A Semana Janeiro v6 n 299
.1 ' ..." Jestls ele s,, ;;a,·elh. scmi- 11 u, a 11uio dii·eil.a estendida ao bci,jo impuro dos pecc,, dores, ja;;u,. hi,-10 1wM esquife negl'o, cw pé ela scrcrisl ia". G.IRfüEL :UARQ(jES - ... ·' Que importa ahi que soffras? 'rodos soffi·em na terra; e no dia em que · ' a miseria e 11 dôr, como o corvo soturno daquelle louco extraordinario 1 entram pe- . la j a nella, a ultima aza da felici dade fog e p ela por ta e perde- se na dolorosa cer– teza do passado. Vamos, ~Iario Savio, ergue a fron te e encara a vida; pinta. um sorriso nos labios... o sorriso é a fidal– guia da dor... " E ::IIario estremecia. El'!tm boccas in– ví,;iveis no crepusculo excuso do seu tn gurio qu e , de hora a h ora, numa voz de supl,lica e exh orta.ção, taes coisas lhe dizinm. S im, eram boccas que ll1e fala– vam; era a lguma coisa que vivia fóra do seu pc nsamont o, que, nessa toada, lhe procurava os ouvidos... Pois ia e lle lá p ons::u- a ssim'? N:w; que a sonata ela espera.n ça nfto cabe no coraçi:to do deses– per o. E lle tornam ela lucide z momentanrn de a nimo ao marasmo taciturno qu e lhe rmtrara 110 corai;i:10, desde aqu ello mo– mento de per)'ctun lembrança em que lhe tiUhira, portas fóra, o corpo frio, e loiro, umclQ ~ mortQ, da filha. P oiti que ,lhe e ra tudo a Cecília . Os seus t reze :mnos de formosma soberba c!avam- I h e ao amor paterno a certe za do céo, como lhe dera õ seu adeus inenarrave l a pro– funda expor iencia do inferno... E aqLLclle se_g redo na ~escida .para o turnulo'? Ah !, como lhe dornmt :J,te então, ns pnlavras que o~ la_bios _de Cecília, já invadidos pelos pn 1e u·os h vores da mor:– to murmuraram, num soluço, aos ouv1- d~s de .su a amiga. ciue 1~u udo de fé ou desvai1•0 foi enfornado na taça daqu el– les ouvidos confidentes da morte? Elle, pae. e!l-e pae d a que ll e l.):rio murcho, nunca o pudera saber .. V ira, apenas, os 1 labios incertos d_a conf1dent~, n11m trem(l r convulsn de s;ngultos suf– focndos, sussurrar, nervosamen te , de ar– repeliío, como um grito· qu e não echôa, a divina a cquiescencia dum " sim".JVira -a tambem réceber das miws da quase mol!– ta, al g uma coisa que elle julg ot~ santa por sahir das mãos da fi lha, coisa que santame nte o torturava no delírio desa– ber. Vira o envolu cro do obje cto mys– ter ioso... P ois ni:-to conhecia elle e bem aquelln bolsinha bordada a seda ve rde pelo capricho da filha e cujo contendo nunca, até então, lhe fizera florir cu– riosidade'? Vira a arni~a beijar longamen– te os olhos ve reies de r;rci h n, verdes co– mo um oceano de luz, onde sossobrava, no l1orror e t-0rno de um instante , a flo– t ilha encan tada da viela. Vira morre r n fi lh a, vendo faltar-lhe a e lle a propria vida. O mundo estrcmeçrrn; rolara em chamma,, num de-lírio violento de cin – za, qne ll!n vemluvnl sacode, clenLro do seu c•[11·n,;fto qur se despednc;ou, cm si– loncio, occul ta111Pntc, ~nc rificaclnrn" nte.
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