A Semana 1922 - Setembro v4 n 231

Os dois compadres ~ V Para diminuir as despé :1.ns de con· ducção, trnnspo,-te e forragem, a; rezes foram compradas de parceiria pelos dois compadres, que sentiam li- urgencia de renovar o .decahiJo, gado de suas fazendas. Chegou um bello d iú o vapor do Sul, com o seu carregamento de re– p roductores. Havia especimens de muitas raças, desde o touro irnisso nté a vacca bretã, sem esquecermos bellos typos de gado zebú e de hol– lanaez. Detirimidos de leve pela tra· vessia, os bovinos se apresentavam ainda fortes e garbosos. Som uns dias de rP.pouso e uma ração dobra· da, recobrariam a vivacidade natu– ral. Os animàes foram desembarcados n um curral provisorio, á proximidrt· de da cidade, donde seriam levados ás fazendas respectivas, logo qu1:: viesse o barco especial. Um dos compradores, astuto e ga· nancioso, correu examinar a mana– da. Encheu-lhe as medidas a encom· roenda. Que esplendidos animnes, que estampas lindas, que formas elegantes, ruminava a sós comsigo o felizardo, ao contemplar os rumi· nan tes ! Com grandes olhos laiva – dos de sangue, os touros olhavam quem os fix~va, e não fura o arume farpado, talvez dessem arrhas de fa· culdades bellicosas. De vez em quando, um mugido surdo irrompia daquelles peitos potentes, e algum dos encurralados escarvava o chão com as unhas ou mettia os chave– lhos na cerca, a b rincarem ensaian· do forças. A acquisiç:io era de primeiris:1ima, Já isso era, honra·fosse feita aos for· necedores. Mui egoista e ambicioneiro, o homemzinho apartou as melhores cabeças e, para bem d istinguil·as, mandou ph1tar de encarnado, na ponta de cada chifre, os animaes preferidos. . · -F.~tes irão para a m111ha .fnzen· da monologava o velhaco. Os de– ,. • ·a- 0 para os .campos do curu– ma1s 11 padre, as mãos, accendeu um Esfregou 1 ' em passadas argas, t ocou cigarro e, . . do amigo. escr1ptor10 para o I bicharada, perguntou --Que ta a este? • se poderia desejar -Como nao doi·s lotes eguues. , ~· 100-0 melhor- .J! iz "' A SEMANA As minhas rezes estão marcadas de vermelho nu ponta dos dois chifres. Não vae você examinar a remessa? -Ando mni aturefudo, e depois pnra que lá ir? Você não separou t ndo com j ustiça? -Separei, sim ! Tanto vale o meu como o seu lote. · Pois então, verei os animaes na fazr,nda. - A proposito, continuuu o Pxper· talhão, quero per1ir·lho mais um favor. - Mandn, não pede . .. - Sendo grnncle o seu barco e es- tando a minha fazenda no caminho -·························· C,-.,>-é] ......................::::::::::::::: ~ Os que viajam . .................................... ······························• ..... t}-<>-<;J············:::··::::::::::: da sna, desejavn que O compadre mandasse deixar 1 io meu pnrto o meu lote. :Nada mais fncil, pois não! 0 bar. cotem.que passar por lü. Não custa encostar no porto de vorê. O avarento sa hiu com vontade do ar~d ar a~s pulinhos, tamanha era n. sat1 sfac:ç.ao que exper·imentava por ter escolhido. o melhor· dos lotes e per ter nnanJado de graça O tran– sporte. Ali.gairava-lhe os calcanha- res a a legna. O nr•o·ocio ia de 1 o ve as enfonadas: compra optima· ti·a . , ves• s.ra sem contraternpo~; ns rn:es mais lrndas 110 sen n11i nli~o· crrnt 1 ·t 'l • , o n li '0 O trnnsoorte pnra 0 campo. Uma ven· tnra nunca vem sosinha. -.c;oi!_ado do compadre, cogitava o fel izardão ! Como homem n-ão hn melhor, mas sempre foi nm pouco tolv. Deixa-me escolher os mel hores reproductores. e por cima aguenta. com as des pezas du travessia . A0 chegar a embarcação, o dono monrlou chamar o mr,stre ou pilo· to, ª qnern Pxplicou 111inuci'.l,amen– te o trnbnlho. - Vosscmecê levará dois lotes, Tome nota no caderno: dei xe no porto do compadre o gado que não es~á marcado. O que traz s ignal nos chifres, este é meu, e naturalmente se:;rne a téª no~sa fazenda. Ol he l:i, no d u de equ ívocos e trapalhadu~, ~e~ ~~ st re ! Confio na sua mem01·ia,. Nao ten ha susto, patrãozinho ! Este caboclo velho sabe o que faz. F ique ?e~cansado que não havení confuBno ! º •_P iloto foi embora e, quando a ~are foi fuvoravel, deu de velas. A v rngem con e u sem incidentes, e o l!Ado sem t inta ficou no porto do expertalhão. Quando e$te furioso bater atnig0. soube da tro~a, ÍOi no escripto rio do -Que hist •· r · dr 9 ' º"ª 0 1 esta, compn· : · C<>nfun,liram os lotes I O meu fo1 para a f . d fi azen a de você e o seu cou para 111irn ! ' Será ist,i pn . 1 a • ss,ve , o-erneu o migo que ~e fi · " O · ing-,u lllni adn,• radoi - ru se é! ·\'ocê não fol serio e1n trntu.r comm · ~ ' - \fns ... l.,;O . -Não 1 Voe· ' 111 mas ne111 meio ma~. ,. i11e engano . rlm 1 .~ 11 e sens empr•eon• "S1l•> t1nso- , a·. e, lhas . 01 ª 11 1ss1ssim,,s cana- -• Patifes -Espere ~~- n bll•i ~ p · mpadre ! Que raiva ~ -r.· or 11111 ª cousa a t·ôa ... ,ousa a tôa 1 . - Dec 1rto'.N·· f lot · ao e7. você d,1is es eguaes? - Fiz, pois não ! - r•:ntiio se d valor q 'h ca a lote tem o mesmo ' ne em lhe · ou ª'lttelle vá . import a 'JlHJ este cê' 'L' pu, a a fuzen dn devo· · • anto fn s . Un, seu ' · P.is como meia duz in- , com pad:·e ... O expert,tlhã - pl ica.,· "• 0 nao teve o q~;e re- . -" •ira b • tosqu iad II uscar la, mas snh ira l o c-eo•ou l )eno-aJ ."' no c 1apeu e no º a e sa h lll b t d . a porta a en o com ra1vu emf)uanto tio, 0 outros .. que, no escripto- e 1 'ª a 111ais nf10 podr.r, PADRr:: D UBQ[S.

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