A Semana 1922 - Dezembro v5 n 245

1. 11 \ 'ÚÁl/~OT2 t O~c:- "'. _, d'.d~emónd L = = = ===;i=i ~I Um jantarinho /i:: li •· ......~:•'· J O Espirldião. no mo111euto de sa– hir, disse á esposa : -Sinhá, vc se a cosi11heira hoj e nos dá um j:111tari11ho me lhor: es– pero um amigo. -Qual ? - Não o conheces. E' um AXCPl- leote camarada que Pstava ause11ti>, em S. Paulo. e veiu agora passar uns dias no Rio ele Janniro; não nos víamos ha uns cinco annos ! - Desr.ança: iroi eu me,111a para a cosi11ha. - Já espcravri qno me di~sr.ssns isso mesmo: PS t:in amn v..1, t:i 11 couclescfmd r 11Lo ! - Porqu <' o merec,•s. Que 11~0 fa– rei PU para le ser :igradavPI '! --N;io ha outra mu l hPr s inha como tu l -E como ln ha outro maridi11ho ? -Até logo. Oit cá un, beijo! - Tomn ! - Outro 1 - 'J'nm:i ! Agora paga ! - Toma ! - E o outro ? - Toma ! E mai~ 11111 de rpwhru 1 E mais este!... P este mais!. .. 'foma ! toma 1 Viviam assim, aos heijns, o Es11e– rid ião A Si 11h:1, e aindn os tinham. "m ah1111clancia para o Nhô- uhó, um fi lhiJ1ho dfl qnntro nn11M, 'fil e em o r.nc :111tn, n alt>gria a PS(11•rança, o orgul ho d'ar1uellc casa l d itoso. .. A' tardr, 'Jllando chrgou o Oli~ vrira, o umigo quo n l~~pcridiiin co11vi1lára p:ira janta r, nind a Sinhá ,·stava nn cosi11ha, cla 11rlo a ul tirna clomfio ao~ q11it11los com que pre– tendia rnj!a lar o hosptidc. -Temos que esperar meia hora, disse o dono da casa ao Oli veira, que tiuha soutado o Nhô- nhü snhru uma das perua~, e brincava com P.ll fl. - Sa1,es que teus um filho mui – to bonito ? lia d,1 ser 11u1 ropa– gão ! Quo edndq t,•m ? - Quatro aunos. - Quatro ann os já ? íla quanto temro e~-tá 011Ulo casado'? - Vae para dois annris o rnrio ! Jú 110s linha nascido este pi111po– llto rpiando Sinhá e en 110s cas:i– mos, e foi justame11te o rprn mais rlepressa mo levo u a legalisar a nossa união. Achas r~ue liz mal ? - So ella o merecia, fi zeste o teu clf,ver. - Se o rnnrecia ! E' urna mullrnr l'XCepci1111al ! 1•:11co11t1a1110-nos um dia, por aca– s, 1 11 11m hu11d ... -Essng coisas principiam ~nm– pl'P 110S IJ011rJ1lS. - Sn111pre. Sy111pa lh isa mos um com o ou tro. Poucos dia~ dopois, olla eulruva em minha casa para nunca mais sahir ... Os nossos genios, os no~!'IOS gostos, os uossos senll nientos casa• va111-i:e pP.rfoi la11wnto. Nunca hou – vn nn tre uu,; o n1 r11ur dis,e11Li111en– to; a nossa feli cidade nunca foi 1•mpalada pe la mais lil:eira uuvem ! -E11co11tra- to uma phPlli x ! - N:i sc,•u-11os esta c, i,,nça. r. foi um moli l'o para •111e o nosso amor rnclnb ra~sP. Elia era li vre: dei-l he o meu nomP, ~em indaga r do sr n pa~s,,do. que 11ào podia lPI' gra ndPs ,·,•rgonba\, que d ia bo! porquu olla 11:10 era uma creat11ra corrumpida nr ,u dnpral';ida. A q 11 a historia 1\ a dP tantas outras infelizes, que por– rlf'fn par o mâr , 1-1 siio atirada~ uo 111uncln á maldade dos homC! 11~. Cu– snu10-11M ha 11111is dn dous an11os, " ainrla 11âo ti ve, felizme11l<', occn– siào d,1 me an eponder. - Dou -to siceros parahen,. Tiras– te a so rte gra ude· na loteria do casaru r nto, -E t ú ?.•. ílr.asto so!tniro ?... - li a sei~ a11nos, anteq de ir para S. Pa11l11 (e foi e~sn uma dn~ cau~:ic rt:i minha parlid:1 ) li n\ cu1110 tu, um 011co11tro uo 1Jo11d, do 1J UI' 11 - sultou u Ilia li:,.:açâu que nflo se J>•·· reco 11arla ,·ow a tua; u 111a lig:.1 1 :ãn r,uo afas tou para sr.n, pre do 111PII espírito a idtia de viver com um:i mulher sob o mesmo teclo. Dt>pob disso, não q11 i2 senão omorrs d,• passngrm, amorPs que s,• pagam, como se paga um cafe 110_ botequ im. - Lesllmo-te , meu a1111go. -Imag ina qu e me cahiu nos L11a- <:os uma verdndl'ira mr11éra, 11111 domonio, que transfo rmou a mi11lw 1..--:-fsteocia 11um i11fPruo I Basla\'a que PU aff1rmasse uma coisa, para e lla immediatnmento j urar o con– tr ar io, e eu que r eplicasse I i'i 11 111 dia em que esse diaho me a tirou um prato ;"1 ca ra. sa hi de casa e 11ão voltfl i ! Dnpois disso 11n11ra mnis :, vi, se a visse, era o me~mo : 11f111 mn cau~n , ia n menor i111 pres~iío. 1\ tal senhora U. Margarida 111orre11 para mim! - Chamava- so Maq:a rida ? Qu,, coi1u:id,•ncia ! Tinha o 1nesmo uo ru r. da Sinhá! - Está prompto o jantar l disse n dona da rnsa eulrando na :>a lu. r,,Ji7 m1'11[u O Espr 1idião l qne ~!' ahai xa ra par:i tirar o Nllu-ll ltu cio 1;0110 ele 0 11\•dra, 11:io pe1cc hP11 11 olhnr sor1Jroso c1ue Lroraram este t' Sinhú. Quando o marido os up rPSPOlou um ao outro, 11i11g11P111 diriu qu,• elleii se cou hccessem tão l11lima– lllf'nlr, - illinha senhora. disso o Olivei– r a, o l~s poricll:11> le i•IIIP, nos tr rn10~ m ais rloquontes, o Plo:,:10 de V. Exc. : fOll!O fie cumprlmr11tar o mo– delo d:1s r,JH)~:.!I. - Oh l um modelo . .• fri to por olle. i.'\ üo ha d1111s homens assim! O magnifico juntarin lio COITP IJ nlegre111e11lo, emhora o l•:~pr ridiào fosse o mais rxpausivo dos tres. "· ú sahlcla , o Oli rn irn, r- or caminho cio hotr l. foi philosopha 11do assim pela rua fóra : - Decldidumento nr,o ha 111 ul111•– rns hoas nem mulhr res más . . . A felicidade cio casal depr ndn, 11:io do~ dous co, açõPs, mas de dous r.n rncterc!l q11 0 SH idPnlillqnem u 111 com o outro. O amor é uma com– lliuação. E essa noite, na i>ua cama t>strr i– ta de sollr iro, rl lo atlor111Pce11 agi– tado por al:.: 11 ma coi~a q11 r. rlflo !\a· bia ao Ct>rlo se Pra inveja ou nw• l:rncolia. ••• Dr. Çyriaco Gurjão • •• Clinica meuica gemi. especialmente das molcslias da infancia . Consultag cm ~cu cousullorio, a nrn 1!3 de Maio, 27- Pl'imeiro andar, das 3 11~ âs 5 horas <la t:mlc. Residencia avenMa Generalissimo Deodoro, n. I06-C , .;;iiiiiõii_..;;.;;;.;.iiõiiiiiiiiiiii....iiiiiiiiiiiiii-iiiiiiiiiíiõiiiiii---.;;.._ . .;;;;;;;;;__.;;;;.;;;;;;;.;;;;;;;;;;;;;;;;;_;;;;;;;;;;;;;;;;:;;;;.;;:;;;;;;;;;;;;=;;;;;;;;.----;;;;;.:;;..•

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