A Semana 1922 - Novembro v5 n 240

Traços & riscos ~~ A orchestra do bar acabava. de ex:ecutar um tango de sensaçãl), {J_uando Olivar bateu palmas com vigor chamando o gorço11. Desejava nessa noite tomar muito, mnito. Queria esquecer aquelle mo· menta, que não mais snhiria da sua mernorin, A uiio ·tinha forças para tal. 'l'alvez o 11.lcool. .. F: amar rotando o felpudo ~hapéo de Castor, atirou para o Indo com v iolencio. a bengala de junco da In– dia. Abotoou coín i_nepr •hensivPI elcgancia o moderno ·paletot côr de cinza molhnda. puxou o vinco das calças talhada5 á nmerico.na e olhou desdenhosamente a turbo, cn:n um ge:.to de enfado e de desprezo. l'ure· eia nem reparar no mundanismo que se agitava em to1·no d11s mesinhas circulares. Passavam mulheres numa ostentação provocante d(' collos semi-nú,, braço, e pernas á mostra, deliciosamente perfumadas de es– sencias finas. Um rogaçar de sedas e chispar de joias. E no meio daqnella ostentaçã0, _como alheiado ao mundo, meu ami– go, amesendadó a nm canto, pare– cia todo cheio do sen grnnde i11for– t1111io. Era um concentrado, um in– feliz no rnc>io de g ante folgazã. Acer· quei-me de manao, como um c rente .se chega ao altar, procurando não irnportuiiar, mas tiio somente alli– . v iar uma grande rlor. Sentei-me qnos i sem uma palavra dA saudação e o reprehendi em voz brnnda ;– Não é justo, Olivar, que você, um homem forte e intelligente, se deixe abater assim. O homem de força de vont1vle, de energia, nuncn. se dPixa derrota•· pelo destino. Lucta. sempre com o vigor dos athletas e jamais esmorece. Conheço o tau infortunio e o lastimo deverns . Mns não é para <lei;c~per9r. Sei qne n unca mnis te has de esquecer dessa enorme perrl,a, A SE~IAXA "[l/, c5emana'' no Ceará Aspecto de pic- nic rec1/iwcio 11a ciciC1de de Cascavel, ,w Ceará. que te faz hoje quasi um desgraça– d o. Sei ... Mas eu tambem já a sof– fri identica e oh ! nem sei como não enlouqueci! .•. Mu,, não estou cura– do de todo, porém conformado ... A resignação é uma das mais bel las v irtudes. Vamos, Olivar, tens ne– ·cessidade de repouso. de e,tar só ... E' um eng.'ln0 dos que soffrem p ;·o– curar no absintho um all ivio. E' mais do que um engano, é um erro... Olivar levantou a froute macil– lento., olhou -me demoradamente como devassando' meu pensamento e enclavinhando os dedos. exclamou em voz arrastada :-Ah! eu bem ~······················~ CINEMA RIO BRANCO Dois films de grnnde successo Sabbado-0 11crnrn srn l\Olt: (a• série) Domi11go-/üS GilllllAS 110 H .\O (3" sériE!) '******•**********~***** quizera reagir, eu bem quizera mas é quasi impossível! Nüo me sae dn vista o momento em que ella pallirl1' e fria, me pedia que nunca a es– quecesse ... E aqu;)\Je corpo qu~ adorava com o amor desvairado, se ir aos poucos regelando, endurecendo . . . Ah! meu amigo, bem sabes o quanto extreme· cio. minha noiva ... E posso l,i me c,,nformar? Posso? Vês o que sou ; um cadnver ,e locomovendo porque, meu amigo, eu já morri para o mun· do... Sim, já não mnis existo .. . Sou um phantasma, que assombra a si proprio ... O garçu11 se approximou com o schopp duplo e Olivar continuou a scismar, a scismar .. . .1 SANDE. O amor é um deus 011 um demó– nio de tantas fuces, que nunca pôde • escondei-as todas. Camillo Castello Branco. oao1==:001::c.::===:iioao OCIO OCIO OCIO . \ · ... --~- · tL.' •.54L- trufüFiCAD(I05 ;;:;-roo MARCO f USfl310 CARDOSO /1ARACJ\M,PARA' OC:10 ºªº das salinas da Ilha do Marco de Eusebio Cétr– doso- Maracanã-Pará. Producto rigorosamente puri(/cado. O seu uso na casinha e na mesa impõe-se a toao consumidor cioso da sua saude e hygiene, que deve systematic-amente re– (ugar o de outra procedf.ncia, contami– nado de todas as impurezas. A v e nda em vidros, n as b o as m erc-;ari as p olos insignificantes preços de SOO, 5 00 e 200 r e i s - OCIO OCIO

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