Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.
OIRECTORII .GERAL DE AGRICULTURA, INOUSTRlft ECOMMfRCIO ANNO li CNUM. 10 BOLETIM DE INFORMA OES PARÁ 1 1 Belem, gétembro de 1934 1 1 BRASIL o Q u E: N o s F' A L T' A 1 ' _j 1 -- - ~~~-~-~~~ Estudar a situação agricola de um paiz, de um Estado, de um municipio, de uma zona ou– mesmo de uma fazenda 1 é exa– minar os diversos dados refe– rentes ao plantio e á produ– cção das culturas. Soh es;;e ponto de vista, es– tamos ainda atravessando uma phase emp1nca, porque os dados que p.ossuimos sobre ·esses trabalhos, são esca·ssos e falhos. Agora que cuidamos de organizar sob bases mais racionaes esses differentes tra– balhos, cremos ser possi vel. com algum tempo, colligirmos informações que nos permittam firmar um ponto de partid,1, indicando, com approximativa verdade, a situação das culturas agrícolas em nosso meio. As terras do nosso fütado· produzem Ludo o que · nellas desejarmos .cultivar. Falta-nos o homem para coloriizal a, o .banqueiro para amparai-a, a rodovia para o transporte dos produc-tos, a énergia · decisiva do Governo para, com mais segurança, atacar esses pro• blemas. * * * A polycultura constituiní a base de. nosso progressD agrí– cola. Proclamamos essa venla– de cheios de ufania porque temos certeza absoluta de que ella formará o_ lastro de re– cursos do pequeno lavrador. A monocultura, que emprega geralmente plantas de longo cyclo vegetativo, cabe ser explorada pelo lavrador de :;-ecursos~ O pequeno lavrador, o sitinntc, Q colono como n LUJZ F. RJBEJRO den01ni'namos aqui e que cons– titue a quasi totalidade dos agricultores do Estado, esse só poderá interessar-se pelas cul– turas annuaes. A sua pro~ucção precisa ser immediatamente negociada para que elle, do producto da venda, pos'Sa reti– rar o necessario á subsisteucia da familia. A difficuldade resi– de justamente no saber .applí– car com ef'ficiencia esse excel– lente rnethodo. O nosso solo só não "produz para ·aquelles que não sabem delle retirJr proventos. Acreditamos que em n0sso Estado já existam alguns tratos de terras cança– dos por vúrias e repetidas cul– turas. Isto, porém, não deYe ser causa de desanimo. O ara– -do e o boi resolvem facilmente o pi'oblema. O nosso lavraclor . rotine_iro faz questão das mat– tas e desprcsa as capoeiras; naquellas elle se encontra bem, destruindo -as, carbonizando-as -com pericia de vandalo. E' urna triste espectativa pará nós. A polvcultura evita a tYranuia dos iatiíundios, · prop.orciona mais alegria ao colono, pren– de-o ao solo, Llcilita o seu ·ideal e melhora as suas 8oti– dões. Quem sal\·ou a lavo'ura de São Paulo foi a cultura cil– godoei ra do pequeno lavradc;r. Deve o Governo capacitar– se d~ que a falta de braços, o exodb das populações de uns para outros pontos residem na existencia de latifundios. Estes, portanto, devem ser reduzidos para facilidade da vida e pro– gresso das populnções. Importa de fundarmos uma política agraria, porque atra– vessamos uma época de reali• wcões e de renovacões da m~ntalidade brasileira~ Para·isso valem as ses-uintes pr.opostas: 1) Augmentar a producção agrícola; 2) Estabelecer a polycultura como idéa sadia para destruir os latifundios, causa da falta de braços e do exodo das po~ pulações r~iraes; _ _ 3) Diffundir o mais possível o uso das machinas agrícolas e educar technicamente o nos– so lavrador· 4) Organi{nr entre os lavrado~ resas sociedades cooperativas; :, ) Regularizar os preços, pcrmittindo aos lavradores unYa r"'rnunerncão racional do seu tr:1b~1lho. ' Todos nós sabe-mos que a fonrn.1cão commercial do nosso agricu'ttor é quasi nulla. Elle é ignorante e desconfiado. A sua maioric1 desccnbece ou não tem senão uma vaga Ho1;ão da relação que existe entre a pro• ducção dos seus generos e o consumo dos n1esmos. Nos mercados, é o commercio e a industria que regulam o preço dos generos agrícolas. Elles estão no seu papel; cumpre ao agricultor defender se . A agricultura em nosso paiz ainda occupa, infelizmente, u_m Jogar subalterno na economia nacional. A classe 8gricola vive sem cobesão, isolada e a sua dispersão facilita a existen– cia dos ,<trustsll commerciaes e indusiriaes. · * .• ---~~~:-;~~~~~1JraP·-·1 iêlrios * ;. g.IBLIOT :c c• PUJHl' r á Seçã o de Obr a s '
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