A Semana 1922 - Setembro v4 n 229

4 IID.urA sua prosa dizendo, m e s irvo daquella phrase com. que elle desejava se ref erir ás "Lapidarias'', quando com Vidigal visitav a Fradique Mendes, 110 Hotel Cen– tral, em Lisbôa :- "A .fórma de v. ex c . é um marmore divino com estremecimentos humanos / " Foi p or isso que, ao vêr p or uquella manhã ·d ourada de verão, no bond, a s ihu, s formosas crealuras dis– cutindo os assumptos dos Contos, c0111- m e11iando a des ventura de /.faria da Pie– dade naquell~s ma_9ni/icos trechos de prosa que constituem o cçmto No Moinho, e desejando um d esf echo mais humano, j,ar'a que não fizesse soffrer o leitor; ao vel-as sensibiliz adas a ssim, lembrei-me de que quem lê ·os Coutos, de/Jois va e conhecer 1lfaric1 Edua rda, n 'Os !li/aias, Ira– v a relações com Lui.::a , n' O pr i1110 B,1si– lio: e surprehende a vida de Gracinha• n 'A lll,,1stré Casa de Ramires. Aliás, i sto se deu comm,~qo. A minlw fa,qiliaridade com a_/Jrosa ma_qnifica de E ça ·de Queiroz começou com a leitura dos Contos, que ?lle electriz aram p ela bel– leza de que se revestem. DeJ,ois o que maís em ~nim accendeu o rel~q ioso culto que /Jor elle tenho f {)i aquella ironia causticante q i_1e f m íla nos seus p eriodos e que era o retrato do seu sorriso. Para mim Eça de Queiro.:: sâ f oi 11111 p erfeito escrevendo versos. Ap e=ar da h.elleza da cancep ção, como na " Sert'· nata de S atan c~s estre fh1s " , lodo o seu trabalho se p erde, p or não ler <1/Jpren– dido a m etrilica r . E lauto assim é que, Jay m e Batalha R.eis, na introducçiio das " Prosas barbaras", confessa que el/e " teve sempre _qrande diffic:.uldade em comprehender e ·sentir os p rocessos te· e/micos da m etrificaçüo", h m todo caso f oi p a ra mim delicioso err!evo vêr as creações biz arras do m es– tre. criticadas, naquella f ormosa manhã . de a/eqre v erão, por uns lahios f resros e ro.uidos de bonita mulher . . R OCHA MOREIR A. Uni. .. como ba :1nuüos Ao Bianor Penalber Passn hoje o I :• nnnil'er~ario da morte de AJnrro~ P ilão, Conheceram- n'o '? Sru verdadeiro n ome era oútro; como, porém, e ra de phy s ico ntnrrnc:ado, men-os de me iio, especie de meia garrnfn de v in ho «Hu to», os boh emio; cle rnm -lirn o s u ggesth·o nppellido de " Pilãnt, que e lle conservou a té a morte, brnzn·o Deus. ·. Nos idos tempos dn «Pavilhão de R Pcreios• , onde hoje avultam o ~Pa iace" e o «G ra nde H ote l». é poca em que ns lhJSSOS tr.>\·adores , sem medo d a prlicin, re· citavam no violão o 11 \'ac :dl:i :1 11 itc 1Hl m :101;.•·o 11:a 111orlt•. J:·l 111eia noih-. 1·,11u , :,J:ar ,,"·ou. •.- dn muito iil ustre sr. Soa res .'lns Pa~so~, 011 e ntão n ce · l..:bre poesia do H , P inheirn Culdns, · 1,Ef'l-:1 1p1r pa~11.a llfl$ !-"11:- lr{'11t: f:111i.tnrn!-, Ehr111 dil~• J}J:1q1 l~ •1111~ :, r ií(neza 11:·1•••,• ji', o I\J nrcM contava os sens 14 nnnos, mus n ad a i::es– cava de ver~os e ainda esque ntava os bancos da escc.la do pad re Fe lix. Vt:'i n dep·,is o s r. Cns~mirn de .\ bre u, fuzcndo bri– llt:.11· nas so, onutus pntricias a " \li11h':1\111a 1· lri~lo como :1 rul:i :iHlid:i. 1J11c o h H Iii" :al.'1·111•,la 1le..,ll' o :1lhor da :1urnra ... o e apeznr de j á ne;;se tempo snber le r corri<lo, ns oPri· ma ve 1 ·as 11 d(, p<lt:'ta <la 811rru <le São J oã-, tambem lhe passnrn111 dP,- pPrreb i<l11s. Tinhn rruit-0 /a /c11/o o ~lai·– cm:, pon•m, Prn .11m vadio de fo rçn ; por isso ponco a p– pre nden_. npezar elos paes ~ue re rem fazer del le gente. Ass11n c h•·1?"<1!1 aos n ntr nnnoq, sem mais nud,1 pnc-ar nltlrn du, q untrn ope ruçt,r~ d'aritli111e tl<:n e clll leit nrn C'OJl' lllUIII: · P,ll· esse te npo ohPgou-l he ás mãos 11111 volume das "E;puni us 1"1 :l't11a11tes,, e e lle leu com enthus iu~mo a « Uuli la ": '\Foi ,le~~r:w:1. "~"11 !ll'u,, ri:iu fui l110 1·11r11, 1 c,lir 't•1,·.1 .t,, , 111:, a SC'p11ltnr;1. 1•1n ;.('lo me :,hr,1,ar !... » An r•l1Pg-nr. l)nrtim. an fi m fez he ic inhn t jn,.nu pura inng-P e, li vro do vnt.,• huhlu no. N ão ern. lll e;sn~ coisu:..: elle 11:c-~111n ~ qttr 11ii,, !<!'gn iria n est·ola ,·nndo reirn .. . e~ty ln Pmp ,lado. ,:lt(•io de hornbm1, q ual ! n ão ia n isso. C'nm.. ('011 e ntiin n escrever pnrn ns j nrnars, notada– me nte pnrn n ul '11s111npolita ,,. do Olympio Limn, osseus pl'i111• iro'! ,•pr~M P li•1g 11ndoq ele prn:,;a. Tanto u ns co1110 outros e ru111 v.._rdude irns h'e:·ng 1 y pho;, sem .>rtogrn ph ia ne111 g-ra n,matH 11. O .\la rco, 11 u11,•ú cl1Pgnu a aperceber es~ns coi"""· 11111s . l"'P8ttmp<:µo e rn al li ! . F.u•ri,l,1intn. n~ CHn pn nheiros como vinm q ue eiie t ,nl•n 11lg 11111 /11/1·11/o, cnrri g i11111- lhe os Pl'J'0S, e rnnnd, 1- vam pum u rornpn~i('iin ns ;;eus gurto!'. littera rios· A inth nãu ..e_ l'rli.i 11 n e~c..ilu nonhuma, ap;~nr do sr. G uer ra J1111q 11e1~0 ter .IIÍ lnn<:ndo ao;; 4 uat.ro ventos • A morte de D. ,Joan•, revoiuciona ndn as iPttra s. e de se ouvir por tod a parte estrophes de seu e~tupendo ptemn: • li I' 1

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0