A Semana 1922 - Dezembro v5 n 244

A SEMANA era de espetar, a minha eleita ficou entre· as seis m:iis vota - <ias. Não foi a mais votada; foi, porem, das mai~ voêadas. Ti11lta direito ao retrato estampado no jornn/. E essa era a minha questão principal. Quando li o resul.ado, não coubt! em mim de contente; bebi Chamnaune... ~ ~ ~=V=i= da=b=o=h=e=m=i=ª=,Z AS rrESTRELLAS DO ORIENTE11 Ao Xavier de Carvéllho-, N- ( ' ,.., .ao... rarn que hei c1e estar fazendíJ fila) bebi uma garraf:i d~ saborosa cerveja paratn~e. Sim. Esta é que é a ve rdade. ~~dl ~~ cordão d[ls « Estrellas do r f I FJ Oriente» foi o que mais O seu presepio er:i um dos maiores em dimen5Ões e um dos mais ricos em ornamentação e belleza de factura. ~ fama gosou entre os se~s ~ congeneres e o que m111s brilho c1eu ás suas festa,, Mas... emf1m, eu bebi, sem– pre, ~lguma coisa, pela grande alegria que me inundava :i .ilma loucamente apaixonadJ. E... es– rerei o retrato. De pé senta lo ~ ..................... .... ,, ... " .... , ... , ....... Tinha a sua séde em uma casn á rua Aristides Lobo, entrt! 1. 0 de Março e Largo do Ro– s111 io. Todos os sabbados ln se reur.ii \ a bohemia daquelles tf"m– pos, dando, -rc11dc;;:_-vo11s ,i alta rapióca das. mulatas da terr,1. fônas do trabaiho da cosinh 1 e das compras do mercado de todos os dias. d · r • ' " • e1tad~ · Dois, trecs, quatro dia.;... Nada - Urna semar.a . Nada ' Mais outra. Nada! Já est~rn perdendo a paciencia. Não tinha porem,_ o di1eito de protestar'. Esp?e 1; esp:rei... Mas... isto é de~a!s. Enta.o eu gasto um ai– nhei rao, comprando j ornaes. faço callos nos dedos, cortando 'e es– creve~do; passo noites de in– somn1~, l_~ndo Camillo; compro uma riqu1ssima mold - artisr , u1 a e um ~~o prego; bebo e pago uma cerveja paraense; espero qu~si uma eternidarte; e fico ass·n a olha ' · 1 1 • Hflvia, f!O genero, de tu.lo : desde a mestiça de pelle dt.: mar· f1111 velho á creoula côr de ca– nella, á mamelucfl seJuctc,r;i, á carafusa côr de café com leite e á negra retint:i. O ambiente, lego á entracl:i, notava-se que est:iva imr-regnfl• do do perfume pred ilecto das cu ri bocas paraenses: o jasmim, a preprioca,o benjoim confundidos. r para a mohtiira vasia e Para o bolso v.isio r 7 N- . . . a~; isto não é serio ! O - . ' o re trato, meu caro ctav10 Castro ? A gnlm~te fllar,'n 1\/aqtlalt•flfl, filhinha do coJ>1t,1o . M,uw,·I · Loj,,•.r Vi•rro.w, t1; 1; 1 :wc,• 11 flc'!-dufc da i';J N,,_,,itio mi- e que /101,• com/1/da o s,•u :í· 1111- Viam-se lambem alli desdt! o bohem:o mais relnpso, ao ·com· rnerciante maí-; s is udo, no chefe de familia mais ex1'111p!ar; desde o caix . iri;1ho ,, as tabernas, ao funccionario publico de mais ele· vario cargo. . 111v,·rs11rio natalicio - . . ... ... ... ... . . ... ... ... ... ,1 . ... , . ... ... ... , . , • . , . . . ... ... . ~ - O retrato?! ... Foi um Dia. ÜSCAR DE CARVALHO, rlurante :i 11 aJicional epocha d0 Na t~l . de Jesus, em Belem ,do Pará. !llb !llfto A minh'alma sorri . Do sol O ma ' como enche a o-loria ' r os mont " Como a· va"'a' . es e nrvoredos ..• Ou cem cla~·in~o~peia, entre fraguedos n um canto de Victoria. A minha alma . . Como as azas d~o~n, vi~rante e florea oa ·descanta comonfancrn. em seus fo lg ue:Ios Em funda selva a ave os seus seo-redos ' ' agreste e preditoria ! Em mim perpassam ·1 :Fanfarras e tropl . ' ce eres, cantando As azas todas leos e ventania~, ' ' em gorgeio e em ban<lo ! E, como o mar se cobre d . Eu s into as emoções e e _ardent,as, Visões da noite ... e's~~lmidm, rolando, 10 os meus dias ! AUGUSTO M1-:IRA. - - j I I Cxtranho ma! Nunca soffri do coração, no emtanto Hoje o tenho pesado em demasia ... E scntne, sem receio nem espanto , A razão desta rúra anomalia. Hontem eu recordava, qnasi em pranto, Os risos do Passado ... E me sentia Ir, nos poucos, cnhindo Pm t al quebranto, Que aco rdada, dormindo parecia. E a saudade, que andava sem poisada, De caminhar a esmo j{~ cansada, Vendo-me assim, sem forças, sem anção, Agasalhou-se-como am passa ri nho ~e agazalhn, contente, no seu ninho– DenLro do meu pequeno coração .. , NAIJ) I". VASCONCELLOS.

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