Revista A Semana - Maio v3 n 666

,ü111 a.nno dtopoi.s, tive a llolo– rosa noticia do f'alJecimento da minha bôa màe. Não sobreviveu ao desgosto qae a torturara. cJà nes1:a. época, meu maú,lo ba.,ia mudado sobremodo : trata– .va- roe com rispidez e chegava em casa alt&s l.u,rus da n!llte, chei– ra.ndo à alcool e de carteira va- tiu, d~ix,,ndo-me e!âttegu.e -4 ca– ridade du uma velha minha viú~ nha, eflndoida da amargara. .dos meus diao e do desprejlo que me fôr& dado •m circumgtuncia, tflo vexatoúas. Da"bi em deante, si a minbo. vida era neiregada com elle, pasaou a ser d1t miseriaa sem o seu arrimo, j1;uados, cabillhuix.011 1 rscolbe1·a m, st1 á 11ala secreta, Quando eÍl.a voltou a ai·, estava nama cama muito .branca do hos– pital e ao suu lado, pequenina e lindu. a filhinha a lhe sorrir' do:. eemente. . Abrindo os olbm1 e vendo todl\ aquella transr1>rmação, estupefacta e absorta, como quem sae de uma sala escura e recebe o sol em cheio perguntou, medrosa : zia. h . . , Certa man ã. commun1que1- l be que i.ria ser mãe, esperando q \le tal no-vlt lhe tocasse as fibras já in;;eosiveis do coração emp~– d ernido. Deli de hombros e sah1u arreb3tad11,m~ote, sem beija~-me como o fazia ante~ e o de1:s :ó.ra 1 1 a muito. , Bn trancada e desprezada en- tre as '-paredes do meu lar 1 _ ig-no– rava h1t6irament.e o dest\no da sua vida e administração ela fortu- 8 que eu trouxe da ca&a paterna. P d. Dia a 1a, o seu oomporiamento a peor, e, certa vez, qnando r~e pedi que olha~s~ pelo nosso fnturo e o do entes1nho que eu - tra1-ia noa entranhas, deu-me um !llpurrã.o, magoau~o-me o rosttl, e ,A fortuna mingu"¼VI\ sensível– ente vi~ta pe la preoccuI)ação do JJl u espírito. Não me ollngaoá ra. • F i vendida a casa oude mota- ' [JlOl! men--patrimonio de familia, '11l . 0 ; fim, os melhores obj ect()S d~ ~osso lar iam salüodo uns apos outros, sem que eu soubesse o stino que le\avam. Era-me re– de,,ada toda e qunlq tier explica– c~o no que ·se reft:1 ia aoil seus Q tos de senhor ub4,ilut,o, ac ,Quando nnd-a mais possuía, tie.ndo da casa hem arranjada de q ti'ora só nit, res!liva uma miso– u\l val c::una, num quarto escuro ~: ntn sotimo andar, raiou para IJ)Íll' uma nova aurora : nasceu o frncto d.o meu a~or. 1 . ,Era uma menina. AS agnm.-.s io.llndo~am- me o ro_sto de alegria. }l;~q\leci tudo. E _!11, naquelia oc– siàO, meu m1n·1do, a quem en, cn 'to d A. • d.espe1 o_ 1eu m..o trato, mu1- il ellti.!llava ainda, não t.ive>111e ae ~" 0 .. trado de uma ferocidade ill– JJI .;.1, e'll o teria perdoado -por º:ior d.. qa.elle anjinho, que era 8 :arne da &lla carue, o aangue do :a !IUlgtte. • <J Ainda ·se ou fosse só, passaria de qualquer modo, mas precisava, alem de tudo, d• algum conforto e de meios para c:rear o m·ou an• jinho. ' e Um mez depois, sem recunoe, olhava, quasi desvairada, a mi– nha filhinba felfrir e·- faminta, so• bre o catre miserli-Yel. Não me euntive. Como louca, apoasei-me de um punhal que guardava a minha hcnra no antro em que vivia mettida e sahi â procura do homem que ennegreceu a minha vida e de.sgraçou todo o meu fu– turo. Sabia onde encentrál - o. Chevia e não havia estrell!ls no céo sombrio. -Como vim- ter aqui e por que tenho a minha filha ? . •• · E a enfermeira, maternal e meiga, arranja1>do•lhe os lençóes alvíssimos : -Fui Den11, irmã, quem illu– mio,ou os homens para a sua ab– ilolvição, devolvendo-lhe a liber• dade. Foi elle que, com ,a sul\ infinita doçura e bondide imma•· cnlada, lhe devolveu a este an– jinho loiro que tanto necessita doii seus cuidado& e do .sou cari– nho. ETERNA CANÇÃO... •Dópois de uma b_ora de ca– minhada sob a cbuya mcl!imenta, tiritando de frio e de eolern, poe– tei~mo á entrada do cClub dos Iudependentau. Eram quasi onze Imagino, ãs vezes, que tenho horas da u oite, quando nm carro dentro do peito uma fonte. Um~ parou á .porta, delle _saltando um fonte de ternura. Quando penso jov-en par. Re1;onb~c1 no ?ornem em ti, quando te ovoco a imagem 0 Albino da 111mha traged1a. ~ encaotadera e linda, a minha • Vioh!i reseendendo a essencias fonte de te1·nura eomo que corne– carasi e o seu aspeeto era o da ça 11 jorrar, suavemente, doce– eleganeia de sempre. Na semi- meu.te , pondo-me em todo o ser eaci;iridii.ó d ,, portal, eu apertava, - uma sensação deliciosa de ealma, nervosa, o calílo_ da arma, quando da hem estar, de doçura. · roçando por mim, elle galgou o ••; Outr(ls vezes supponho ter, p rilD&iro degrál)._ dentro d'alma, um jardim. U m , Cuamei- o. Olhou-me, aclmi- jardim encantado. ~ quande te r ndo, ª, autes que eu lhe fata,s,, vojo, quando o meu olhu se em- .. ~ d bebe em to11 olb!\r, é como se volto14•010 ª 9 costas_. n um es- chegasse a primav8ra : o' ja1•diia pret1:o de cão. Tomei-ll~e a de- 1le minh'ahna todo se abre em aateira. O sang1o1e vóio-me á flôr e começa a trescalar um per.. boccs. e, 1em uma palavra! era- tume til~ dece e tão ' subtil que vei-Jb;, o pun_bnl b no .P~dto a~é eu, enlevado, como em extaso, eumir•se a lamma omici ª· ' não sei mais iO vivo na terra, naquelle ~oment?, duae vi~as lhe se vivo no parai110•.. tiraria, si duas vidas elle tivesse~. Prado Malill E dos seu11 olhos eecco11 e br1- lhantas as l.agrimas rolarlim em t ,rren tes. A cabeça vergAra sob 0 peso ela narrativa. As p~ucas forças lhe faltaram e a vertigem ae apoderou do seu cerebro e1. Um joven consultava a Antis– tenea sobre com, escolher uma esposa. ae ,},. n nsia filha, ao invég . de raoclel-o, como eu o e:1perava, 9 fllgentou-~ de todo. Naqu,lla :fio.hã, .ah1u para uão maia vol" hau.sto. Pela at9ll~~neía numerosa, am 1 -,.arre ~ rpa.aa ,111i1»aQ e H - Si escolherei uma boeita - reepondn e philosopbo _ não se– ri tua sowente; ai uaaa feia fica.. i·áa s.rrep@11d.id0 110 aesaa,oifüv

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