A Semana 1922 - Julho v5 n 222

:aoao 01:10 o c,oao 01:10 a ffl===--======,====i$, .., n Monte branco :1 'l==========~=== ~ Na vida e is que desponto, e em plena mocidade f;u tenho as illusões desfeitas como dantes. As luzes da e·sperança, tenues, vacillantes, Sorrindo ao primo amor, buscai-o quem não ha-de? Tambem j á ti ve a fé e os sonhos dos aman tes, Mas nem um só ficou, e a negra realidade Corôa-me de cans e ao medo que me invade Sinistramente ri... que rises irritan tes!.. . Se neste mundo o amor é pura hypocrisia, Se m esmo a propria honra é s imples pl1antasia, A vida é para mim a dor e um riso breve... Por isso aos labios meus conservo um riso franco, Emouar.to o coração E:stá qual Montt> Branco: - Em pleno sol de estio, envolto cm fria :,eve... 26-6-1922 Rocha Gama ----------------~···········•·""·-···········-··············"--------- /,~111111111111111111111111111111111111llll Ili ,1 111111111111 lt~ ¾ DESAPPAREGIDA t Ítf .11111111111111 li 11111111111 l llll li Ili Ili 11111111 l li Ili 1111 lrfl Elle, Imprimindo-lhe na testa um delkado osculo de despedida, snh iu, le'l~ndo comsigo a extremada filhl– nhn quo oontuvn pouco menoM de dois lus tros. •Era domingo. O dia ele maior bu– Jlclo na..• runs de Belem, o dia de u.legrla para o estudante que, mergu– lhado até entüo em seus lncessa!l– tes estudos, acolhe-o festivamente, destinando-o aos seus folguedos; o bemdito dia. para o esposo amanUs– ~ltno, para o amoroso J>ae, que vac gozar, ao lado da esposa e dos ter– nos fi lhos, as alegrias do lar feliz e bem constituido, e de que se vê privado em occasiües outras que de– ~lica ao seu trabnlh,0 hon~to. ,J\fi ruo ~ cstav:trTl intrnnsitaveiH <!e "gurys" entretldoR no "root-hall ", e 0 Largo de Nazareth, o ponto de re– uniilo da "élite" belemcn~e nns mn- nhãs domlnlcaes, regorgitava; moi:os e moc:as Iam e vinham, passando jo– vjalmente l])elo "trottoir", emquan- 10 os mais velhos, rotunclamente a s– sentados nos bancos publlc?, , <:om– mentavam os assumptos do dia ... Fellx escolhera aquelle domingo para Ir com sua filha visitar uma familln amiga. A melga m enina, clellcadnment<' ncolhlda pelos da casa, !oi clepois convlaa·da pelos petizes a Ir brincar no jardim. Era um lindo jardim, cuirlntlo~a– mente cultivado pela dona ela c-nsa; nelle abundavam bellas orclli<le·1s e o centro era. occupado por grande'! e vermelhas rosas, rontelras a bul– bosas tigrldias. Um caramancl1el oll existente, recamado ele prorl:1'a trP.– padeira que por a li se a la:;trnva :í. guisa de scolopendm, empresta,·:i ao jardim um aspecto l])Oetico. E a petizada cantava e fol;;ava, dcHpi·eoccupndamcnte. :\!os, em dado momento, as com– panheiras da c rlani:a visitl).ntc nJt:\- ram-lhe a ausencia. Preas;; rosaE, cor– i,eram O. snla, procurondo-,1. lilas nll não estava. O pae, já aí!li.:to, I.JU !!– cavn-a por aquellns ;mmedlaçõ.?S, em cas:L dos parentes, amigos e , co– nhecidos; e até ao cas•,\>re h111nllde de uma pobre entrevn!la, protegida sua, omle tantas vezcc !/lra. IE,va r o consolo de s uas infantis palavrh><. até ali, sim, buscaram-n:t, ~ulg:rn– do que ella, não quer?lld.> r; <1e a• sua mendiga passasse lsol•üta num d!:.i, tão festivo, para lá S;). cvadls-se. ::lla.s tudo em vão! E a.que, 1 2 pac, du ra.– mente provado por tã.o ac~rbl) qnão inesperado golpe, v Jlvl!n ª'> 11,r , commun!cando á egpo;,:i. o tris:e noontecido. E' indescriptivel a d~r que avas– salou o coração da bôn ~e·nh<>ra. ~Filha. de minh'alma, õ minha mui ' querida. filha, onde t?stã.s? ... Que destino será o teu?. . . V"m, õ filha, vem ! dizia ella. A noite envol\'era ropentinamente a cidade toda. O cêo noelicolor an– nunciava grande chuva. E 11, dentro, n'aquelJe la r onde a Dôr imperava, as Jagrlmas e os lamentos não ha– ••lam cessado ainda , antes :n,gmenta– vam á medida que a noite se ia. n. va nça ndo. Dizer das horas s ubiieqnentcs, <los dias e .mezes ele soffrimtnto que pa,-. sà.ram elles, relatar ai, phrases t ris– tes e entrecortadas de dôr e lle dt– sespero que se evolavam dos tl'emu– los lá bios daquelles pr,es, é recor– dar o que se dtve Pl'OCUTl1,. CSí)U&– ccr !... Softrlnm, e multo. São passados mezes e anno~ . at;;, sc1n o menor , ·er1ti~io do L•\oiiorzt. nha. Stuis pae~, mais res ii;na<lo~. não a olvlda\'am, entretanto. E era fL noite, quando todos dor– miam, que eJJes, humildemento aJoe-, lhados no seu apoSt:nto, oravam a. Deus, em favor da filha dt1sappare– clda ! O relogio lmmens o, de made ira ne.. gra e de plangtr monotono, o tra– dicional r elogio que servira ainrln ao rneu venerando av,l, acnbn.r:1 ,lc soar as oito da manhü. Sõ então me rN•ordei que prc1•iHa– V1L sahlr, o qu1, f iz, dls11o1ulo-mc u. toma ,- um bond, r,a,-a mai~ l'apiJa– mente chegar ao Jogar d~, ja<lo. [..ocr.r.r..,cc,-.coo'"✓AIIOGDQODOIIDD00D0000aaoa0GC0009CGGGOOD0D0000~==aoooaaac~ i TINT~RARIA L V ON~i~B j B- A p'trefePtda pott todos ~or ser onde melhor se lava e se tmge_, tanto § 1 1oupas de senhoras como de cr1valhe1ros. g -=---== :MODICIDADE NOS PREÇOS - ENTREGA NOS D01\ITC1JLl08 8 '-' Rua Nova de Sant'Anna n. ·124 - Telephone n. 1105 • U 8 (Defronte do largo do me~mo nomi•I 1 ~.#"✓✓✓~✓.-O-.X'X"'JOQ§~~..,;~...,...,..,..,,.~.,..,.~~.#"~✓J"~✓.-0-.AO'"'✓~ ...

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0