Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.

. O major Magalhães Barata, em decreto recente creou nesta capi– tal O SERYIÇO DO LEITE, Salientar a importancia desse serviço e enunciar os beneficio.;; que com elle advirão á populaçfu de Belem, se nos afigura estricta– mente necessario, para q 11e não se veja nas exigencias determina– das. outro interesse que- não pre– servar a saúde do povo de milhares de infecções, que tentam o seu anniquilamento. Exaltar este acto do interventor federal no nosso Estado, seria preciso então colligir toda uma serie de medidas que collimarn o bem estar dos que aqui vivem. A SAUDE É A VIDA-Esta é a syri– these admiravel que tem nortea– do s. exc. o major Magalhães Barata, na applicação de meios de defeza sanitaria da · gente que governa, porque s. exc. compre– hende que o ind.ividuo . são tem capacidade productiva que está longe de permi tti r um parctlielo com um organismo doente. E sen– tindo que é da saude de onde emanam todos os influxos e estí– mulos que nos tornam risonhos e optimistas, enfrenta obstaculos ora materiaes, ora moraes, visan– do esse desinderntum entre a co– lectividade paraense, assim, aos poucos, luctando e vencendo, s. . exc. resurge Belem, saneando-a e embellezando-a para tornai-a · capaz de resistir aos olhos mais perquiridores e á critica mais aus– tera, porem leal. Indifferente ao entrochoque de interesses contra– riados, elle vê crescer a !eg·ião ctos que lhe atassalham a obra administrativa porque s. exc. comprehende talvez, que entre a humanidade é mais facil destruir do que construir. Designado p~lo dr.Luiz Ribeiro m. d. chefe do serviço que vem de ser iniciado para aigo dizer do papel do leite como propaga– dor da tuberculose, eis-me na desobriga de tão honrosa missão. procurando emprestar uma par– cella mínima de minha collabora– ção e que todo bom paraense não pode e não deve deixar de da.r BOLETBI DE INFO~Çõ~ 3 <Dr. . Brahim Jorge> para ver uma realidade o serviço do leitA nesta capital, beneficio a se juntar aos muitos prestados ao Pará e ao seu povo pelo major Magalhães Barata. Si, de facto, cabe a contami– t;lil,ção o papel quasi intregal na propagação da tuberculose, tanto se contagia quam vive na com– munhão de pessoas doentes, como quem se approxima ou lida com animaes igualmente inlectados. Quer pelas vias respiratorias superiores, _quer por ingestão, ·. estamos su_jeitos ao mal, que como um polvo sinistro procura envol– ver-nos em seus tentaculos, ten– tando assenhorear-se do nosso organismo pelo desbaratamento dos fagocitos, soldados de defeza de intregidade organica. A via respiratoria FLOUGGE e os de sua escola, attribuem maior percentagem na acquisição da doença, e é por esta via, que Pffeifer e Jone dizem ser a forma pela qual as vaccas tuberculosas, na maioria das vezes, transrnittem a rnolestia aos que lhes estão ern torno, visando mas facilmente o ordenhador quando este se entrega ao seu mister. Dá-se a infecção pelo que se chama as gotticulas de FLOUGGE, que chegam a ter um 'raio de acção alem de 80 centímetros de dis– tancia. · Ignorando os que nos cercam ou ingerindo alimentos suspeitos vamos a pari e passo nos tubercu– lizando até que o mal estruge em toda a sua tragedia. E' bem maior do que avaliar– mos o numero de tuberculosos que perambulam pelas ruas da cidade, expellindo aqui, alli e acolá, involuntaria e inconsciente– mente oescarro profusamente baci– lisàdo que Heller avalia em um milhão por c c. verdadeiro mi asma mortífero, capaz de determinar o mal em um prazo mais ou me– nos longo. Shill e I'isgker conse– guiram turberculizar animaes com escarro dessecado, depois de seis mezes. Transformado em poeira e conduzido pela ventilação, pelas moscas nas patas, ou ainda no uso absurdo das varreduras, elles constituem sério perigo, pois que desta arte, contaminam os alimen– tos solidos ou liquidos que nos utilizamos diariamente, determi– nando a tuberculose por ingestão de que Behring é o grande apos– tolo, e para a qual volta-se a maioria dos auctores. Tanto é verdade que o germen existe na poeira, que Mazza, colhendo-a das salas dos cafés e analysando-a computou em. tres mi!hões o numero je bacillos en- . contrado, que innoculados deter– minaram a morte dos animaes por tuberculose. Acredita Berlioz que em 9~% dos casos, a tuberculose se · ad quire pela absorpção de poeiras bacilliferas. Previnir-mo-nos con– tra ella é tão difficil como é o combate ao mal. · Bem poucas são as cidades do mundo que não tem as suas vistas voltadas para o problema do leite que já em 1826 Segalas chamava attenção, julgando-o capaz de pro– duzir a .tuberculos.e . . Desta data até os nossos dias, varios têm sido os pesquizadores (Nocard, Erµest, Jonher Bag e outros) que em ex– periencias e observações conclu– dentes, affirmam a contaminação pelo leite. Discordam os auctores. Para uns o leite seria contamina– do após a ordenha, e, então, at– tribuem á qualidade de · optimo meio de cultura não só ao B, Kok mas á toda uma flora microbian&. Para outros as vaccas ata<ji-das de mammite tuberculosa, ou que simplesmente, reagem á tubercu– lina (KEMPER e RABINOWITSCH eliminam o bacillo capaz de ter– minar o mal em toda a sua ex– tensão. Em que não pode baver discordancia ou contestação, é que existe no leite o germen de origem bovina ou humana e que não é menos nociva ao homem do que ao bezerro. Bang examinando o leite, tem encontrado até um mi Jhão de bacilos por copo deste ali– mento. Martin, com G leite colhido nas ruas de Paris, cidade babel e centro de projecção de cultura e civilisação, conseguiu a tres

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