Boletim Agro - Cooperativo. 1950

.... BOLETIM J\GRO-COOPERJ\Tll'ff · Orgão do Serviço de Assistência ao Cooperativismo A N O VI BELÉM - PARÁ - BRASIL JANEIRO a DEZEMBRO N. 0 11 1 9 5 O Cooperativismo, Govêrno e Mentalidade Depois do advento dé 1930, com a política de revolução econômica e social que se operou, segundo o idealismo e a capacidade administrativa dos,,.cl.elegados do novo Govêrno, o Pará, como outros organismos fed.erativos, retomou a expe- . riência do ~istema cooperativo. O que anteriormente se fizera nesse sentido, não passára de uma tentativa malograda, sem consistência, por falta de rumo diretivo, devido a imprevidência de medidas compulsórias determinantes da fundação de dezenas de cooperativas em massa. Vinte anos transatos dêsse cooperativismo mal alicerçado, seus anêmicos frutos deixaram um crítico exemplo, depreciador da doutrina cristã, do huma– nismo social, da democracia baseada na economia, que a obra de Carlos G~de corporificou para o mundo. Todavia, a terra paraense não ficou totalmente exaurida, com a dissemina– ção de cooperativas nascidas, já precisando de plasma vital, porque fundadas sem prévio exame das condições mentais e materiais do meio em que elas iriam operar. O trabalho de semeadura, com outros métodos e honestidade de propósitos, tem prosseguido, procurando-se corrigir os erros sobreviventes do passado, porque, é mistér seja esquecida no tempo a memória comprometedora das entidades que falharam. · · A tendência natural da natureza humana, para reter a lembrança dos re– sultados prejudiciais, sem perquirir as causas, ainda se encontra alertada quanto ao conceito subalterno, endossado por quantos se viram ilaqueádos, com a cons– tituição e desaparecimento de sociedades arregimentadoras de operários do campo, profissionais assalariados e servidores públicos, que serviram unicamente para satisfazer a uma personalista minoria. Entretanto, nem ao cooperativismo associativo, fomentador da produção, do esfôrço compensativo, do equilíbrio e distribuição das riquezas, da satisfação de necessidades comuns; nem aos Govêrnos que anteviram na sua aplicação, embora desordenada, animador surto de progresso, caberá a acusação sistemática contra as vantajosas promessas cooperativistas. A causa objetiva consiste na precária reeducação do elemento humano, na formação de sua mentalidade, permeável e plástica, para o estudo e disciplina– mento de problemas .da hora presente, tão ligados à essência da cooperação mu– tualista. É de crêr-se, porém, que S. Excia., o Sr. General Alexandre Zacarias de As– sumpção, eleito e empossado no elevado cargo de chefe do Executivo Estadual, .em festivos e históricos atos de soberania e regozijos populares, entenderá que num cooperativismo sadio, realmente prestigiado e estimulado pelo poder público, está a equação da maior soma de iniciativas revalorizadoras da economia regional. E, inda mais, que não sendo substimada a orientação técnica do órgão a que se acha afeta a ação dêsse trabalho salutar, pensará S. Excia. em elevá-lo, desde o preenchimento de seus quadros, com funcionários de capacidade, propi– ciando-lhe o numerário suficiente, a fim de que se possa cuidar de um planeja– mento racional, desqe os bancos escolares, aos setores das classes urbanas e rurí– colas, que venha •minorar a crise das imperiosas resoluções do angustiado padrão de vida. '

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