Boletim Agro - Cooperativo. 1950
BOLETIM AGRO-COOPERATIVO - 35 - INSPEÇÃO Á Cooperalil'a Agricola de Tomé-J\~ú Sr. Diretor : Para conhecimento, apreciaçã o e parecer do SER, ap~ento a V. Sa. o relatóri::i da ins– peção efetuada por est a ChefJ.a ~a "COOPE– RATIVA AGRÍCOLA MISTA DE 'l'OME' AÇú", .!iediada em Quatro Bôcas, Colônia Estadual de Tomé Açú, distrito do Município do Acará, nêst e Estado. C-ONSTITUIÇAO, REGISTO E INSTALAÇÃO DA COOPERATIVA Fundada a 30/9/949, obt eve o registo do gER sob núm:ero 3546, a 7-11-949 ; os associados fundadores subscreveram um capital de ..... CrS 60. qoo,oo, que foi totalmente integralizado, t endo a sociedade entrado em operações após registrada, instalando urn a rmazem de vendas de gêneros e utilidades, cuidando da colocação· dos produtos da3 culturas, dos associados na praça desta capit al e em outros Estados. AGÊNCIA E SEÇÃO DE VENDAS EM BELÉM Para melhor desenvolvimento dos negócios da Coo!-)erativa, a sua diretoria, autorizada em assembléia, instalou uma agência à Rua Dr. Malcher, N. 53, nesta cidade, na qual são de– posit adas as hortaliças e legumes que não en– contram pronta venda, para aquisição do pú– blico, durante os dias dec<irrentes entre as viagens que o mot or da sociedade faz de Be– lém a Tomé Açú; aí também são armazenados os produt os devidamente beneficiados e ensa– cados, que têm de ser exportados ,ou negocia– dos na praça, oferecendo essa medida oportu– nidades de preços mais compensadores. TRANSPORTES DOS PRODUTOS E SÉDE DA COOPERATIVA Presentemente estão sendo utilizadas duas -embarcações: um barco para carga, que conduz passageiros, acionado por motor de 26 H. P., deslocando 8 milhas horárias, e um reb0que, de 40 palmos; essas embarcações, em conjunto, fazem viagens semanais de ida e v,olta, de Belém a Tomé Açú, gastando, em média, 18 a 20 horas, e são as únicas de que a Coopera– tiva dispõe para dar saída a tudo quanto seus associados produzem. Há outras embarcações particulares que fazell)._o mesmo percurno, mas, os fretes oneram sobremaneira os produtos, sejam êles agrícolas ou de horticultura. A séde e instalações da Cooperativa, em Quatro Bôcas, distam 16 quilômetl.'los do porto de Tomé Açú, onde se encontra a adminis– ,tração da Colônia, sendo feito êsse percurso numa estrada mal aparelhada, em caminhões de vários tipos, pertencentes a cooi,erados 1ou iiá integrados no acrevo da sociedade. E' nêsses veículos que a diretoria faz o rodizio pelJos núcleos onde os associados têm residências e trabalhos de campo, em diversas ramificações, por estradas francamente prejudiciais ª'º fator tempo, devido ao mau estado de conservação, :até o embarque em Tomé Açú. Para que as estradas e pontes não se tornem totalmente intransitáveis, são os próprios coóperados que tiram dias de trabalhos de suas cultur'as e Jazem, com ferramentas rudimentares, os re- paros necessários. ' PRINCIPAIS CULTURAS E TRATAMENTO DO SOLO PELOS COLONOS DA EX-COMPA– NHIA NIPôNICA Os agricultores japonêses e nipo-brasi– leiros que se organizaram na sociedade coope– rativa dedicam-se, principalmente, à, cultura do arrioz, pimenta-do reino, fibras, verduras e legumes, Trabalham em terras da ex-compa– nhia Nipônica de Plantações no · Brasil, que obteve por lei do Govêrno do Estado do Pará uma área de SEISCENTOS MIL HECTARES, há vinte anos passados, no Município do Acará, para localização de emigrantes oriundos do Japão, especialmente operários rurais. Com a tleclaração de guerra do Brasil aos países do Eixo, a Companhia teve o seu equipamento de material, constante de serraria, oficina me– cáníca, navios, lanchas, alvarengas, caminhões usina de eletricidade, encorporadio ao Estado, passando a denominar-se Colônia Estadual de Tomé Açú, sob total contrôle do Govêrno. Sub– meteram-se, porém, os colonos nipões que ain– da ficaram domiciliados na área da Colônia às novas condições de vida. E depois dos acon– tecimentos de todos conhecidos, persistiram na sua dedicação ao trabalho do solo. Dec,orridos tantos anos, sem realidade a liberação dos re– manascentes da ex-companhia Nipônica, re– solveram então fundar a "Cooperativa Agrícola Mista de Tomé Açú", com a orientação. e estí– mulo dêste Serviço, o que foi legalmente efe– tuado a 30-9-949. Constituída a sociedade, tornaram-se mais seguros os negócios dos colonos, liocalizados em terras cujas demarcações fizeram anterior– mente, cultivando-as, à medida do possível, por processos corretivos de empobrecimento do solo e rendimento econômico das colheitas. PRODUÇÃO DO ANO DE 1949 E EMPR:E:G6 DE ADUBOS Além do aproveitamento de tôda a maté– ria resultante das derrubas, queimas e desto– eamento, prevenindo a erosão e assegurando a produtividade das terras, os colonos coope– rados utilizam grande quantidade de adubos vegetais e químicos, notadamente no cultivo
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