A Semana 1922 - Setembro v4 n 229

,O OCIO 0 1::10! modestia, o silencio e a obediencia? V. exc. sa·be .que em todas as classes -sociaes e até no la r a hic– rnrchia é uma necessidade. lilm tn– do ha um superior, um ch_ere, nm c8'beça pensante :- a este se obe- dece. • Por isso, peço-lhe, " u: :ta venin .. 1•eja com bons olhos a educação do lar ; nelln, quasi ('Jue affirmo, v . exé . propria tem conseguido tmlo o que d e bom alLi se apprende :- o s ilP,ncio natu ral, a modestia, com– ruum nos entes s uperiores, e a olJc– dieneia, mn11 das bases essencinPS ela f elicidade .. , A. F . A. - --*~--- ------,- 1 -1 j Pela volupia d'um poente... 11 Lá fóra a tarde se e~hatia afo- o-ueada e loura... . _ ., No silencio da sa)a rosea o h_1rao J)elorinP. acariciando o seu po 111l61' relpu do e hran co como um ca1iucho de algodão, alongava os olhos sc1s– mare11tos pelo~ longes do poente côr de lal.Jareda ... _ . Elle !\Vocava ULM pag111a l1'1$le de sua juventude inquiet~ ! Era uma tarde assim... comn~o– ve;te !... o sol se afundava na dis– tan cia uuma aurella dP_ fogo e our~· -: Elle voltava ao !ar apu~ trns lot1~0~ dias de ausenc1a na cidade... ~e– grP.ssc1va. n~o r,om essa vo~t~de 1~– üuita e tangue dos que_ a111.eia ni I e– ver a es posa a,mada e s,m, pelo ,~e- er qu e o. trazia acorrentado .. : Jal– ! ez por um sentimento de p,uela- deJ ; ;.3 elle, orsse tem~o, nada nrn– lhor do que a~ su~s noites ele holie– mia o ca•sino, o poquet· no CI u IJ, t! assi;u /Jsí] uecia de~,adia1a~e11te o aconchrgo ahenço_a o . o.~ , ·. . . • AI 'co rno e,a tnste 1ev1\P1 a sce na c~-mmoveute dessa tarde! . . - A SElfAXA Até a sua li Ihinha o reprehendera numa caricia: «Porqn!l o papaesi– nho não gosta ela mamãe?!• E elle.. . elle . . . nem sou hem responder . .. Não pudera ... Os soluços lhe aha faram a voz.. . Ponde a1)enas olhar . .. olhar . . . Jín cP 11tro da sal.,. repleta dr ei.– Lranl.Jos, o corµo inerte do filhinho caçu lla .. , Cá dPntro, na alcova o so!fre r pu ngente da mãe alílicta que chorava o filhinho levado aos céos!... . - ·-·-··· ..••..e. ~ ..-··-···-·-··--·· __...,. O sr , Frnur /sco Bapti'stn t/1.· A/111cid11. cujo anniver.rnri" /Joj ,• c/ccor rc. E ' 110.íso rtqe11fe th• j ornae.,; e rc11frlns. ,,,, /..::.. F. de' B ri1g<111- f ª • cmdt· gosa d,1s Sl'111/111f/11ns d os nr,wueis · fn.•g ue:t.•,r: unquélla v in brngr111ti11t1. Ah ! elle revia tudo!. .. O enr.onlro dilacrra nte com a esposa em pran• to.. . Os seus gestos, os seus cari – nhos. os seus olhos de pervin ca marejad os de lagril)las, P.SSllS gra n– des olli us·tristrs que sabiam soITrer 11orq ur. sabia111 qu r rer immen~a111en– ie hem!~. . E as suas palavras '?! ... Es~as pa– lal'l'as seutidas, entrecortadas por soluços e que eram bem um pP.rdão 0 1::10 o para o abandono em que a dei xa– ra l. . . Ah! como lhe doía record,1r asso tarde longí nqua de trinta annos alraz!... E o quadro que se lbe plasmára• no fund o da u1emoria, re• tratava bem a iuco11sciencia de sua juventude !... El le recordava!. .. Era na bihlio• 1 lheca .. . no ciivan de couro par· ~ do. .. ~ou ·a luz macia do Juciriel- lo.. . Si m, era alli. no silencio da noi- te. ouvindo apeÍ1a~ o alic -tac»do re• logio e o resonar dos filhinhos dor– mincl? na alcova, que ella passava • as nu1lrs_- em vigil ia incan çavel. . . a lêr, a ler, resignarta P paciunte .. . E quando rt t<trn ava rta~ snas IOU· r ur_a~ na c'id ade havia se111pre uma caricia para o!; seus d<'svnrios !. .. LP111hral'a-se 1mm do sP. u fa lar S<!uli:)o: '.'Eu sei, l111111IJArt,\, n cul– pa nao e tua .. . ~ão os teus ami· f:OS . . . Vêm ... Eu sou a mesma Clélía•... Ah !.. . es~as palal"ras lhe com– pri mi ram o puilo num so tucar con– vulso.. .. Chorou . .. chorulf a sau– dade da que não mais Pxbtia. _. E o sim pointer co 01 os olhinhos ne– ~ros o contemµl ava extaclico, num tas tam1111ho d e amizadt>, como que– rendo compartilh ar da sua ma– gua l•.. · Ah ! era o unico .1n1igo que lhe restava na sua VP.lhice d<!crepita!... A filh a idolatrada desposára-se e morrêra lres rnezes depois. .. Os amigos':'I... Ab I esses r:ão d111is o. _, rocararam. . . Sim, com- l prnhend1a ... E lle agora era po– bre 1. .. No silencio da s~ la rosea o harão Delorme, alargava os olhos scisma– rentos pelos longes do poente cór de laba reda . . . Lil fóra a tarde se osbalia afo– gueada e loura .. . M. V, 0 ~•••••• J:>r. e:>' d' ~lmeida •••••••• Olhos, ouvidos, nariz e ga rganta I , 6, Travessa 7 de Setembro, a das 9 ãs 1.1. horas • --- AGENCIAS DA "A SEMANA" NO PARA' 1 Pinhe iro-«Salão Naval- l n rua co f t t , · , n ron e a pon e. i\los ,1ue iro-«A P orta Larga , La - d M · _ , 1 go a a tnz. Sourc-«Casa Conf~ança'& 3 a rua d . 6 '' , · , canto a 1 • Santarem- MPapelaria Potó», Rua do Commercio, 12.

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