A Semana 1922 - Novembro v5 n 240

...,t,:' 1 1 . 11 li il lll lll lll lll ,IClll :11\ll lllt~lll lll l ':\ ' "' ""'"" m \ O LENÇO ¼ ~ ~ 11;Li li I li 1111 !i11111111111111'1'11111 li Ili 1111111111li11111111111 li: o pequenino lenço, flammula sem cor, Teve tambcm na ,·lda sua lenda do arno ... Foi numa tarde glacial o triste, ~ A S!WANA 'º -ConlJece aquelle lencinho? sa– be a quem pertencia? Nos uilimos momentos ella pedia que p_e pols de morta lhe cohrissern o rosto com ollc. Não sai quem lh'o déra e como lhe viera ás mãos esse lencinho per– fumado 11ue íoi o sou companheiro i11snparàvel no curto periodo de sua er;fermirlade. OCIO Mas ella não me ouvia, pallida· fria em &en caixão deitada. Ja mui to t~ rde me foi dosvondado ass amor que sP.ria. talvez, toda vent 11 _ ra da minha vida ... i\hl A felicidade! Dizem qne 011 " é como a foco do lsis, que jan1ai~ alg1rnm põde,contr.mplár... ' dessas tardes, cujo írio p1•netrando– nos atê a mf!dulla dos ossos onvol– ve-11Os la111bH111 a alma oum p1isado leuçol dn neve fria, de frio _i11t1•11sO, de solidão profunda. que El11rn mor- 1,·11 · ~ , ,.,, ~Pu bra,j:. '--• l)lt-111o vv,.-, _....., n 1 ~ • tA virgem, Pila. lá n~tava, em seu caixão deitada, pallido o rosto, a llXJ,Jressão sombria, r.O111O quem par– l.e, com µcoa, par:i a vida ignota du uma lou~a fria ... Eu lambem 4uiz vel-a e levar-llie o mr. u ullí1110 a1le; us ... Fui! ... A passos lr.11tos diri– gi-me para o hranco cai\ão.. \la~ ó surprnza ! Detive-me estupefacto e commovido, com os ollios fito~ no pequeno J110ço que lhe cobria o E afastou-se, soluçando sempre... Comprehendi tucto. Fôra Eline Jluem juntára o lenço, quando vai• sa11do elle me cahira do bolso. Elia qne o juntara com a fehril excita– ção de um coração apaixonado e o ''l'~rdára avaramente bem junto a ".>f1/I ~ .. t.-. e~•,4; ·•~Jwnciosa, como sua vida, é porqn11 me a111ava: n., com que amor! Sublime e raro por ter sido sila11cioso 11 occullo!. .. Oi>puz um longo e r.arinhoso bl!i– jo na fronte pnra da morta, corno uma honrnnagem de l!rntidão lar. di~, a duas la~rimas crystalinas ro. lara1n-me ao longo tias facf's, inct 0 / morrer no mesmo lencinho rina fôrn o sarco1>hago bemdilo de u 01 grande amor... , -1 ◄ _[\aston me ao menos a satisfacção \ a• iagrinias'\Jr,01.1).11 orvalhar cl'tJI pallidll rosto de mi1\':'\IU..,., .. "-l,. l não tivP. a dila de 1nto da orroz pelos l rosto... 1.\11uello lenço ... a1J11clle lenço ... sim, era 111011 ... era o mesmo lnur,o r111e ru havia perdirlo numa ooile db festa qLrnnd11 dan•a– va uma val~a... o Pouco a µouco, recordei-mo lambem de, t1il-a ,·i, lo 11a mAsma fPsta, sempre triste, nn– golfada em scisma~, imµas~ivel e fria no contrasto liarmo·,ioso da ~na carne branca A das ondas es• curas de seus cabello11 negros ... E novameute os u10us olho~ n xa• mm-se 110 lencinho, numo iuterro– gaçfto de muda ancledade ... Um vulto de mulher, acercou-se de mim soluçando e 1J0rgu11tou-nrn: /. Ili . Ah! quanto carinho! quantos bei– Jos prenhes dfl amor, 11ão d.iria ella naq ucl le lenci 11l10, ao tomIJra r-se que muitas vPzes olle te1ia roça cio oa epi– derme more11a do me11 ro~to, apP.r• tado r.ntrP. a~ pnlmas rMP.a~ de mi– nhas m:iM. Em 11nilP.$ de insomnia l]Ue df' phn.t~es li11das e coníldrn– ciaes mi~tnrarlas com la!! rimas, ha– veria di> rwsit;,rJo na1u1ille miniqr u– lo pedacinho rl11 seda, fJDP 1hr. fala• va do mim, o ingrato i11vol11nlario qu0 a fazia soffrr r. E na 11111der. elc,c111i>11lfl rios inani– mado•; elle, o p11dacinho de seria, soulJéra co11111reh,.ndel-a H gu:ir- - dar o sPgrndo vohem1>11tr. elo sou apaixonado coração rio mulli•'1' . . . aElinP, minha a ri orada F:linn ! rlis• se-lhe minh'alma baixinho nnma vibração de dor-rrg11e-t11 cl'uhi e vem a mens braços! Vem, querida! fruir a ventura clo nosso amor! » e dP srnlir ccjnnto ___ _ _ _ ' raçiio pn lsanélo.» • , n~ llol'P,ifa HojP, Pm tardc>s glaciaes e tris 1 ., minli'a lnia,-naufra::r~ pordida 11• 0 mar dn ~nlirlão,-chama por elia por o~~a ElinP. quc>ridn, IJIIA foi mi>,; 1111ir.o alfocto e ó a unica saudad,ci do minha vida. E 11cssas mnsmas tarrlc>~ dP. ncv 11 fri~ dr frio inta.11so. de solidão pro– frrncla , dianto da visiio tristP rlr.ssA pas~ado d11 lagrimas, jul~o vel-a ainda , entro cyrios, hJ'3nca, muito bra11ca, em seu caixão deitada, pai– lido o rosto a 11xµrossão snmliria, comn 'fUl'!m parlo com 1wna para a vida i:,:11óta de uma lou~a fria ... E o pequonin' , lento, llammula sem cor, To,·o Iamhem na vida sua lenda do amo r .. MARIZA:. Casa I Leal DE - LEONCIO SPECTEROV ----- VENDE MOVEIS A JJRESTAÇÕES Convida as exm~s. familias a não fazerem suas comp.ras de moveis sem vi sitar 1 essa conc1:;1tuada casa, que é a que mais vantagem offcrecc na venda de moveis elegantes e modernos, tudo a prestações. Rua de Santo Antonio n. 40-B BELEM--PARA' .AêY' .AêY' = ·== =- ~ l •

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