A Semana 1922 - Novembro v5 n 240

J Lileralnra Paraen8e at+ c:f;' lltfett caro Eustaclzio: Só ago– ra me é daJo dizer do teu livro Lite,,atura Paraense, não o que a amizade, "nossa amizade sin– cera de mais de 30 annos'', tão gentilmente relembrada na tua captivante dedicatoria, me ins– pira, mas o que a justiça me impõe. Antes de tudo, devo applau– dir a constancia com que de= fen:l es os creditas intellectuaes deste esquecido extremo-norte brasileiro, todo entregue ao con– vívio das lettras e delle tira~do o maior encanto para a tua exis– ten:::ia. E como cnmrrehendt s hem q11e não é possível 11mc. auclorinlta só fazer verào, com– partes os teu,; labores e a elles associas quantos ror aqu i um dia volvernm olhos nem sem– pre be111 apercebidos aos cam– pos da poes;a. Essa feição generosa de teu grande espírito faz que de5CU· bras, como revérbero ,1o teu, 111eredmentos a dar relevo numa obra do interesse desta e em que, de commum e por força das circumstancias, só os typos representati\·os costumam ligu– rar. Explico-me. Fazendo uma synthese hi5torica do movimen- 10 das lettras brasileiras no Pnrá, pois eu me arrec.,eio de sepa rar do resto do paiz nossa rroduc– ção, tão pouco de regional ca– racterisa o que pos~ uimos, não eras obrigado a relembrar todos nem mesn10 a maior ~,nrte dos l'oetas e escriptores parae11ses. O criterio das epocas, que 4 IHIIIAN.à não 11ode ser tido por absoluto, -e o que pode ser tiJo por ab– soluto, no munJo ?-ainda é o melhor e o mais aconselhavel, sobretudo entre nós, onde a periodos àe quente actividade se seguem outros de frouxidão e desanimo, como o de agora. Assim se hão conduzido os historiadores patrios e os estran• geiros, que conheço, e que, ain• da nesta hora, esti ve a consul- . Is tlislinc/as st·11ltori11/u1 Jtlaria Ame/ia de Í ,.J =n,cdo. J1rc... adt1 filha ,fr uosso cvl/11lw- j nultir .1. /;"1u lachio de A::('Vl'dt> , . L ili Cos- ! 1 1,1. /ilha do sr. Theof,l1ilo Casta, auxiliar 1 du ,,l(,,di,mtc Cluf:,, i . ----····-·-··········-····--·-·--····-········i tar para garantia da minha af– ftrmativa. Dessa forma, não digo que andaste mal. Afllrmo-te, rorem, que déste ao teu traba lho maior vulto e um cunho de raro des– prendimento em ber.eflcio d'a– quelles menos bem aquinhoado~ de talentos e que um dia, como e autor destas linhas, tiveram a velleidade de sonhar glorias parn si e para a patria, ·······-······-·······-····-· ·--~ -·-------------$··$··~- --- Não foi um esforço perdido. A caridade é um bem, e o bem maior dos chri!õtãos, de sorte que jamais fica sem fructos abençoados. A tua importa sal– var momentaneamente de fatal esquecimento algumas almas dignas de preces pela grandeza que idealisaram e que não pu– deram ou não souberam reali– zar, entre outras cujo escopo foi attingido Abraço-te, meu caro Eusta– chio, muito grato pela o fferta de teu lino, que é bom, por– que é sincero é porque é util. Do ex-corde, Nov. 0 1922. MANUEL LOBATO. ___*___ A SEMANA COMO dos outros annos, da- re mos uma edicção au– gmentad:.l pe lo Natal, rogan– do aos nossos collaboradores qu e nos re me ttam as suas producções com a mais pa s– sivei ante cedencia. ---*--- REGISTOS Ob~ivernm excellentes apprnva– ções de Px11ml's, como a lumnas da "F.scola P.itrocinio Sii.o José, diri g-i– da pelo padre Anton io Cunha, ns intell igentes n,eninas lrnccmae Ma· ria Nmmreth de Carvalho, fi lhas do capi\ii,<1 Flavio Magalhães de Carvn· lho, digno e estimado ch efe de sec– ção d{ s Correios deste E stado. "

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