o auxilio do Governo do Estado, Prefeitura de Belem, Santa · Casa de Misericordia, e das Damas Proctetoras d 1 Assistencia a Infan- · eia, tuuqou-se o Instituto Calm.étt\!; " provido de um laboratorio especial de manipulação do B. C. G. e que em homenagem ao seu introdu– tor no Brasil foi denominado ~Ar– lindo de Assis». Doptado de excellente appare· lhamento, já iniciou o serviço de vaccinação anti•tuberculoc;a, sendo vaccinadas todas as creanças que nascerem na Maternidade da Santa Casa, attendendo tambem a chama• dos em domicilio, sendo tudo , absolutamente gratis. Como presidente do Instituto está. o snr. Moyses Levy, sendo a sua direccão technica confiada a dr. .Accatauassu Nunes Filho, illustre cathedratico de Microbio– gia da Faculdade de Medicina do Pará.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0