Boletim de Informações, v.2, n.6,n.7,n.8, n.9, n.10, n.14. 1934. 173 p.

.. 'io BOLETIM ·oE INFORNIAÇõES Propaganda !a cult~~~do Calee iro no Estado do Pará , , ~~ ., .. , ,,,,;:r:rm,:r:r:11:mi1:,;:rn:r,r:nf'::i::.. rn:r<1,•::,,,," ~ O cafeeit·o (Coffea) genero da tribu dxorea», da familia das Rubiaceas, se compõe de arbustos sempre verdes, de folhas opostas glabras, pecioladas ou sess1s, de flores li ta rias ou em pan1culas: cálice de 4 ou 5 dPtües, coróla tubulosa, de frutos carnudos, ver– melhos conLrndo duas sementes. A. e;pecíe mais cuHívadp, no P: .i.rá, foi a c<Coffea arab1ca,, que é um arbusto de 5 a 5· metros , de forma piramidal, folhas de um verde luzente flôres brancas infundibuliformes, que espalham um perfume delicioso; e o fruto uma b:iga vermelha contendo duas sementes coladas. No Estado de São Paulo, dão sempre preferrncia a esta var~eda– de mis; mesmo assim, cultivam o «nacional> ou«comum", «bour– bon> «Gustavo> d' Otra», «ama– relo»' «Marág-opipe>, « .Rocha >> «Jav;>> «Murta» cSumitra> etc. Em l9lt, a qual da ch,egad'1 da ~comissão Franceza no Estudo ,da defesa da Borracha», o chefe de culturas da Comissão, fez no -«C:1mpo de cultura. Paraense _Dr. Jacques Huber~ vanas · experien– cias com a variedade «Coffea ro– ·1usta" veri(icando suas vantagens culturais como planta precoce e produtiva e faz desde logo _uma sementeira suficiente para d1stri• buição no Estado. Com o fracasso da Comissão, fracassou tambem a idéa. · .. Atualmente em diversos s1lt0s da E3trada de Ferro de Bragança e em diversos togares do 1ntenor do E3tado, tenho visto, plan_tas ~a cCoffea Liberica> (Café da L1bena) como ornameµ.to e muitas pessoas visto sua facilidade cultural pre– tenderam extender a sua lavoura. Consultado a respeito tenho sem– pre pugnado . como_ produto de consumo caseiro e nao a ~ns e– conQmicos; e para con_hec1mento de quantos por ela se rnteressam abai-xo seguem as segurntes ex- plicações : .· . O «Oóffea Libenca» orrnndo da Glliné é uma especie arborea qu~ pi•oduz frutos maiore~ que o cafe ordinario tendo porem a parte polposa duas vezes maior ~~ re– lação ás sementes e que d1f1culta . .a, secagem. Poa Jacob Cohen. ( Conclusão ) Os frutos levam um ano para amadurecer. E' arvore de foi has ornamen– tais cujas flores e:r.:alam nm per– (ume délicioso e cujo produto é fraco em cafeína e materias gor– das. A terra preferida pelo cafeeiro deve ser elevada, enxuta, argtlio silicosa e abrigada de ventos fortes e so! ardente. Em geral, em todas as restingas altas onde predomine a palmeira «Urucury> (Attle&. exelsa) são bôas para a cultura desta preciosa rubiacea, rejeitando, sempre dnde .os cma– rajáesis» (Bactriz) dominem, que são sempre terrenos arenosos, quentes, secos e pobres de humus A melhor forma de plantio, que tenho visto, no Estado, é a broca da mata ou capoeira alta, deixan– do em pé as ,,Attleas~, e plantan, do, por baixo, em distancias de 4 metros, em todos os sentidos, as mudas já de um ano de idade. Os japonezes, no Acará, ensaia– ram uma pequena cultura, apli– cando o sistema de São Paulo que consiste no preparo do roçado e nele füzerem .covas de 30 centí– metros cubicos, em linhas de 4 metros, plantando em cada .cova 3 sementes, cobrindo-as depois, com 10 pequenas achas de lenha, afim de proteger as novas plan– tinhas da ação do sol e do ex.,. cesso de humidade. Esta planta-– ção fracassou, por não terem, estudado, de antemão, o · poder germinativo das sementes. O mais pratico é fazer semen– teira, escolhendo para esse fim um logar abrigado, onde, em canteiros, semeiam-se as sementes em distancias de 20 centímetros em todos os sentidos. Aí, a nova planta poderá viver um ano. As replantas são feitas em covas maiores e mais fundas que a de plantação direta, apsirando-se a haste, de um a <leis palmos, a contsir do principio do caule. Em 4 anos, o cafeeiro, dará . a primeira produção apreciavel au– mentando-a, sucessivamente, até cerca de '10 anos, ocasião em que variam as safras de um a outro ano. o cafeeiro, no Pará, flora e frutifica todo ano, inconveniente esse que dificulta a apanha e pro– dução de produto tino. Em '1913, na Fazenda Amparo no municipio de Soure, apliquei por mmha cont1 e risco, em um peqüeno cafezal, antigo, (após ter colhido os frutos maduros), ,uma poda rigorosa, que consist:u em desbastar a arvore, de certos ga– lhos do centro, aparar os ramos defeituosos e vegetantes cm sen– tido vertical desbastaúdo assirn o tronco de todos os ramos até a altura de O 50 centímetros. O resultado foi 'ótimo, a flore~– cencia foi quasi regular e a ma– turação dos frutos permitiu uma colheita mais abundante de frutos fiem maduros. Este proce3s0 não é novo. No Ilha de Madagascar, os Franct1sfü 1 pelejaram por muítos anos, em ter uma cultura de uvas mais sistematica e abundante, pois que colhiam, caixinhos por caixinhos · quasi todo ano. O sistema que melhor resulta– do apresentou foi a pocl1 feitlt logo após a colhida de frutos, e dessa forma, retardaram a vege.a tação e forçaram-na a regulamen– tar sua produção. E' o problema do café no Pará. A produção do cafeeiro em São Paulo, varia de 100 a 150 arrobas por mil pés; no Pará, só deven1os contar com um quilo por arvore. Depois do café colhido e reu– nido em montes, é aventado t!m paneiros, separando-se, assim os frutos dos detritos que os acom– panham. Finda esta operação o. café é posto em ~aixões com agua simples, afim de separar os grãos já secos dos maduros e verdes. Os grãos verdes é maduros são postos juntos nos terreiros duran– te t5 a 25 d ias e º" secos (cha– mados tambem ae boia) demora– m-se de 1 a 8 dias. ' A lavagem, além dessas vanta– gens, concorre para uniformiJa– de do tipo, e separação das pe– dras e da terra. O_s terreiros tem o pavimento indiferentemente de tijolos, pixe, cimento ou concreto. O essencial é quo sejam bem aplainados e defendidos contra as en~urradas· bem soco, bem exposto ao sol, a~ ab_rigo do piso dos animais, do

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