Boletim Agro - Cooperativo. 1950
.. .,. - 8 - BOLETIM AGRO-COOPERATIVO E seo IL A ss DN i E lt-- M lUJ rNI D e I IP' AD s· DE COOIP'ERA 10\V/DSMO ROBERT-O BEZERRA DE MENEZES • A opinião da maioria dos cooperati– vistas militantes no Brasil, - depois de vários anos de experiências e insano tra– balho visando a difusão dêsse sistema so– cial e econômico - é de que somente com a organização de um bem elaborado plano visando o ensino teórico e prático dessa doutrina se conseguirá concretizar as ba– ses dêsse movimento no país, eliminando– se assim os graves perigos que acarretam à sua prática o fracasso de instituições mal dirigidas e que agremiam pessoas sem nenhuma formação cooperativa. Não se concebe mais o fomento do cooperativismo nos moldes até então pla– nejados pelos órgãos encarregados da sua difusão, pois está sobejamente provado que a multiplicação de cooperativas, sem que se estabeleça paralelamente os meios adequados para tornar conhecido das massas os seus princíptos fundamentais, como matéria de currículo nos estabele– cimentos escolares, quase sempre redun– da num fracasso futuro, pois é bastante que em dez entidades fundadas uma delas seja mal sucedida para que se estenda por toda ·a área onde funcionam o des– crédito contra a pureza do movimento. lnfelizmente, o govêrno federal não se apercebe que não basta "exercer o con– trôle público na organização e funciona– mento das sociedades cooperativas, ze– lando pela observância da lei e das dispo– sições regulamentares nos atos constitu– tivos e nos estatutos". Mais necessário do que êsse contrôle, mais importante do que· a assistência técnica e do que a fiscali– zação a que se propõe realizar o órgão fe– deral encarregado de difundir o coopera– tivismo no Brasil e os seus delegados nos Estados é, sem dúvida alguma, a forma– ção da mentalidade cooperativa nacional, mediante a organização de um plano di– dático visando êducar o povo para poder ·praticar conscientemente o verdadeiro cooperativismo. É o que vêm fazendo os outros países do mundo onde êsse sistema econômico– social se desenvolve com relativa facili– dade. Governo e instituições particulares encarregam-se de movimentar cursos de ensino cooperativo, clubes de estudos, programas de conferências e palestras, versando temas relacionados com a dou– trina e prática da cooperação, enquanto, por outro lado, se multiplicam as coope– rativas escolares, - pequenos laborató– rios onde se forma na alma infantil o verdadeiro sentido da solidariedade hu– mana. Desprezar-se essa orientação educa– cional é querer criar clima propício ao descrédito do movimento cooperativista, dada a ausência quase absoluta de conhe– cimentos da doutrina e fraca mentalidàr de cooperativista do povo brasileiro. Graças às instituições particulares e ao trabalho desenvolvido por alguns co– operativistas militantes, já se pode divi.– sar os contôrnos de um movimento que se estende por toda a parte visando o fo– mento do ensino dessa doutrina no Brasil. A Sociedade Rural Brasileira, com sede em São Paulo, deu-nos o grande exemplo com a formação de um Curso Intensivo de Cooperativismo e, posterior– mente, o Curso de Administradores de Cooperativas. Agora, reunindo êsses cur– sos e ampliando o seu programa de eh– sino da doutrina e prática da cooperação, a Sociedade fundou a Faculdade Livre de Cooperatívismo, grande núcleo de forma– ção didática cuja irradiação benéfica cer– tamente se estenderá por todo o nosso país. Sente-se perfeitamente que o inter– rêsse pela difusão dos conhecimentos dou– trinários do sistema dos pioneiros de Ro– chdale preocupa a mente de todos os lí– deres cooperativistas nacionais, tal é a certe~a que os domina de que assim será l
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