A Tribuna, v.3, n.58, janeiro de 1928. 40 p.
·q tt ·e Os rapazes preparavam– se em, grange azafama para a festa annual de anniver– sàrio da Escola. Todos os annos quando se aproxima o dia em que se co"mmemora a passagem . demais um nata,licio da fun– dação dd estabelecimento, a movimentação é grande no seio das classes estudantinas, procurando cadà qual se es– forçar mais .do que o proxi– mo,· ccncorrendo todos ex– pontanea e àctivamen~e para o maior successo da solemni– dade, que co1'11eça com pom– pas e discursos e termina sem– pre ao som estonteante de um jazz-b:ind, que anima as dah– sas· e faz com que os. pares enlaçados .de corpo e alma.se deliciem esquecidos de tudo que de máo existe sobre a Terra. A festa ia ser magni:tica diziam todos. N8.da faltava, desde a belleza exhúberante das flores qu~ iriam corôar trium phalmente os vasos alu • gados, até os cartões de con– vites que foram arranjados, · de graça em uma typogra– phia, em virtude da amizade ou parentesco longínquo que _ligava um dos estudan– tes ,10 proprietario da casa. .Era preciso entretanto pro, , vide.ncfar de~dt, cêdo, sobre a cli~fribuição dos ingressos, para qtie as moças sem pi-e f;lceiras e sempre exigentes tivessem tempo para com:.. · prar vçstidos novôs ou ine- .· tamorphosear os velhos, co:n um retalho de· outra fazenda ou bordados mul– ticôres. - Poremos com antece– dencia nos Cor eim, com o respectivo endereço. di– zia utn. -Não, retrucava outro . O carteiro não merece fé, e, depois, teremos a desagra– davel surpreza de ver a casa vasia ê toda a 5oci_ed ade a se queixar _de não ter recebido .A. l.v.J: C> _t::) .A.. convites. -Registraremos ... Assim não ha receio de falta de entregJ. VESTIDOS PA RA TARDE --Isso é uma loucura. .Teremos de, distribuir- .uns qui:1hentos convits;s. A ·qui-· uhentos .réis 'êa,lã - régistró; gastaremos nadá menos de 250$000. Assim onde 1re- n1os parar ? · -Como ha de ser eútão? -Não sei. E ellés que haviam ven: , cido tantos obstaculos peri– gosos, estavam agora emba- . racados déante de uma ni- nharia. , . --Ah ! já . sei, exclamou com um sorriso amplo um dos estudantes. Todos volt~ram-si> para elle, desejosos de saber o meio como h,l\'i Jm d~ sa– hir daquella situação. -Tomaremos um auto-.•. movei, con tinuou, e em menos de duas horas nós proprios entregaremos todos cs enveloppes. Gastaremos 36$000 e ficaremos perfei– tamente tranquillos. -Está certo ! exclama– ram radiantes todos de uma vez só. Porem um problema mais serio se esboçara já. Ernm ·elle$, nunca menos de uns oitenta rapazes; to– dos queriam ir e um amo·– movel não comportava mais de quarrà '. A indisciplina cá meio de .estudantes é o la_ço que mais os une e aproxima. Ne11hum queria se . coá– formar c;m ser. posto . de ~. parte e , O. dir.cctor da fes1:1, Car- · 4 ,_ los Albuquerque, com a maior· auctoricfadc que po dia fü1gir, dísse : - .-·-·-· ._ -Pac-i_e.ncia_collegas; I~to é da vi_d,l. _Só podem ·_ir.quà:- . t_rO. s,eg_uido ,. C?m,:nig9 o – Luiz , Baptista, o José Te_i– xeira e o Mario Figueiredo. Voc&s se divertirão muito · n_a festa ·e não precisam pas~ , 'sear de automovel. E, qtJ-e– rem saber de uma coisa? Es– ~e negocio. de clistri.bui~ã:O é uma· €spiga. Mas, ·emfi.n, 1 cu sou·ob_rigado a e,s<!: • sa- ci"ificio. : . · Partiram os quatro p<1ra o ponte de autom.oveis e dentre 'efles tomarám um .que havia chegado da AnÍc- · rica na vespna e ,1inda -:iem · possuía numero. ' Emquanto ó carró rolava silenciosamente sobre o·s t-ri-: lhos os mpazes ·iam coói bi– n.arido a ordem que obed.e– ce.riam nos cor+vites ... -Iremos agora á cása (fo,. · _ sr. Salvador llsanêz que te1:n belbs filhas, com quen1 pre.– tendo d.ansar, arí'iscoú o ar: gato Zá T,::'ixeira.: - - .E' mesmo. . . · respon·- · deu AH:iuquerqúe. -Oh cbaú/- · feur toca para a .· ira vessa .·. Quititino 13oca·,•uv_a . · . · 1 · O carro f):ii-oú . á- porta . indicada. O palacete ê um : áos mais bellos da' cidaifr, e·n, bo.ra coi1struido cni .es– tvlo ·medieval·.. Tocai-ari1.- 11a : cãmpJinha ele~trica ·qut fez apparecer uma bonita êre,1: <linha que ÓS _intr,oduzÍo' num salão . vasto, pintatlo de azul claro. ' · - Querem.os fallar aô sr. . IlJanêz. E' o_bsequio &1-ilr~.- . ll;ic _que se trata .de U t11~ , comissão de estudantes. · · . - U ri1 momento . , _E]J½ , · v_em já. , > .., Re~lmente logo . apó 3 ap1 , . pareceu o dono da casa, .tJm , · sujeito gordo, cheiô -de . ba. ·nhas e de baixa· estatura. -. Depois d~s .:cumprin.1~11- · tos .fü-_ptista disse :_ ._. , -,:Vimos t, aze.r-lhe o .,con , .: • vire · para .a · n..'lssa festa" no · proximo "élia 24. D sr.. ])on - , rar-pos-á com . a sua pre~. sença e. ~k sua.s g.entilissirnas : filhas, · . -El trage e-s a rigor? La etiqueta es de gaÍa? . · · · --:-Sim st;nhor: "E' uma festa solemne, • respondeu com um leve ~01-ris-0 o Ma- rio . Figuein, do .· , ·• .'· (. . -A que boms empies& . _la Jiesta_,? ' ... , · . . - A's dez da noite terão· inicio as dai'isas. · ~l ~j •.· ..
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