A Semana 1924 - Novembro v6 n 342
• • • • • ASUMAN __ A____•___ •_ __ • __•___ •_ _ t l\ l?ROVl\ ' 'Nos 11oilcs t/e lw1>· ha um mysle,·io q1wlq11e,· ' ,:om WTepio~ de <111101· e bP.ijos ele m11lhe1·.•." José Simões. Aqn61lll ii lia rloliciosa era bem a Paqne– tú. nortist a. A témperaturn amima, a quie· tn,fo acal'iCihilüra, a V'lgetaçüo abundante, a agua crystallina do,; igornpés, faziam a i;rranrle uttrnçãa dos amantes, que se dis per. suvn.m u(Js pares, em doces colloquios– .d qud lo em bem corno u1m1 outra ilha dos a more~, sem o paganismo intenso com .IJUe nos clescreveti u s ua o vate· 'excelso. Pa,ra melhor, a e,se tempo. a dissolução dos cos· tomes ainda não tinha. como agora. em– polgado os caractéres. '.l'udo era singelo, o proprio ambiente estava como que impre– gnado das em_anaç9es edênicas, antes da glõria. do pecclldo. Amava~se, é certo, mas com esse pnndo·noroso recato, qrle é a pe• dra angular sobre que assenta a sagrnda institui,;iio da fn.miliu. Huvia, entretanto umo. joven loira que se conservára indiffe'. ' rente ás paixões mur1danas. Vivia para o niodesto lar.em que nascem, e onde com- l municava a alegria genUI da sua adoles - cente pulchritude. ' C'h11.mO:va-se Yvette. Urn· dia a Dresonta· mm-lhe Mlirio, nm c'onterraneo receio-for· mado em eng~nharir.. Rapttz de educação , esmer11,da e nobres sentimentos, affez-se desde logo á simplicidade daquelle lar atien· çoado, procurando ungil·o coin a p•1reza do seu amor. Já de si para si. tomára o com• promisso de desposar Yvette, mas a deusa era impassível, descria dos homens; .o seu scepticismo era atroz, inderrocavel, quasi, P or outro ludo, Marlo tudo fazia por de- . monstrar-lhe a sinceridade do sen affecto. 'l'orn ou·se idealista, e quiz, como o poeta, «descer ao fundo azul -/11rq11eza• do mar, e de lá arrancar •as perolas mais balias, me.is• divinas• para adornai-o.. Fez-se ro· mantico. e não hou ve personagem da peri· gosa escola que elle não procurasse encar– nar. Desejou ser o heróe do C11rctno, para dizer do amor com a mestria e subtileza la· pidar de R oi,tand. C9ojecturou mil phan– tasias, e, t ornando-se por fim mais pratico, ,p1iz solicitai-o. em casamento. A moçu. pe• d iu•lhe p razos. Urn1l noite, qu11.udo o luar scintillava como se fôra prata liquefeita em sonho, el.le , j:í. nos paroxismos da luto, provocon uma explicaçii.o, e a resposta se não fez esperar : -E' que amda uõ.o t ive umo. provo. elo- quente do seu amor. · -Mas penso j á te haver dado t odas a s provas, tantas são e lias ... - E ' um engano !<eu. O senhor é um exaltado. A's vezes quero me convencer de que tu,io são ar rl<•nws phantasias da s uu. imugi uação. A sua constanci11, porem, n s11>1 declic,içiio, o sen affocto, quasi me 1·nc>t ivaram, eu já mr sinto quasi s ua. De– snln-rrH', no emtant,·, vêr qn,e ainda falta uma prova, cuj a eloqnPnte mudez fale, se me permit te a expressã1.1, por todas essas repetidas provas que me tem <lado. E, soh o lua r ma ravilhoso. Yvette trans· figu:·nva-;e. sublime de belleza. e g;rnça. Mario se não contP.ve por mais tempo, e , num impulso irrepriroivel, segurou-lhe ló\ cabecinha de oiro, onvindo-se nesse mo~ manto ,, tmssilar de um beijo ... -Ern esta a prova que faltava, soluçou Yvette em um assomo de indizível conten– tLmento, despre ndendo os labios que lem– bravam petalas esmagadas de jasminli e rosas . ]OSIAS SOARES. G.RAVETOS Elle· não é feio apesar de lhe fal - tarem cs de ntes. Não é "aguia", não é •'gayiüo". E ' um "arara", porque ama demais. Quer imitar o Principe Al– •cides, isto é, eleganciàudo-se. . foi um dia destes a casa daquella qu~ o perturba. '2' que ha de, em pri– me rrn mão, exigir-lhe que procure 1 um dentista. . I•'oi até lá, bateu tres pancadas. D e d1mti-o uma trucilada de risos des petalou-se no ambiente. ~lle ficou ti-emulo. E disse, a lluci– do de amor: «E'... a voz delln.•. ou, a ntes, é o cnntico encantador ele uma ,,creia.» Saiu a correr, tremulo. Elia veio :~ jane lla e ach~u graça. Todo mnndo achou g·raça na visi– n1111nça. Agora, adi vinhem qu em é esse "ara - 1·a ,,, 1 'nrarr,o,, '"' M mACY. Calçados com e\egancia sú s~ encontram na Saputarilt Pelicano. 1 l
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