Boletim Agro - Cooperativo. 1950

' ~LETU\l AGRO!.C!OO~ERATIVO -39- Vendas á dinheiro nas Socieda~es Cooperativas· Não foi sem razão que os pioneiros de Rochdale instituíram nos estatutos da sua cooperativa a norma das vendas e compras exclusivamente a dinheiro. Realmente, constitui êste princípio uma das bases em que se fundamenta a estabiiidade econômica de uma coopera– tiva, principalmente de consumo. Se todos os cooperados realizassem compras à vista, a maioria das coopera– tivas brasileiras não estaria em situação difícil, pois fàcilmente movimentariam o capital realizado, num constante rodi– zio de utilidades - dinheiro - sempre €m benefício de todos. Seria, então, perfeitamente viavel fe– .zer circular o seu capital, "pelo menos cinco ou seis vezes no período de um ano", como aconselha Frola, para que a cooperativa prospere. Vendendo a crédito, .com a estagna– •ção de parte considerável do capital, ~iã-l é possível se alcançar aquele movimento, resultando tudo isso em prejuízo dos co– operados. A venda a crédito, além de criar difi– culdades de ordem econômic·a-financeiras para a entidade, traz ainda os seguintes inconvenientes : a) - endivida o cooperado; b) - fomenta a realização de gas- . tos supérfluos; ' c) - descontrola a economia do– méstica; d) - é fator de crises de natureza econômica-financeiras capa– zes de levar a cooperativa a um aniquilamento completo. 1 O cooperado, não encontrando ne– nhuma ·dificuldade em adquirir a crédi– to o que deseja, vai, sem se aperceber, comprando certos artigos dispensáveis, o que resulta no aumento exagerado de sua "conta" e na impossibilidade de liqui– dá-la no fim de cada mês. Acontece, en– tão, que além de descontrolar as suas fi-. nanças, êle contribui para que a coope– rativa se prive de pagar à vista as com– pras dos artigos necessários à renovação dos estoques. Como consequência lógica disso tudo temos o encarecimento das utilidades e o descontentamento dos sócios, pois vão aos poucos notando que a sua cooperativa além de oferecer artigos mais caros já não consegue manter o Prmazem de for– necimento com um varia:do sortimento. Chega-se então ao último reflexo das vendas a crédito, com a formação de e.ri – ses de natureza econômico-sociais, capa– zes de levar a cooperativa a um aniquila– mento completo. Que os administradores dessas socie– dades; principalmente da categoria con– sumo, reflitam bem o valor dessa norma estabelecida pelos Pioneiros - vendas a dinheiro - e procurem eliminar tan– to quanto possível a prática defeituosa das operações a crédito, vez que está pro– vado ser impossível a uma entidade dessa natureza prosperar se os seus dirigentes consentem os cooperados se utilizarem do velho sistema do "fiado". 1 (Transcrito de "Cooperação", órgão publicitário do D. E. C. do Ceará). OS CACAUICULTORES BAIANOS, REU- 1 NIDOS EM COOPERATIVA, ABREM ' NOVOS MERCADOS NA EUROPA Fundada há cêrca de 4 anos, a Coop. de Cacauicultores Baianos de responsabi– lidade Ltda. já é uma segura realidade, al– cançando, graças à homogeneidade de esforços dos cooperados, o 3. 0 lugar na exposição do Estado na última safra ca– caueira (1949-1950) .. Agora, estendendo seu campo de ação comercial, a Coopera– tiva mandou à Europa um dos- diretores, que em Portugal, Inglaterra, Suécia, Alemanha, Holanda, Itália e França, ob– teve compromissos de novas importações do cacau preparado pelos associados da entidade. Ultimamente, após a visita do seu diretor-comercial aos países citados, v.em a Cooperativa recebendo diretamen– te propostas vantajosas no que se rela– ciona com o seu ramo de atividades.

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