A Semana 1922 - Novembro v5 n 239

A SEMANA ~~~ ~ ~:i,· ~~ *~ ~ Democracia! ~ ~ ~ ====== ============~ 'f' te antidemocraticas pois, no lu- 1 democrnda é como a lei ga, da ap,egoada eguah1ade, ~'I~ de Moy ,;és n os tempos catalogam os. passageir0s em i.-;, 1m de Jesus Christo: mui- cidadãos de primeira, de segun= ~ !!,." • tos a prezam em ra!a- da e de t ~rceira categoria, col- r.~ G b ti'i'.;::,~ v ras e poucos em o ra~. lo.cando acima de todos o vi- E.' preciso confessar, de resto, ajante de luxo. que esta pretensa v irtude é anti- E' claro que no alto mar se, natural e impra ticavel, com li- ror hypo thcse. hnuvesse mys= cença dos an1antes de chavões. ,■11■11■1,■11 ■11■11■11■11■1, ■11• "•111,1 ■11■,,■11■11 ■ 11■,1■11■ ,1 ■11■11■, Os scrrisos, mesmo do povo, mesmo do humilde, mesmo do proletario, vão aós ricos e não aos virtuosos , aos dinheirudos e não aos bon s . A i)tonio Facióla mes o u numeras, sem dar uma palavra, com um simples mov i– mento do queixo, assig n ala a direcção dos camarotes de se– gunda. Um h omem de urna cer• ta importancia não perde tempo com cida 1ãos que nem e111 pri· meira po,fom viajar, e q ue sa– l irão sem deixar gorgeta . Examin':le, por exemplo, na h ora do emba rq ue, o empregé,– do que recebe os bilhetes no portaló. E xaminae-o ttinlo n0s raízes de mona rchia como r.os de republica, em Nova-Yo1k o u no Hav rc, em Genova ou em Lisboa, e vereis o modesto sa– lariado pecca r, duzentas vezes e~n cada embarq'Je, contra a vi:tude da democracia, o que nao lhe impedirá de se a ffirmar socialis ta nas reuniões roliticas. ! Os v iajan tes de ul tima c~te– goria são recebidos quasi h os– tilmente . O empregado suspei– ta sempre de irregulariJades ou fraudes no bilhete. Pe-ie explica· ções cm tom descc;1i1ajo, Con· serva um tem1.1:i.P, na entrada. os )'.'Obres que r~ctbe cnmo se foram anarchis tas o u bo lchev is• ta~. Quando , forçac1o pela cvi– denci a, tem que lhes franquear a en I ra,fa, dedigna-~ e injicar– lhes o caminho da te rceira elas · se. E11es que se árrumem ! E que11i ·{ e;~e emprtgado do r orraló? Um pobre que viaj a ria ; elle lambem em terceira, caso ~ Apresenta-se um nababo q ue ~ ;ª nd0 u rese rvar um camarote ~ .. e l~x o. Não lhe pedem nen1 o b'.lhete : o seu nome é co– nhecido mais do que o no~e de D Q · ·, ui xote . O homem do p_ortalo se desmancha em so·r . risos, s~ inclina em repetidas ~everencias, se perf:Ha como sol- ado deante do general, se des– dobra ao "ervi"o do . 1 - Y ricaço e, cumu o d e attença~o b d . . , a an ona u rn instante o poHo para ir atraz de un C 1 creado, aue guie resus pelos meandros· do va- po~o~ 0 commodo reservado. se fi a gente de prirneira elas- ' o scal do embarque ainda se desfaz em amabilidades. Dei- ~::/~1 ªolhar distrahiJo e rapido c passagem, que recolhe om ares desprendidos N– a rreda do seu lu · ao se ~~t!rª telegraphi~arb;::;:j en~:~ que ' =~~ena ao camaroteiro para , acuda e se ponha as _ordens do cavalheiro de p ri• me1ra classe, l\s co hº · mpan 1as de navegação são essencialme11· !.. R egista a data ele hoj e o ~ i anni ver sa ri o nata lí cio do s r. i t Antoni o Fnció la, um do s no- ~ ! m es mais conceituados no ~ 1 a lto comi11e rc io ela n ossa pra- ~ l ça e di stin cto direct or do i i Banco do P ará, que muito ! j t em progred ido à som l:ra das ! f suas l uzes e do seu tmo fi. ~ ! nanceiro. ! ( E' com satisfação que o ! ! feli citamos. ! 1a11■•••11■ 11 ■ ,1■11■11 ■ 1,■11■•1 ■n■u■1•■11■11■11■11■11■11 ■11 ■11 ■11 1 1111 ter applacar com s acrificios hu– manos algum mons tro, como n o empo do Minotauro, 0 5 i;ri– meirtos atirados á g uela do dra– gão seriam, como fazenrlo me– nos falta, os chris tãos ou j udeus de ultima classe. Ao entrar gente de segunda, o fiscal :.;e mantem digno, e re– cto, imponente, frio. E' correcto e nada mais . Demora o olhar s obre o papel e, veri f:cajos no- tive!'s e de embarcar; um rne111- bro de· alguma liga que peleja_ n fa\'or dos direitos do operann; um inimip-o dos c1:1pitalistas. i~ro é, um inimigo cio ca pit:1I alheio; u111 que fa la mal dcs ri cos por– que .se sente pobn·; e um que trat2. n1al os pobre·s 'quando po,1e se lhe mos trar s~1per:or. l~erarem q ue ni.io culpo os re• cebe~lorés de passagen!', !'r,)ce– c1em como q ualquer cidadao que lhes oceupa,.;s!! o luga r. Obe.ic– cem à voz imperiosa dos h :,b_1· tos ances traes e ,.o us o trad·u– onal, pnis todo o curfo da his – toria foi dirigido reios podem· sos e ricos :í ·cus ta dos fracos e dos indigentes. S empre fo i assini, e se,-npre se1à assirn !_ A democracia não in !-pira os meios afi,lal g1dos e mu to menos as es ph1::ras rooulares . O governo do povo pelo povo é urna u to– pia, que nunca chegou a s er re• alisada pois, quando derruba a~– gum rei ou poter, tado, a '.n~lt1· dão trata Jogo de s ub~t1tuli- o com autocratas peiores, qu e _le – vam tudo a sangue e fogo. A democ racia ha de vi ngn r riuando o Pão de Assuca r se derreter debaixo d a chu va. PADRE DUBOIS .

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