Boletim oficial de instruçao de JUL a SET de 1907

424 BOLETIM to estabelocimeuto de ensino que destin')u aos pequeninos ser_es que muito cêdo sentem o peso que verga o corpo e trophia o es– pirito!-a orpahndade! Senhores, se ha instituição que mereça encomi– asticos applausos, que eleve bem alto o fecundo e patriotico gover– no do dr. Montenegro, é, sem duvida alg-uma, a creação do instituto Orpahnologico, ios.tituição unica no genero, n'este Estado,-a 01·éclte paraense-onde se acham confortavelmente amparadas e asyladas muitas creanças feridas na mais tenra cdade pelo golpe de orphandade. Graças aos altruisticos sentimentos dos dois benemeritos chefes do Estado e do município, dr. AugLsto Montenegro e senador An– tonio Lemos, já podemos dizer, felizmente, que n·esta terra nito se dti mais o espoctaculo doloroso que enchia de pesar e compungia a consciencia humuna--o abandono e desamparo das creanças desva– lidas! Um e outro, pm·i passu, têm sabido dar brilhante solução ao magno problema da democracia moderna: levantar na creança a ma– jestade do· homem de amanhã, despertando-lhes os sentimi,ntos pa– trioticos, moculando-lhe no espírito o amor ao trabalho. incutindo– lhe na consciencia o sentimento da justiça. Por isso, seja-me permittido, em tão propicia opport.unidade, sau– dar com offusão d'alma em nome d'esses milhares de creanças que com carinho e desvelo recebem o pão do corpo e a luz do espirito, os seus dois maiores bemfeitore~! Viva o dr. .Augusto Montenegro. Viva o senador Antonio Lemos.> As ultimas palavras do orador fôram abafadas por estrondosos e prolongados applausos. _ Depois o menino José Fortaleza disse com muito desembaraço o seguinte monologo, intitulado Os meus pa·rentes: So1i filho da mamei e elo papá, Ncio tem conte.~tação, E o mesmo caso e,n tudo euuat se dá · Ta,nbem com mett irmão. O 1iariz tenho iim pouco a1Tebitado E nada feio so1i, illai; n'isso de.çde ha 11rnito está prot:ado Que safo .a mett a,·6. Na cara por emqi,anto-que,n me dará!– Niío tenho mn pello só, Mm; dizem que hei de vir a usar pêra 'lal qual a minha avó.

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