A Semana 1922 - Outubro v5 n 236

" 28 ~~ Outubro § '1922 §· ~i J\P.DAr:TOR rJIF.FP. ROCHA MOREIRA DIRECTO-RPROPRIETARIO ALCIDES SANTOS TELEPHONE, 278 Toda a corresponclencia deve ser dirigida á redacçiío 33 - TRAVESSA 7 DE SETEMBR0 - 33 CAIXA POSTAL, SELEM P ARA ' VIDA NAS PRAIAS (O MOSQUEIRO) Para gloria das searas ~ esplendor das mansõe~ pra1- anas, que se povoam <;le ale– gres ranchos de ve ra111stas, o sol o k,uro fecundador, o g-r~ndt~ esban,jador da luz, es– iend~ o seu mantu de ouro, 50 brP. o a lvo lençol das prai– as e sobre a tOé_tl ha de cr vo das aguas, poetizando a Na– tureza e com e lla a obra ful– gurante do Artista-De~s. Entre as nossas mais bel– las e que ridas estancias bal– neares, aque llas pa ra onde se vão os que buscam um Jt,111t 1vo á poeira, á tradicio– nal poeira da c!dadc, desta– ca-se o Mosqueiro, o encan– tador retiro, com as suas ad- 1uiraveis praias de brancas •,re ias a do Areião, a do Í~ispo.' a Praia Gran<;le, o ~ha– péo Virado, Murub1ra, Cara– nanduba e outras. Para os que amam a vida campesina, os re fu g i_?s a l_e• gres, para os qu e nao d 1s– j,õe111 dc1s the rma:, o Mo~– queiro é , na estaçao ve r<l:n!• ca, a doce mansão parad1s1• aca, que encanta pelas su_ns naturaes bellezas, e que se a lin • da be ijada pe l?s agur.s do R.io – Mar, que se tingem de um bel- . lo e seductor verde-e!:me ralda. Um pass<: ío ao amanhece r, pela estrada que vae ao t ha– péo Virado, quando o sol ainda não trepou o cin10 das arvores, despejando sob re e l– las venabulos de ou:-c , pro– porciona um verdadeiro ea – ~::intamento. Ora são 0s ro– çad0s largos, os c'1atets que se escondem por entre as ra– lllag'=ns ve rdes e as trepa– deira s floridas, ora as caba- O uosso collega Alcides Santos reassumiu a dil'e– cção desta revista e respe– ctivas officinas graphicas desua propriedade,encon. trando-se sempre á dispo– sição dos que o distinguem com a sua consideração e estima. nas toscas, a cujas portas os rnnimi11.q vadios 0 111,1111 cu rio– sos os veranistas que passam e 111 ranchos a lacres. E no me io da estrada, alta, e recta, co!llo um marco a lli planta– do por Deus, como uma sen– tinella pe rdiJa , aquella cupiu– barana respeitavel se a lte ia para os ceos, dominando a vida veg-etal, que palp ita em redor, quando o vento sopra os ra111os verdoengos Tam· bem ao amanhece r, quando o céo se veste de nuanças côr de rosa, e as agu:is da bahia se fazem espe lho do céo, de– liciosa é uma digressão oelas• p raias até á O lar-ia, onde se apreciam os productos da ce– ramica. Uma vez alli, na ponta da praia, as mães . previdentes aconchegam a si os filhinhos desavisados, por temor do pe– ráo que, escondido por bai– xo das are ias, espe ra o im– previdente para conduzil•o aos braços da ya ra tentado– ra, que apenas devolve á su- . perficie um corpo sem vida. A' taniinha, qu:rndo o ~oi descendo, morosamente, se approxima da curva do ho– risonte, hello é ver as vel– le iras que regressam ao ?Or– to, de asas enfunadas, de vol– ta da pesca. E á noite, se o luar é vin– do, delicioso se faz um pas • se io pe la praia, para ver as tremulinas que a doga reza dos céos borda nas aguas e ouvir, ao longe, no fragil barco, a toada me reocorea do canoe iro, que espera_a maré montante, para mais ta rde v0ltai· á lucta pela vida.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0