Boletim Agro - Cooperativo. 1946

BOLETIM AGRO-COOPERAT.IVO ~ Revalorização Econômica da Amazônia Através de Cooperativas ·de Produção e Consumo -Uma Filial da Caín de Crédlt-0 Cocperativo mia o Orgão Financiador - Verba do Plano de Vaioriza;ão vinculada á e. e. C. para as suas cparações r..este Estado ~ - Em uma das sessões da Sociedade dos Agronomos e Veterinários, recentemente fundada nesta capital, o técnico cooper.ativista Bruno de Menezes, chefe de expediente do Serviço de Assistência ao Cooperativismo, a convite da presi– dência - daquela associação, pronunciou a palestra que a seguir publicamos, de grande interêsse para a valorização ecQnômica àa Amazônia, dentro do plano coüperativista. Nas regiões como a do vale amazâ:– nico, onde a valorização da economia tem sido de uma instabilidãde lamen– tavel, só a estruturação dum plano sis– tematizado, que organize a produção e a distribuiçãq.. ,das riquezas do solo, conseguirá um nivelamento econômico sem crises depressivas. Vítima da imprevidência de govêrnos desatentos à ciência da economia po– lítica, que tudo têm usurpado da natu– reza amazônica, da selva à gleba, da fauna às _águas e ao homem, para cor– rigir no presente, com reflexo no futu– rõ, as causas dessa falência, é aconse– lhavel a execução de um plano em mé– todos cooperativistas, como base funda- _ mental para a recuperação econômica de que tanto se fala . Atuando social e economicamente, dentro de suas modalidades, nas várias células produtoras da Amazônia, o sis– tema coopeTativo seria a fórmula pre– cisa, para a equação da planificação desejada, porque viria modificar as con– dições primárias do trabalho agrário, em todos os seus setores, influindo no fomento agrícola, organizando a dis– tribuição e o consumo dos produtos. • _ A introdução e a realização , de um planejamento essencialmente objetivo, na exploração das fon s de renda, ain• -da subsistentes na pla cie "imatura", esquematizado nos moldes com que o cooperativismo tem tornado ricos, paí– ses pobres, modific~ria sensivelmente os processos_., de trabalho, empregados nos resultados das culturas agro-extra~ tivas e pecuárias regionais, desde os ce-. reais alimentícios às fibras, às madei– ras, às amendoas oleaginosas, à extra-.. ção das héveas e essências florestais, o que viria concorrer para a valorização comercial dêsses produtos, tão ansiosa~ mente almejada. - Nio terreno da indústria pasto1il~ transformadas as fazendas em ,coope– rativas de produção animal, veríamos eliminado o patriarcado rural nos cria- - torios marajoáras e de outras zonas do território amazônico, com a melhoria e d-efesa dos rebanhos, cuidando-se das -pastagens, da alimentação forrageira, evitando-se a devastação das boiadas, pelas enchentes periódicas, tratando– ~e das zoonoses, olhando-se pelos meios de vida dos trabalhadore pecuários, fazendo-se a construção de fazendas, modêlo. - Quanto às indústrias textil e gomi– fera, sobreviria o incremento da cultu– ra do algodão, da juta, das malvas, das fíbras de outras espécies; na extração do latex como a borracha, a balata e subprodutos, o trabalho na selva pas- , saria a ser feito com iniciativas mais humanas, o mesmo acontecendo nas fábricas industrializadoras, de modo a assegurar o êxito da pr-odução organi.. zada. l!:sse plano cooperativi$ta de reestru– turação econômica da Amazônia, não

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0