A Semana Janeiro v6 n 299
Raios de Sol.. A Luiz Gomes f..,al cheguei para a vida, tu chegaste e a minha vida encheste de carinhos... Eras omunào e d face dos caminhos, outromundo. risonha, me apontaste... 1 Mal so11he_i, mysteriosa tu passaste como essas aves que não fazem ninhos... Comoa roseira que f loresce espinhos antes das rosas se formarem na haste•.. Mal sorri para as cousas e chorei para mimmesmo... Eo pranto, odesalento dentro da propria dôr eu abençoei... Porque tu foste"apenas a illusãol . -Sol que após 11111 fatal deslumbramento, fugio deixando sombras pelo chão..• M uNIZ BA~RETO. ---• - - - - Fôlhas que ovento léva... F t>i n'uma noite de cabaret e de delirio que a encontrei. A minha cabelleira revôl– ta eva bem o énpuz de sê<lo. ·da minha em- briaguez. • Os copos se esvasiu.vam com a mesma ligeireza com que se esvasiavam os craneos dos. beboçoo. Eile. vestia a espernnça me.ri · t imo. dos naufragos, maresiando ondula– ções ophidicae e provocadoras . .. O seu vestido verde me foi revelador. E o men anseio de ·•apache" dos sentimentos teve a satisf1-ção ambicionada. Era A primeira conquista de tantos an– nos de frequencia áquelle bo1dél. E ra a pli· meira, e talvez por isso mesmo despertou a att<>nçü.o de todas as mulheres. B, entre to· das uu!a dessas creoturos envelhecidas no declinio da a lma e da carne jurou me en– feitiçar. para, pelo poder dos philtros diabo- ' Jico~ conseguir a minha inteira indifferen• ça p~r aquella apachi11el/c do vestido mo• ritimo de espe:ança.. . ~t* R omero: eu sou teu am igo e vou dizer– te : - si queres conhecer-te, si queres co– nhecer a quanto 11 especie tem baixado na 1 ,elevação ·das ambiç5es de cada um, procu– ra aquellas mulheres do liordél; bhsca-Jhes a corda sensível, fere-·a. e escutarás, admi– rado. o cantochiio da Humanidade. de pro– fundis damari da car ne em vrnipendios. F oi no bordé l qne eu me conheci o lon- ' co, que sempre foi, na inconsciencia de su– bir, para beijar agoella estrella que não m e v.;, tão alta est á para os meos olhos ambi· ciosos e insen satos da batrachio . .. -'r :f: -:} E ' sempre na hora morrente da noute quieta que Elia me vem e me chega , e~te– noada e extravagante,-nuvem de carne e de perfume, gue se fez a miragem constan • te dos meus olhos vivaces de Beduino da Sombra e do Silencio.. . E a soa fig urilha moderna de modêlo se destaca, s uavemen– te, pelo. berração do quelÍralnz côr de gan- 11:rena, diabolico, satanazando ner vos, num convite capro para os deleites da luxuria... *** E os meus olhos vivaces de Bedoino da Sombra e do Silencio pulsam n as órbitas can~ada~, como duas pyras symbolicas em torno áquelle corpo de braza., em meio ao ambiente symbolico de braza... .,. *º* Ella vem dv Club, onde deslumbrara a todos, çomo ama caricatura nova a traço tino de piueél, reproduzida na pagin n bem trabalhada de uma revista de arte... I~ vem para o meu Inferno do P ensamento, por– que não obstante amar a qualquer um, e a qualquer um deslumbrar com a facilidade mesma com que se entrego. n qualquer um, Elia tem o orgulho de me embevecer n a. hora quieta da noute morrente, com aguei– la extravagancia do ·seu todo de miragem constante de meus olhos vivaces de Ba– ~uino da Sombra e do Silenoio, corno duas · py ras symbolicas num ambiente de braza,• e em torno a um corpo de broza com oce· nos capros para a luxuria dos deleites, rles– tacando·ses unvemente,dolorosamente, pela berração do quebraluz côr de gang rena . • ERi'lANI VIEIRA. _ ___,__*___ 1 O menhor maio de prender alguem é deixai-o crer que é livre. Nosso verdadeiro amigo é aquelle que não nos descaipa nada e nos perdoa tudo. C. DIANE. -1
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