Boletim Agro - Cooperativo. 1946
BOLETIM AGRO-COOPERATIVO Por BRUNO DE MENEZES No Boletim número 5 da Divisão de As– sistência ao Cooperativismo de Alagôas, ~aceió, foi divulgado um comentário a pro– pósito da idéia que certo cooperado mani– festára quanto ao empréstimo que lhe fizê– ra a sua sociedade, o qual ampliamos nos• devidos termos: -"Se eu soubesse que era para pa– gar não teria querido ser sócio da Cooperativa". Chefe êio Expediente do s. A. C. promissos que, pela própria doutrina e pu– reza do sistema, não devem sofrer delongas, sob pena de sobrevir o descrédito e a sua inação total, se tiverem de reco_rrer a esses meios.. . Associ1;tdos há que entendem poder en– ganar impunemente a sua entidade, utili– zando-se Jndividualmente do emprestimo que lhe foi facul_tado, não resgatando-o, an– tes pelo contrário, aplicandó-o em negócios de interêsses pessoais e anti-cooperati– vistas. Lamentavelmente é êste o juízo errôneo que muitos associados fazem das operações de crédito gue efetuam com as suas entida– des. E' um;a suposição bastante generali– zada, reveladora da incompreensão do sis– tema de financiamento aos produtores que se organi-zam em cooperativas. O mais interessante, além disso, é quan– do êsses cooperados contrariados na sua crença, nem sempre ingênua; de que estão na obrigação de pagar o dinheiro que lhes foi emprestado para auxilío aos seus traba– lhos culturais, começam a deblaterar, apre– goando que os objetivos do cooperativismo estão sendo desvirtuados. Essa compreensão, todavia, cot1trasta com ' a legenda UM POR TODOS, TODOS POR UM, que é o símbolo do solidarismo moral e material nas cooperativas, e aquele · que - concorre para deturpá-lo não é digno de pertencer à familia universal unida pela cooperação. Ignoram êles que o sistema possue a sua parte moral, a sua razão de ser, quando 1 éxije que o associado não seja faltoso nos - COllliPromissos assumidos, pois, do contrá– rio, seria estimular a velhacaria, o parasitis– mo, a doblês de carácter, ao passo que a sociedade iria se transformando num órgão inativo, abrigando indivíduos sem noção do esforço mútuo. Toda cooperativa àgrária objetivá in– centivar -a produção, concorrendo para que o operário do campo produza em quantida– de, valorizando o seu trabalho e o seu pro– duto. Daí o crédito rotativo que elas pro– porcionam em operações saldáveis nos pra– zos certos, conforme os ciclos das culturas, não poder ficar à merc§ dos subterfúgios, do descaso, das artimanhas dos consócios beneficiados, que se esquivam ao cumpri- . mento de seus deveres. Educar, portanto, o nosso homem rural, no principio moral de Pl\,GAR O QUE DEVE à sua cooperativa, precisa ser o escôpo dos administradores para que, quando tiverem de lançar mão de meios coercitivos, para compelir o associado a honrar a palavra empenhadà, com a sua assinatu!a no C:ºI?-– trato de financiamento, este nao se fmJa iru.rprêso e alegue não saber se era para pa– gar o que lhe fôra emprestado. Instituições destinadas a- defender a econômia e a tornar menos penosas as con– dições de trabalho doS- produtores de fra– cos recursos, as cooperativas assumem com- Divisão ,·de tótes· e l~stalação de farnmas Agricolas PORTARIA N. 0 75 - DE 30-10-1946 RESOLVE: _Designar O- agrimensor Elmir Guimarães, do s. e . R., para no municipl.o de Bujarú: Machado proc,eder, ~ a} a discriminação topográfica da área destinada à instalação de uma colônia agrícola; b) a divisão da mesma em lotes, em âcôrdo com as disposições regulamen- .l;ares; · - c). a instalação, nestes, de famílias de agricultores, rned1ante bilhetes de locali- zação. ~ O designado per.ceberá, por lote agríco– la, a importancia de _Cr$ 15,00 {quinze cru– zeiros), em acôrdo com o que estatúe o de– creto n. 0 · 229, de 19 de fevereiro de 1945, e apresentará, oportunamente, um memorial circunstaúciado, a respeito, acompanhan– do· da planta da área das terras discrimi~ nadas.-· Dê-se c1ência e (l.umpra-se. Gabinete do Diretor Geral do Departa– m.entõ de Agricultura, 30-10-1946. (a) Olaudio Danin Marques ,. Diretor Geral.
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