A Semana 1922 - Dezembro v5 n 245

Ili • t> - n n li at.il 5 e::;,: 110 CJ::IC 01::101 A SEMANA tCIO OJ:10 O meu conto de Natal Estava preguiando o dominô dum freguez na ocr.asião em que a Lilita, uma moçoila doidi vanas, morado– ra defronte, viera pedir a sua Lu– cia, para levai-a a assis tir ao corso no largo ela Polvora. p>.@~ ~-r~~. 1 IT8 fr.sliva de natal. A lna B ' "" 1· d T~ · . • ~; rec 111a ª: c~o:io uma sulta- t ' . 1 na, º? tncliu10 das 1111vc11s r ,.,. . haqJPJava, na alvacnnta e k),~ . c?nc~va ~ ilhara do céo, a "v, <::s:~ cançuo hrancu o romantica cio lu ar. Os sinos, r.m continu ... s r~piíJ 11 es., a ~nu nciavam, ospaço i>m fora o t~·rm1no da mi,qa do lalallo. Na estreita e pauumbr.illica rua 1rns– sava gP. nte e mais gente da volta dos tem11los. Geao1:eva de Argollo, após fazer ~s. ora<:oos ante o florido orato1io, a_1an1Jlla d e sua poh, e casinha, ou– v111do ? cascateio de tanto riso e o rsfus1ar de ta!1ta v~n tnra dos ljlill 1 nma_vam A!ll ~•rPcçao ele casa, da– va fo1te curso as h gri,na~, 50 lam– hrand11 cio passado uo qual ella l:1mhem, 11':ssa uoite, go~ara as d.,: l,c,~as ..natalinas descuidosa e feliz. _E com ª alma e nvolta na rrase '\l~la~ea da saudadP., emqu;nt~ 0 ª!!'dolo, p_ra nto dl'~lisava sobre as s_uas p.ill,das e engelharias fa ces GP11oveva evocava e car iiia ' Pas,·1va de t d • , ' ao e os seus olhos tna(:loados um como ,,n 1 . diorama d' . e, gra 11< 10s0 011 8 ella v1e dt)lo1·,l~a- 111cnte as 1 · ' ··' ' · pr nc,paes pl1ases de s u11 amar:rn!·ada. existencia. E assim viu aquella ·t d ta1 ha g 001 e e na- 1,,r~ eott:.~ntos _an~o:; isso! em ,111e tes,' flAdida ºe\ 1 Jubilos dos 1nesen• vrlho e alquebrad~sa~euto ao sP~ a um mrz iiart· . 1ae, q,rn dal11 · · ia, ines11erada entn para o 1ncognos • m r, l:iq ~arraq d· . c,_vol arrebatado 1•e• Se naqu '' ' 1 •mpindosa Parca. Viu- e a rad1os l ' . sah111dn da • . · a ,\rde de maio 10 reJa de Sant'A lado de Arli" d . ' nna ao p1•los docoij !~ .º, unHla ªº. m,is_,110 \'1u ainda O d~º" do rnatnmo1110. 1n11ncto o 1.anri 1 ~ 8111 "P!ll ~eiu _ao l'Lo d•• stiu acr/~ 1; 0 1 'ctº () r11nc1ro li u- . a o amor. Nes!.r. tempo a frlici1adP. parecia tP.1-a sobrn a ~ua AUard:i. ·vurd:ide nra qufl 11;io êP8frur.Lava uma virta de opule11cia, comtudo, junto de Arlindo r de sru formoso pimpolho consldera\';1-s1•, 01.Lro111a111enle ven– turosa. Porr m depois, qua11ta mudança dP. do~tino. O ~"li r.or :ição sPrvira dn holocausto 11a ara da desventu– ra. R assim ()l'rpassou pela suar~– tina, qual 11111a rn11d:1 sinistra, to– cios os quadros negros dos seus in– forlunios. Viu aqnP.lla noite r.scura P. chu– vosa c111 que rlla apavorada, com Lucia, a sPg11ntla flôr dos 1.r•11s cni– d3clos, 011t:·1u do cinco IOPZPS 110 collo, e lP1111o Lnurinho, na incon – sciirncia d11s t, ,is a1111os, com os olhos arrrµal illos rio e~pa11to sP.gU- 1·0 á ~1ta sala, pre~nnciara Arlindo, vicli mado 1111r u in accMso µornl– ciuso, cerrur as púlpehras pn ra sempre . Corno soffrr ra no~sa 11nito e dahi l'lll dra11ln s,•11li11do n falta cio quo– rido rspôso. l\1•1111ir.i lllrla~ as íor– ças para V<' IICf'r os ohstacnlns da vida. 1~ nr-~•n i11t11ilo rnra 111m11no uma ah11rga1::10, 11111a heroína. t'! l ' m ml'Zapt',~ a morto de Arlindo mudara -se pa ra 111na casinha nos Jurunas, ourln, 0 111 coslnras, IP.vava dia e nnílH cur v,,d,. nu111a "Si11g•¼r" a fim d ,, ~a 11har al:rnma cousa para a s 11 :i 111:11111L,•r .. ;ào o dfl seus arna– clns fi lh i II ho~. E n••s~,. ,•iv<'r lrahalh n~o o insa– no pas<1ra111-~•• sdl' a 11110s, qnanrlc, mais u111a v 0 z, surv,n·a o fé l do ace– túhnln da rtor. Fór:i w, Larrlii <111ma tcrr·a-fei ra d, cal'll :I\ ;ri . n ,•11) li 11,; O iwi, cura· r;:111 11fio q11 1 •ria . 1~ u111 coração <le 11tã<', n••a t' 1'011ln, 1111nC;.t se t. 1 nl,!ana. Primeiro Gnnoveva, li!lvez na lll'0- sciencia da fatalidade, rec usara, mas, finalmentP, a instancias de Lili ta, accede1:a. Urna hora ainda não decorrera ilepois que Lucia sahira do seu la• do qunndo um menino chegara cor– rnndo e. nbruptam!"nle, llrn dissera (JlJ0 a filha dP. su'alma linha sido 11e1?ada por um automovel. Então o qne sP. pn~sou é difficil de dP.~crever. Só se recorda de tor sahido de casa louca de flor, indo c11coutra1· numa pha1•m3cia, cerca– da por mnila gentP, banhada em snnt?ne e já morta a sua idolatrada Luci:i. · . l)epoi~ não se lembrava dA mais nada, até o dia em <JUP., voltanrto á razão, dPparara sPnta<lo na pohrn cama junto a si Laurinho, o seu u,1ico amigo e 'lll<', já numa offi– cina :q1pre11dendo :i a1 te <IA Gnten– lier~, e ra bem o prnnuncio de um futuro de consolo e de paz. Um haque na porta VC"in tirai-a clA continuar naqunll ss doloro~as rPt:ord:içôns . Era o Lanrinho, que cl1l'1?avn das officinas rto í(rando maluli:10 110 qual pP.la intolligon– cia e pelo devotamP.nto ao traha– lho, omhora apenas contasse vinte e dois annns, occupava ago ra o lo– t!ar de p:1gi11ador- Ge11nvPva após enxugar as lágri– mas P. dar-lhn a bença m, pedindo a Dous qu e o fi1.e~so sempre um hom filho, diri~in-se ú varanda com o fim d11 servir a modesta ceia. Um gallo nas proxi midades cla– riuava, d"nlro da noito, as notas vih,autus do seu canto sonoro. L uiz GoMES. (Jacques Flor<H) íl o D ~ib'-=~="lo=P:ooca.::;==s=~o Pªra~P.~~ :iE~}::!~~i~;;fíl Producto rigorosamente purificado. O ,~, seu uso na casinha e na mesa impõe-se (') r. u o ' o :::, OCIO a toao consumidor cioso da sua saude e /Jygiene, que deve systematic_amente re-: ã fugar o de outra pr:ocedenc1a, contami- ::, 0 ~ nado de todas as impurezas. .A v o n da o rn vidros , nas boas m arcê a r ia.s pel os insignifican tes preços d e SOO, 6 0 0 e .200 r õis , ocro oe1oc:===01:1c,..: . :,-,=101:10•1:1===::i

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