Boletim Agro - Cooperativo. 1946
BOLETIM AGRO-COOPERATIVO Jl1la.is, se apresentam, comumente, carentes -<lesse precípuo preparo intelectual para or– ganizarem os serviços que lhes competem. A maioria, notadamente, por desconheci– mento-da prática e da ciência do cooperati– vismo, que _não teve nos -bancos esco– lares, submerge no aniquilamento da bôa vontade, que alguns deles revelam, para di– rigir os trabalhos de administração. A idoneidade, habitualmente, é auferida pela trac\ição de honestidade e caráter que o meio lhes conferiu, atributo êsse -que póde dar, individualmente, uma áura de respeito e estima ao cidadão, levando-o a ser esco– lhido para os corpos administrativos numa sociedade. · ,. Muitas vêzes, todavia, êsse Serviço tem verificado não bastar aos diretores dessas cooperativãs a idoneidade reconh~cida e. proclamada, poís, não possuindo capacidad~ administrativa, são ludibriados pelos com– panheiros inescrupulosos, e terminam ar– cando com responsabilidades para as quais não concorreram voluntariamente, GRAVAMES FISCAIS - De um modo geral, não se pode regis– tar existirem gravâmes fiscais pesando sô– bre as coop~rativas, em funcionamento nês– te Estado. Quer as da capital, quer as dos Municípios, gosam de favores parciais, nês- - se sentido. Em virtude das peculiaridades regionais, como sejam longitudes das diferentes zo– nas, precariedades de povoamento e de bra– ços, infuindo sôbre a produção agricola-ex– trativa, enquanto não se formúla uma lei expressa, isentando as cooperativas dos im– postos estaduais e municipais, os Govêrnos estadual e municipal as tem dispensado de quaisquer incidências tributárias. A tendência, já se vê, quando a l~i for promulgada não será para majorar. Con– tl.'ariamente, tudo indica que o princípio a adotar é o de minorar o mais possível êsse tributo, levando-se em conta que o Estado do Pará baseia a sua maior econômia na coletação de impostos, por 'não possuir ou– tms fontes de receita, como sejam explora– ções de indústrias. INGERÊNCIA DOS PODERES PúBLICOS- -Tomando-se no sentido de ingerência dos poderes públicos (federais ,estaduais e municipais) na econômia interna das coope– rativas, é de assinalar a influência que o govêrno interventorial tem exercido, econô– micamente, no progresso dessas entidades. E' oportuno frizar que, só na decorrên·– cia de 1943 a esta data, o cooperativismo pa– raense deixou de ser uma experiência para se .afirmar em realidade ,sendo de anotar igualmente, que a taxa de 5% -de fomento agrícola, arrecadada pelas Prefeituras M11- 11icipais, também há concorrido par,a me– lhoria da econômia dessas entidades, com os financiamentos que têm recebido, prove– nientes dessa arrecadação. Relativamente à ação do Govêrno Fede– ral nêsse seeôr, para vitalizar as nossas coo- perativas, êste S. A. C. tem apresentado, circunstânciada-s exposições de motivos, por intermédio do S. E. R., encarecendo a_ne– cessidade de créfütos, ein quantia sufici– ente, para suprí-las, fazendo empréstimos:: às cooperativas de produ~o e estas a seus. associaàos propiciando me_ios financeiros. às cooperativas de consumo, afim de pode– rem importar o genêros de que catecem, para se libertarem dos prêços elevados dos atacadistas e -varegistas, o que será -viaveL com a instalação em Belém, de uma filial da Caixa de Crédito Cooperativo, ou com. ia concessão de um emprestimo, ao S. A– C., enquanto aquela não fôr instalada. SERVIÇOS PRESTADO~ PELAS COOPERATIVAS Apesar do ambiente de relativo niver mental cooperativista de nossas entidades, sejam de produ9ão, de consumo, crédito e: escolares, não se pode deixar de recorrhe- . cer que os serviços que elas têm prestado a seus associados vêm derpertando inte– rêsse pelo cooperativismo. Na zona da Estrada de Ferro de Bra-– gança, onde foram fundadas as primeiras cooperativas de produção, os agricultores. obtiveram melhores rendimentos nas suas: culturas e-vêm adquirindo os gêneros essen-– ciais, na sua sociedade, por preços mais. baixos do que os do mercado comum. Na capital do Estado, as Cooperativ~s· ':de Consumo, como a dos Bancários, a dos., Funcionários da SNAPP, a Postal-Telegrá– fica, a dos Funcionários Estaduais, a dos Empregados da Limpeza Pública, vêm satis– fazendo, à medida de suas possibilidades, à numerosa classe congregada no seu quadro. social. A Cooperativa Popular de Consumo, que conta par.a mais de oitocentos associa-– dos, e assim as suas Filiais, instaladas em bairros populosos -da cidade, têm concorri– do para que o povo se aperceba das vanta– gens da cooperação e reconheça que o siste– ma de aquisição de mercadori,as e utilidades. nos armazens cooperativos, beneficia, sensi– velmente, a econômia doméstica. E' natural que apareçam associados: descontentes, quando mal orientados, a que– rerem exigir qa cooperativa o que não está. nas suas possibilidades de momento. Uma vêz, porém, que o S. A. C., entra no eonhe- - cimento dêssas queixas, são tomadas me– didas junto às diretorias, para serem sana– das as reclamações. Foi assim que o s_ A. C., procedeu na.. Cooperativa do Instituto Agronômico do Norte, na dos Empregados da Limpeza Pú– blica, e em outras mais. NiVEL D-A ECONôMIA .RURAL .DO ESTADO– E O COOPEfv\TIVISMO Sob o domínio de circuhstâncias espe– ciais, a econômia rural paraense ressente– se de organização sistematizada, para ele– var o seu nível, com a influência salutar do cooperativismo.
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