A Tribuna, v.3, n.58, janeiro de 1928. 40 p.

Não n, miss:i_. das dez, . em Na– n zareth, estava esplen– dida. Esplendida e selecta. Quanta flôr de carne a espalhar encantos? Quanta belleza a irradiar . emocões? Q~anta virtude, tambem; -a pedir ·um alivio? Eie entrou. Ella já est~·a. Olharam,se. Ha q·uanto tempo não se vi.m? . E1la baixou os olhos. Elle comprehe11deu. E sahiu. E foi esperar lá fóra. E' que a «velha» . uão consente na , amistosidade · dos dois . . Felizes? * * * F oi u111. encontro inesR~ra– co, aqudle. Quando que pensariam .cm tal acaso ? De modo que .à sensa– t ão recebida foi estupenda. · Foi colossal. Foi desusada. Foi inedita. . Seria possível, que Ella ainda o a!11asse ; · Seria verdade o que Elia confessava ·naquelle olhar de ternura ? Encheu-se de coragem. E, ali mesmo,'ho templo, elles disrntir,m1 as b;ises de urra pàz 'eterna, · Estarão vivendo · felizes ? * * * Não se esquece O poeta Muniz Barreto é . um doido pelas cousas deliciosas. Tudo que cheir_a a bom é com elle. Tudo ·que "pareç:: Ílno, idem. Sabe differençar. .Tem . senso. Diz se estheta. Avoca para a sua pessôa uma gloria ji1 conquistJda. . E' don0 de livros. E' autor. ·E autor consagrado. ·senão, vejamos. Outro dia elle foi ao Ma- guary. Recepção. Festas. Acdamaéões -populares. Ardor. , Triumpho. Mas o P?eta só se rccor- ,, . · .~~ ,- ~Pi~-Ji~M~ll.lU"!'~~~~~- ~L ✓ •t--~~ 1 De BJ<:nGEUAT DA CÇl\IlA da, hoje, das empa,fas que comeu ... Custa muito O cinema Olympia é um motivo csplendido para o flerte. Entra-se. Senta-se. Espera-s,: o começo da sessão. Apagam-se as luzes. O film vem. A musica diverte. O tempo vôa. Find.1-se a primeira parte. 1\ segunda. A tercci·ra. E assim por diante. E a gente se esqnece da vida. , Lembi:a-se apenas o pa- raisa. Depois. Cm sorriso. Uma analyse. Uma saudade. Custa muito a passar um dia ... Desaprumou O passeio arranjado pelos dois namorados tinlü um fim rnagnifico : encon– \r:irem-se, após uma anciada ausencia de alguns dias. Foram. Quem. chegou primeiro foi 1:l rapaz. · Chegcru e revistou mürn– . ciosamente o · locil. Nada. O Hosque. tinha muita gente, n1as de süa garôta ll':"111 sombra. 1rnpacientou-se. Dei.i para andar de Úm lado para outrc>. Quinze minuros já,'.- ln– viam decorrido, quanJo Elia entra no logradouro publi– co citadc. Vem linda, radiam@, en– cantadora, csplendida, mas t~azcndo um,1 cousa qu~ não cm preci,o : a velha. Dahi o desaprunlél · ,fa– qudle amor. A 'mentira -- E' mentira ! ... E' uma grande mentira, isso . . . Sé quer pensar que seja unia verdade, pense ... Já disse, é tnentira, é mentira é n'lé11tf:·a ... A pequena estava nervosa. Estava ru borisad,1. Envergonhada. Exaltada mesmo. O que teria havido? A prQximamo-nos. Indagamos. Entramos aC' conheci- mento do facto: Me1demoí– sellé que(ia destruir a versi10 de ter ido ao Soort. Agora cabe a. nó.s dizer : Não, ella não foi ... só dan– çou duas, mas uão foi ... * * * O sonho ?"sse moço sympathico tel11 '- cada um sonho . q_u.e pa– rece uma torre de Babel. Sonha e não rnrnprt– ·hende. Eiz uma confusão dcs diabos. Embaralha tudo. Tudo desorg::misa.. Nâo fixa o sonho pcir,1 na. ·ma11hã seguin:e contai-ó aos a1T1igos. Outro dia, porém. a cou– sa sahiu ao inverso do cos– tume EI h: sonhoú. Era um príncipe. E tinha·uma princeza. E tinha muitos vassallos. E muitos adtr,iradores. E n'nita riguez:1. Luxo. Conforto. Embria– guez de felicidade. ·um banquete. Farras. lgua– 'rias. Vinhos. Licôres. Tu– ,do de bon,. Delicia. Sensa 0 ' éâo ... Sonho dentro do so– {1ho. E qw111do elle acordou, naquelle quarto do 3°. au– d,1r daguel1e pred.io , estava todo molbado ... da g.otreira. Maldito * * * 1· -Vae ... m:1ldito ... vae, bandido ... vae sem vergt.1- nha... pc!1sas então que 111e tazes fa ta ! f ? F t:llc foi. E não -.-oltou. Urna semana. Duas ... Dizem que a mulher, quando quer, é mais capri– . chosa do que G homem. !:'arem desta vez falhou o prog11ostica. Senão vejanios: Elle estava muito bem no seu c·scriptorio, quando re– cc beu es'.a cartita : " Meu be!11. Eu quiz ser má; porém 1:ão posso resistir á tua :m– scncia. De1111ho-me . N'1o tenho vo11ra,le para nada. Morro aos poucos. Se não vieres ao 111Lll encontro, n~io sei corno ser:\. Vem, ~im ! .. Eu te peço ;ior tudo quanto ha de mais sagrado ... Sim! ... >) };ão sabemos se fo,ram as pazes. * • *

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