A Semana 1922 - Dezembro v5 n 245

Ao piano ... ®"'e Soh as mãos pequeninas r, alige– ras de Cli,ia, o piano Bachs lei11 so– ·1uçava os ullimos som, da Rcvêric de Schu1nan11 .. . O lusco•fu~co do crescr.nlc em. taciadu das uossas noites de i11 v1!1'• 110, como se fôra uma fi11iss ima cor– lina de gaze, se alo11ga11do 110 a r, eslr.ir ou leveme nle d ' alvo a sala cur ·de los 11a, illu111i11ando dr. leve o ros– to helle110 de Clivia. a li lha da Arle. Era a saudação do J11compa rav,~1, dn l111i11ilo a essa alma gemea do ge11in ·lorlurarlu d e Liszl ! , Palmas cantantes ahaforam os ÔH1-radeiros soluços do piano, 11' u111 ap(Jlauso fre111 e 11te, e Clivia, na gran– de a11sia d.: ArtH, r eco 111ec;a e 11IP.va- 1fa, ,·i1Jr;111do o l Hc lado 1Jra11cn 110 des– lizar macio de seus <le1fos de jas pe. A SEMANA o co!'po exangue de Sulmar,.ª ~ua uoiva inolvidavel ro1:1bada a vida qua11do dedilhava' em exlase s ubli– me ú pastoral de Llelhow~n. Alkindar amava-a além da vida e, sempre que se approximava o Na– lal, procurava uma fpsla d',\rl~ para reuder o preito da s ua magua aqucl– la quo ;;e rõra 1 E assim te udo nos labios um sor– ' iso de tds teza, buscava uo d ei i!·io suavíssimo dos sons ()Ull as 111aos aligeras de Clivil! arraucava!n do teclado de marlim, a conso laçao ~11- prema para a s ua saudade. E aquella espncic de ve rliger~, como que o alheiúra a tudo. Via ape 11as. baila11do ú s ua vista causa– d:i, a s1lhu ê la crême e loira de Sul– rnar, exte11dida inerte uos almofa– diies cio canapé . .. -Pal mas ca11la11Les abafaram os 11lliu1os ~oluços ela Rcueric de Schu- 111au11 ... ~ ali; , aco11chi>garlo á p ollro11a dr, marroquir.·1 cur de vinho, dominado p1do dielirio e1111P.rvanle dos sons, eslialia-se 11 'uma profunda co11C<'11- lraçào, um coração irmão dus gran– d es espasmos da ~J us ica ! ... 1 Sur. Jo,io 1/aq,~, estiuuulo cn111111crcu 111/c 1 · em Alenquer t.' Afu,í. · MARTINS VIANNA. ---,~--- ················-·······-- -········------ Alki11dar ~le1;d1111ça, o jove n ci– ru;g iüo P, apaixonado dos arrouhos de Be thowe n, i·pmonlava o pe11rn- 11Hrnlo aos longes do pa~~ad11, l'll· Ye ndo em tod as as s uas côres n 111a- tizns o quadro a 11g11sli()so d,i llllla 11uile d ie Natal, de onze anno5 alrús. A ros a ela profunda amizade não se colhe sem ferir n mão em muitos es· pinhos da contradição .' No abnegar é que es tú. o v.encer de m nitas resis· tencius invenciveis no imperio da vontade. Era o silenc io imprcssionanll' da alcova, P.ra o pi;i110 cur ilc 110:,!uni– rn aha11do11ndo a 11111 canlo, 11' 11m «q'iie» de sa udad1! sua, era, e mflm, Camillo Castcl/o Branco. ====eE:>-<~:== = ============-::-===== 0 ·· ======= = HELENA ~-~ Belleza divinal do sêr humano Que as virtudes poemas de tua gente, Exsurges numa synthese i1clemente, Symbolisando oamor em mal insano. Na peleja da Grecia resplendente o teu amante heroico esoberano, Disputava uma guerra florescente , Para salvar-te, Helena , em maior damno. E esse valente Paris conquistou Atua graça olymp1ca eserena , Quando as hostes de Troia arrebatou. És o fulgrr dos tempos decorridos, E a fonte genetriz, alma primeira , Na bellesa floral dos meus sentidos! Do Ne/11_qí11m. CoRDELIA És oconju~cto olyrnpico esereno Que remanesce fórmas de outros éras. Fazes sonhar bailadas sobre o Rheno, Com castellos feudaes eoutras c\1in1érâs. Quando a pensar reparo o teu aceno Ante as mayuas de lutas tão sinceras, Cuido que 0ara oamor um ma l pequeno Foi a causa do bem que me fizeras. Eassim quero dizer, Senhora minha, que allleio ao velllo mal que o bem perdoa, Vou esquecendo adór que me espesinlla ; Eassim q11ero dizer, desta maneira, Que além de seres bella eseres bóa , Ês oorqul ho da raça brasileira !

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