Boletim Agro - Cooperativo. 1954

-6- BOLETIM AGRO~ COOPERATIVO Quatrocentos milhões Financiamentos aos Pequenos em cinco anos, em Produtores Emprestimos sen1 dificuldades, baixos e prazos dilatados juros Financiamento, por etapas, •a partir de 1955 - Primeira fase: emprestímos a Cooperativas, preferencialmente, desen_vdlvidos através de Caixas Rurais Nada menos de 400 milhões de cruzeiros deverã o ser aolicados em financiamentos aos pequenos produtores, nos cinco anos de exe– cução do I Plano Quinquenal da Valorização Econômica da Amazônia, a partir '11955. Es– sa proposta foi formulada pela s -comissão de Crédito e Comércio, como a ,rovidência inicial, na parte do crédito, para .::onseguir os objetivos fixados na lei q1w c:::-ia e regula. as atividades da SPVEA. Será um finan<:ia– mento a juros baixos, prazos curtos e proces– sos simples, sem uma burocracia prot.elatória nem exigências taxativas para os beneficiados. O sr. Ricardo Borges, presidente dessa sub– COI\J.issão da C . P ., tratará da matéria junto aos deputados federais e outros órgãos admi– nistrativos, considerada de interêsse vital pa– ra o desenvolvimento de um plano de valoriza– ção. Embora o processo ainda nã,J tenha chegado ao seu termo final, com uma solução defini– tiva, podemos antecipar alguns pontos inte– ressantes dêsse novo .,tst,,ma lle crédito, que deverá ser inaugurado na Amazônia a partir de 1955, no caso de hpr,Jvarl:o.s as proposi<;ões da C. P., pela Câmar:=i, elos Deputados. ETAPAS O problema do financiamento é considerado como o essencial para o c:!ese,1volvimento do plano de valorização, considerando-se 2., si– tuação da região, economicamente fraca, exa– tamente pela falta de capH:üs p::ua invpsti– mentos e de juros baixo; como base para um desenvolvimento da peqn1ena agricultura. O sis– tema de financiamento :la Valorizacão terá exatamente essa finalic.ade, de leva·r ao pe– queno produtor, sem dificuldades L'laiores e com baixos juros e prazos dilatados o nume– rário suficiente para mo'rimentar--s•~ comerei– almente, fugindo à '.tÇào viciosa do fornece– dor e do financiador. Teri, assim êsse Rspecto preliminar de livrar o homem dessa escravidão econômica, dando-lhe oporhrnidade de manter êle próprio, independentemente da ajuda ou financiamentos particular1,.s, a sua, pequena lavoura ou pecuária. Colimado êsse objetivo, econômico e social ao mesmo tempo, outras seriam as compensações financeiras dêsse tra– balho, possibilitando dêsse modo o progTesso - e o aumento da produção. · Esse financiamento, contudo. não será exe– cutado, nos primeiros anos, de maneira elas- ' "'sica como é feita pelos bancos. Será feito por etapas, das quais a primeir,1, terá execução a.. partir de 1955. O financiamento nessa prin;iei-– ra etapa, quando a Valorização encontrará na– turalmente dificuldades para execucüo do pro.,.. grama, por falta de uma con::;eiúncla bancá– ria no interior (o Plano de Em_erg~ncia pre~ê~ verbas para propaganda) . , sera feito :.traves:" das cooperativas, preferencialmente. A Valo– rização financiará a cooper::lti'l;:i,, com juros de 2 % ao ano, e êsta financiará seus associados, com juros de 4%, aumentando, desse modo•. o seu capital. Essa primeira etap,1 será desen– volvida através das Cah:a;; Rurais, pequenos . escritórios bancários esp:;,lhado.-; pelo itite– rior, e dos quais se irrB,diará o financiamento. Vinte Caixac; deverão ser fundaüns no primeiro ano de execução, nas nov2 untdacles federati– vas, êsse número crescerá anualmente, até· atingir pelo menos 100 no fim do Plano. No,, Pará, no primeiro ano, · d8verãu ser instaladas-– pelo menos quatro Caixas, F,m cidades de im– portância econômica e es~oadouros de produ– ção de outras cidades. Deverão ser beneficiados os municípios de Castanhal, Alenquer, Breves.: e A~etetuba. Esses empréstimos serão de vin'.;e a trinta. mil cruzeiros, e feitos diretame;1te através das· cooperativas ou ao colono diretamente, nesse· caso aos juros de 3 a 4%. Na segunda etapa, que será o.tingida ao fim. dos dois primeiros anos d>c ati·,idades, o sis– tema de funcionamento dess::i máquina sofrerá-. modificação, sem contudo serem elas profun– damente sentidas. Haverá maiores exigências,. maior amplitude de crédito, isso tudo aumen-– tando gradativamente, até c:mweguir o sistema. clássico adotado pelos bancos, e que é o ideaL CONSELHO Muito embora ainda nao esteja resolvido,. pois € questão de ordem ~ntern'.1, acredita-se que êsse financiamento ser;1 dirigido e orien– tado por um Conselho Especial, com repre-– sentantes da SPVEA e do Min:sténo da Fa– zenda, dentro das normas que estüo sendo tra– çadas e da regulamentaçi'io que sofrná. De· qualquer modo, será um sistema original na, Amazônia, atendendo as necessidades do pro– dutor e possibilitando ao mesmo a indepen– dência econômica e a poss;l':Jilidadc de aumen– tar -consideravelmente .seu, investimentos e sua produção.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0