A Semana 1922 - Setembro v4 n 231

1. l r - ---- - .- ----- onto~c::: •F' d'.d~emol1o iL A _J - lj um conto de um romance!= _r~-...... ,,,.. -~ Antonio ia bater, mas a porta re– &uou abrindo-se, e Nalalia appare- cêu. -t. -As tuas aulas hoje acabaram mais tarde ? -Não. Eu chego mais cedo, rPs- po11deu elle, entrando. • -Mas já passaram outro~... -São o., quA vir.mm correndo. Grave, e11c~q10do-o, a menina per- guntou: -E tu por que não vieste cor- rendo ? -Porque não sabia que estavas aqui. - Mas, eu volto jú para a minha casa. . Ji'echon a porta t>, contranand_o 0 seu dito, foi sen téll'•Se 110 suía perto do namorado, que ,1liando1w– ra O chapéo A os livros sobre uma cndeira. , A pa llida iuz da tarde, penetran– do pelas duas porta~ abertas 1iara o interior, c~cassarncnto allli11uava n fria olJscuriclade da ~ala ,-sala po– bre de casa rica . AttE1nta11do no modc~lo mohi– ' liario-um sofú e seis cadeiras aus– triacas-füitalia commeatou: -A sa la da mamfte é mai.i bo11il~. o seu Aluxaudre deve ser muito mise1av1il. Antonio. coutestnndo-a, explicou: - O tio ,\lexandre tem outra 1110- bilia, qu e lhe custou contos de n'.-i~, mais foi para o E,todo O, lentai, por r.au ~a da :::uerra. Está numa estan– cia de papal-'. (l;ntão, dilatondo os languidos olhos 11 0 or,Js. a 'curiu1,a indagou: -O s;u Lu iz ta1n1Je111 é muito rico ? o iogeuuo, con\'ido, affirmou : -E' mai~ rico. Tem l'sta, e outras c;1>'as, aqui, na lli1 1 l'l'a, 110 Sal to r, Moo tevidén. - E eslnncias ':' -Tem tr~s. Uma ao Brasil e duas 110 Estado Oriental. -Só? -Tem treschacara~.. . -B dinhr.iro? --Tambrrn. - )Ju ilo? -~luilo. -E onde? -Ouvi o pa1iae di zer, em segre- do, á mamãe, qne ia enterrai-o no campo do Arapery, por não ler con– fian ça nos bancos. - E o seu Luiz estir, agora, oo Al'apPhy? -Estã. - E: a doua Phaldina ? -~lamàe Lambem. - E tu por 4uo não foste cem elles ':' -Pôr lua Cãll•a , re11ortou, sur– gind o do apo~euto vi~inho, d. Bn– l11 n11ia, qtH', entre seria o b1·01eira, se111 <lar tempo á replica ordenou: -Mi>u caro sohrinho. quPro r1ue me pre~tes um s,•rviço. Va1; dar umn YOltinha e tra?.e noticias do E~trl'iio. Vê o qun nllll faz. 011 com q Uf'lll Pstá. Se as noticias forPlll hôas. 1?a111Jos um hoijo da Nalalia. N~o Le rlernoros. A11lo:ilo. ahorrf'cido µor r m suh– misrn, rnz o d1a pi'•o, murmu1a11do utn ~ecc·o-- i\Lé logo, e sahiu. ;'iatali:i e1:;unu-,e. mais d. Betl1a– nia, sentando-se, obrigou-a a sen– tar-se: - Espera que Anlo11io l'olte. De• ves pagar-l he o heij,1. - Eu não (ll'Oll)Clli b!'ijo 110 - rrhum ... -Mas r u pron11!tli , adivi•il11J11do o tr 11 descjn. Corada e 111uda, a me11i11a ahaixou a t:alieça, alvPjaaa, em sPguida, por uma in tP.qrnll açào: - (Jueres ser mi11ha ;;obrinh:i? ,\ inttiq,ellada procurou ri;fugio uuura evasiva: -Nú~ somos 111uit) creunçu_s para pe11sttr em casamP nto. -Crcanças, nada! O .\11lu11io, com o~ seu~ t,cw an1111~, (, •1ua,i Ulll huu,~IJ1, !' lll , COlll os leu, 'l llil · lurze, t> <'SSe col'{J'l. l~- J11ullrt1r f1:1ta. -D. Sluhá, cluuiaudu: · A SEM~.A 1 - Estou aociosa. O Antonio, a1 é esta hora, uão ve.iu do co!IP.gio. - Qn.,m te disse que não vciu? Veiu e sah iu . Foi levar um recado ao lgnacio, esclareceu, menttindo á irn1ã. -- \'i\'O a~su stada por cansa dcs~e mPnino. O Luiz é ma raga tu, e se se me>tté a · proteger :i revolução, os govern istas são capazes de apri"– sio11ar o menino, concluiu a alar• nrncla senhora. Contrariou-a, como sPmpr~, a ma11a. esquecida, agora, do que antes di$sera a Nalalia: -Deixe-te de tolices. O Antooio é uma creança. - Tambem o Guilherme, fllho do Urba no Carreiri:1ta, é uma crean ça, e, por causa d<> maragalismo do pae. foi recrutado como voluntario para o l8 da linha, con5iderou d. Sinhá. Fez 1101a breve pau~a modilaliva e cont in uou: ' -O Luiz e a Uhaldina queriam lc– vul-o. ílPviam levai-o. mas capri– choso, o Antonio 11ão IJUÍZ ir para 11ão s,, atrazar nos r stud'ls, -!'OS Ast ucio~. repetiu m:iliciosa. mrn tr•, dona 1Jeth:1Dia. '.'ialal ia, advertiudo-se cm voz alta, dis$P.: - .'I ma111!ie 11ã11 gosta qne eu dc– morp r111a1 tlo ~:iio. Jâ von. F.r:!IICU •~" r. romo ,e a real?.s5-o UII: ('0ll~tr:i 11:;;mr nlo, C:Jllli nhou COlll emharaçaclo v:iga r alé · porta da ru n, ab riu-a e, rcchaud o-a sobro si, de~ ped i11-sr : - Ate a111n11hà . . . D. Sinhá chamou uma creada, a china Hila, e mandou-a culloca r a,; velas aos ca~liçaPs e o kcro~e11e 11as la111 pada•. O. nethaoia, caularolan– do a incon hercucia de urna ca ução improvisada, recolheu-se ao qu,1rlo, a espcr:Jr as büas nulicias encorn– mf'ndada•. E~1:urP.cPn1. O írio cortava. Anto– nio voltou e, furioso por 11:10 r.11cou– ll'ar l'iatalia, C0llllllllOicou a f' IJ l' r– gia da iaiva á ligeirew do~ pé~, r": rindo. com o prol,rngaclo barulho dos passos, os attc11tos ou,•idos da Lia, que o agua rdou de pc'i, 11 0 meio do quarto, oscil landu conro u111 i: l1' UUH íor111a i111u1alerial, uo trPOJLI· lo cla,ão mor tiço da la,n1,u rina. - Yht11? O de,t:011tr 11te 111e11sagei ro a"10- "º " 1, P,taca udo a dous 111.. tros da 11111 t1 r, lon 1:n.:1111cl1do na trnva : \ 1. Cst,1111 na cali;a cla da casa do l1cn1'. cuuverso odo ..•

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0