A Semana 1922 - Novembro v5 n 239

.... : .................•. ~ / . INGENUIDADE DE CABOCLO ;; ~ ::::::c:c::::::::::::::::;;::;;:::ccc:::c········ ·························· ·············-································--··································-··- ·• ~ A 's vinte e quatro l1oras, mais ou menos, ele sabbaJo· transncto, João da Matta, s im plorio s ertanejo, q1:1e,, ha mu ito, não vinha a Belem, fez a sua ·•e ntrada solemne" n o '·Bar Pa· raense'' . SL, lemne, seja dito ele pas– sagem, ella d e t odo não o foi ... v isto que e lle se atrapa lhou, nii:> pouco, com a ·"l,ella e d ive rtiua'· sociedade ali presente. Ti""to clivê·l"tida que, nn m p onto ou n011t rn, nPsta e naqne lla mednh a. j;'L $0 tornava meio Hlt•grc... S e ndo que be m ao cent-.ro do mun– da.no bot e4uirn. :í vista franca de todos, essa .~a l~g ria'' a 1natS ~ tHa i=:; recrescia, rn id o3a, g ritante, adoida – da e, até, pouco on nada re:speitosa... 'l'ambem. não ern de a'flndra r o fa– cto : - ajnn tara-se, a essa mesn, ufu despreoccupado grupo de bohemios h e te roge neo3. spurfamen , j ornalis – tas. comdus, poe t :1s , comrne rciantes, ncademicos e, mesmo, um ou dois ·vagabu ndos ... Loo-o, o o-rn pelho não podia ser mais tlesp re;cc upado - Pois lave, então, as mãos á pa– rede, com toda essa s eriedade e e bohemio, e, portanto, mais susce– ptivel de ficar. . . " a leg •·oteº'. João da 11-latta e ntrou, assentou-se, pediu um schopp, e, mal começou a c hu– c h urrear o " d elic ioso n ectar'' de cevad a eu ropea. • • p ara não dizer– mos de anoz paraense, sentin que os org-ãos auditi vos se lhe arre pi– av.,m e tremiam, tanto de admi raç iio como de escantlalo. E' que ao seu aguçado ou vido de sertan<>jo · i eti– niam, como s il vos de cobra noj enta e ve n e n os o., os com,ne ntan os e ph rases, i111111 u ndos e 1 , ornogrnphi– c ,s, que se p ro nunciavam, cm vuz alta e canalha, na me1,cion ada mesa onde se re un ia o .-,.n..,,o de 1 ,uhe . t:o r- J 11110$, J oãt1 da Mu.Ltn inJi ~nou-se d,wé ra< - ,, e con, razao, ante -,s,a la111e11t avel ialta de re~ pe ito. Via m-·e . 1. .:, U l , llU lll reca11to do sal ão, duas mocinhas e m ,u s n111a se11hora e ,leis cnval hei– ros, todos uba11cado~ a u ,nn mesa. E ,1 ,>ilo d a. Mat,Lu, oi 1. ando ns d uns lllO'' i 11 h,Ls, fo i an cn111 u l" d a ind i" la· - - ,:, aristocracia .. . -Por que ? ! Ora essa! -Pois n ão está. o se nhor ouvind o aquelles ru pazes, bebedos ou per- verso~, p r,,nunchr e g ri tar tama– nhas immoralidades, bem perto da- quellas d uas mr cinhas., dauue ll>1s duas innocenles? ! · --~loc inhas ... innocentes ... qn,i, qnú. qnú 1 . . . - 1:i-~e tanto a~oim, você?! Por l\OTAS SOCL\ 1fs A aracio.sa 1lfari11/ino, filho do uo.u o anii,10 :rr. 1'111110,•/ Vah•nt.: PortmJCdu./11- 11i,,f'. eslimado cvmmf'rciantc 110 J,rof 1 de,• /Ji•l,·111, e: t!e sua di!fnll co11!wrlt·, ,!,,11·1 1\f<1r i11 Hmilia Car do,,;o. A Ínft'rt•.uantc llll'nina, q1u· /rcquc:11/a 11111 dv.,; m,·llwn..•.,; ,·v /1,·givJ cm 11/othu.,;Ínho,,;, J>arl11(1t1l, f,.:: IIIIIIOS ti / "" rarr,•11/c. (]li<', seu gn rçon "/ Então, ali não se encontra 11111a fam ilia ? -Familia ... ah, ah, a h! Aqnillo SPr,i fa 111ilia, 4ut1, qn;í, q u,, . .. mas u111=1 fami lia . .. semi-famil ia , ah, oi, , ah! -~lesmo assim! As d uas pobre· s inhas s t10 tflo novas, •1ue, por bem di7.er , são ain rla c ren11ças ! P, o uvin· do, a s s i rn, essas licnnciosidades, essas pornog ra11hias, tomam como <J ue t: 111 e xen, I' lo, t:01110 que uma licç:i.o de iu1111 nrnliJa<l e. em p ,,blit:o ! l>uhi, virem fiear percl id,1s, aind a ma is ! -hlas, tambem,-permi tta-meque lhe dig a, - estií, n uma certa parte, muito pe rniciosa. e muito d0smoru– liznd u ! E o caboclo scrveu o ulti mo gole do sc/wpp, limpou a. bôcca com a cos ta da mão, pagou a d espezu, e sohi u resmoneando, fu rioso, ind i– g na,lo, mandando á ta' úa a. auian– tuda civil isnção hodierna ... NJ \1.DO . ____*____ Qoad110s da vida I Elle pa, son tr., pP~o e anilrnjo, o, arras tandn su a 111ise•·ia a111l111Lrnte nnt.r., a~ l,u11q11i11has ilo kiosque 11 11111 ar de enfado P rle id i, tke. . o~ olhos e,g-.,zradns. como parn.– clns na, orhilas cavadas P. rúxos de- 111111ciawrlo vig ílias ao relPnlo. pare– cia111 Vl' la,lus di, 11 11rn tristl'Zn p ro– f:111rla . qne o fazia alheiar·$e a tuoo; co 111n :,..e nnrln. 111ais o in tcr€SSU$.$C. O ~1•11 pe rfil , e tl e~enhava em t1a– ÇO!'i i 111prP:,:- in11n n tt!S, e a altu ra dQ s P.11 l.11.- l n, ca :--ada á rna!?rez,1, recc,r– rl , va um dos 1ypo< c rc>ados pela i111;1 g-inu~·ào do (; 0 1ki. Longo tnmpo q11edn11- se immovt>I ' 1111111 cnntu ria pn,ç·n, 0 11vi11rlo 1111111a attitnde rel ig io; a 11111 trecho d n111a opera ru~sn, 411e uma banda de mu– sic , cl,•sufi nada o·uint:ha\'a, num con,– pnsso irri t antc>7 ,i. porta do t heatro. Bonrle,, 1111111a pres;.a tle comhoi- 0$, desfilav111i1 campai11hnn1l 0 com i11s i~te11c i>• e a.ntomove is re le11tnn 1o u rna rch.i fnn fo nava111 c11s11rdt!eeuo– rnmc111e. A noit.e in qun~i no mei1' . O s lnm– pri:'n•$. ci1T111111l 11do, du,1111 nevôa le- 1111h-si1nu, cle ixu v~nn e:--cnµar da$ pe– rolas ,las la111 padu:; uma lnz baça, e;,f11111ad a. ~·a 1 1 porq uP, cu raça> generoso (~ lio- llL•slo. tPvP pt•na d.,s pobresinh a~: - Seu ··gar.;,>11.., venha <.·ú, ! 1::,t.J aqui é 1·a:m :P ia .. . 0 11 <J que f~! ( •a sa S<'ria, :,,;i 1n 8f'lliior ! .:--ieria e uris tocratica . -Ah ! ah ! a h! l\ern se V(l que o s r. 11:io é rla c irl a•lP. . . Nos g-1·a1111 Ps centro.:, a 1,\J:; a 1ne ia noite, a dopla– ,:e e;te syst ,:11a. A S>1ciedatle hocli ern L e$l.Ú. rnuito ci v il;suda, rn niLo adia1nlada . Dt~$Cinm mulheres dec,-.tadas ex– h a landn pe rf11 111e$ escnncl ulosns ao l,rn~·o elos h11l11•11,ios t•l••1p1n te,s de f1111cs f, lu1,«•lla t~ lic nl,!'n lu dP. c·nstiio de onro e ntre os dedo$. Um vui e v,·11, co 11 ~t.a11te os upru1r<-11ten.ent,~ felizes. P a :·n os fund os. g a r rafns es– poca,·a111 ,:omn beijo~ \' io lento~, sc– g uhl o:-- d111n µ-ar~alhnr Jou co e fug az, qnP. ~e ext.i11g11ia cn rn a pressa •~01u que as taç·as e rnrn esvaziadas . U, 11 ~pl,ri~o caixPiro, cn g·nrdorado, 1nà.ns d i. formes e 11111 unemedo de ~•é n urua l1ota g ru:-:SPirn, corno accinna– do pnr 11111a 111u lu , and,n·t~ de l!lll lad o parn nutro co111 1a , d -JilS J)PJa– da::. dt1 i ~ 11a rias e I e ,id a~ gela<las. O 111olni"11e das 1"i,ilel:1s P j a-·111i1 s a p rPg_na v n ns 1 rf'~•n..: cn1 v(Jz f la 1.te– a.Ja H faulins:t. ol'f• n ·cendn c n 111 in– ~i:- tPnc ia P~ u rt ::-t!e0:; ru1ni11 laos do xa rúu az.ulaJu.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0