A Semana 1922 - Dezembro v5 n 241

'j -Estou muito z:mgnda com você, Izabel. -Vovó... - Muito zangada... E n avos inli:t muit.o tl'ZH, com ar severo, cha11111-n parnjnnlO du si. -Venha cá... Porriue 11:10 íni l1o je ao colle 0 ·io ?... ·_ Porque ~st:wa cu111 dôr ele CilüCÇ!:I.. -Ni10 1, verdade\. A hôa ~unhon1 fita os olhos en– cant:ulon•s ela nw11i11a, procur:m– rlo a \'l!rdade, que se occult.a e foge,. ·--Bem... aclrnit:1111os que esta– vas com dê,r ele cahcça... E quar– ta-feira"!... -Quarta-fe ira... Por que f?i mesmo que eu JLi'tO foi ao collcgw na qnarta-foini '?... Ah!... lc1!1hro– me agora. Na vespcra niw _uv_el'II, te mpo para estudar 111(uhas ltcçucs, por isso preferi 11ito _ir... - EJLtào v1,cê confessa que uà9 ~ahia as licçiie,. -Oue nf10 tinha podido eS t U– dal-a~. p.,is vovó 11ito s11 lemhrn de que n essa noite nós fomos no theatrn ') -J\[a~ -f~i você quem pediu para ir... E sua 1111'1c tcvlJ a (rnqu_e:r.a •I . l s"o é m111to fo10. , ,i eonscnt1r... ' Você "{t cst:i com do;-:e lll_111us deve .1 • , Til d<' se compreheJLder que_ P 1 e.e'', , .._ e duear e ni'lll s:tcrificar sn.is !te <;Ões parn ir :w theatro: . . V . E11 ainda n,io 111. doze - ovo... :.J ' annos . . ]\.[.. . f•1z<•1· d',1q111 :1 seis - • as v,11 , , , J·i dc- meze- E' ll nrnsu1a ePnsa. ' ' . . , ., .. ' I . qu<' todos nos v ia com l•relwnc c 1 , .. ·- or s ua 111, - somos rnsponsave1, P . . t V , be O que e res- rucçi°Lo... oco s:i ponsaliilidad1: ?... d, I:.mbd \ 1. · 1 e '"JJedlt e · , eauec1111a ' ,.: . ti vo agita-se em 11ce11o ª 111 ma ·. · 1 • O11e e') -Ent'\o di 0 " L n,... " • . · ' .' " . cousa ,11111 to se- -E, e 11111n 1 .· ... ter de rc;;pouc er 1 ta ... B' a g·c nte , pe lo que foz. O ... voct,"é ·11111.t I '"lllfl 1,L ~ • - sso 11w'.' · i'• 11111 ito des- llle nina ho111 t:L lllfl 5 , 1 >" 11 :,o · l .,,-te 'L CU 1" ' ~ llll ada... J,~ cni 1'·.. . · ' e lhe faz 1: s11.1; é dL, ~11:1. JLHLI qn toda~ a,; vou t:ulc,, J [ ile ncio. A uwnina . ,,11 vn u1nll s . ,,ar:L um lado ,, co1ncc,~011 a o 1.ll 1 para outro, pro<'11r:111d n qnn qnPr (ÜRTY 1'1mmo) cousa qne a clist.rahisse de um senni'lo j,í. t:10 long o. -Mas eu aqui estou- continu– ou a velha-aqui estou para zelar por seu futuro e ohrigal-a tL es– tudar, a ter capricho... E' uma verg·o11ha. Você nessa cdade ainda nfw sabe cousa alguma... J\Iesmo nada... Coze mal, borda pessima– mente, lê e escre ve com muitos erros. E tudo por rn:i vontade por qne você é intellig·ente, tem ima• g·inação, mns sem estudar isso não adianta nada, vamos; já que ni't0 foi ao colleg-io hoje vai passar o dia commig-o... Sente-se aqui a meu lado... A menina obedeceu-lhe com de– solada resignação. E a avó con– tinuou: - Você deve lembrar-se ele que dentro em pouco ser:i uma mcu;a; e uma moça que nf10 sabe fazer cousa alguma cst.'L sujeita a dis– sabores. -1\fns vovó-obsen·ou a 1111rni– na-en n,10 precis,, ele ~,111 har a minha vida -Ora essa !-exclamou a velha -E como pode você a ' firmar isso? Porque SC'll pae é rico? A for– tuna pode-~c pHnlm· de um dia para outro; ali',m _disso mesmo quando n,10 sr. prec 1sri d,~ traba– llw.1· é muito foi11 ser uma creatu– ra inut il. Dig-o atP- mais... Urna moç:, ri,:a tem até mais ohriga– <;,õcs <lo que a pobre de instrnir- se... O.; pobres ai11d:t tên1 dcscul- pa... Ni'io pode m a pre 11de r... J\las vociL. Olhe vou lhe coutar nllla historia para qne \'Ocê veja... A me nina salto u bate11du as mftos de conteu te . - Oh!... Uma historia... Sim, C()Jlte... A llVfl coml\<;,on nssilll: -ILtvia 111111t ve;r, urna minha, que t i11ha d11a5 filhas e uma afi– lhadn. -As duas filhas eram tito ig no– rantes, tiw mal instrnitl,1s que n em sabiam prP.g·ar 11111 hoti'Lo n e m fritar 11111 ovo. l,;so nüo irnpressi– n11a v:1 a 11i11g·uci111 pnrqne todo~ in1a– g-i11av:1m que as filhas dos n·is ;1iw precisav:1m de sah1\r cousa al– g·nnia. Vn ou v indo. As clnn.s prin– Cl'z•1s cr1\s1•nr:1111 e cn,a ram eom ,l11i ti prinl'il"'·; 1l 11 s rnino; v i, inho, . J\Ias, passados alguns dias, o, i'ei 0 nos e ntral'arn em guerra e os dois prínc ipes mMTeram ambos cm ttma. batalha. Eati10 fienram as priuce– z;1s govcr11a11do os reinos e, como nenhnrna del\,1s tinha insti·uc<;i'Ln, tacs tn lice., fizrirarn, que 11s povo~ acnbnram ror se aborrecei' e des– thronaram-nas. A rainha teve de recolhel-11s a seu palacio e c ho– rava de as ver ti'lo infe.lize,. Enfüo, corrigida por esse e xem– plo, a rainha resnlven educar b1·l111 sua afilhada, que ainda m·a muito pequena. Deu-lhe bons profe,sn– res e ohri~·ou-11 ;1 I\St,udar todos os dias. E eminav11-ll1e tudo: à esdc as scie11ci11s rnnis g-rav,~s até os mais humildes ser v iços de um:1 casa. Obrig·ava-a a varrer, cozei' e _a~é lav:n· pratos. J\I ni ta g·e11te cri ticou esse systema, che•>·ando a ªP,l~ellidal-a '.'ª princeza b~r~·alhe i– ra e a cons iderar qu,3 a. ramha a mnltrat:n·a por n f10 ser sua filha. Mas cp.tau~lo a afilhada. cr esceu, todos a. admiravam por sc\n sahcr e e\la a :,;-radecia a severidade de sua madrinha. A nvó calou-se. Iz'l.bcl esperou ainda alguns ins• t1111t.es com olhar ancioso e como a velhn se mantivesse cm silen– cio pe rg·untou: -E de pois'! --Depois que '? Ah!... que res sabe r como acahou a historia "? P o is ouve lá. . E com nm 1:equcmo esfor <;,o parn mve ntar um hnal disse: - D l:' poi;: nada. A prineeza. vi– veu muito feliz. - F, nfio se casou? . -Casn~1 é claro ... Com 11m prin– c1pe mui to formoso e tmnbem muito sabio... -Ah!... já ndi vi11hn o rn~to– ex clamou a mc niua- 1[ou,·e on– tra g u e,·rn... E sse príncipe 11101Ti>1t tambem... A princcza turnon-sl: e ntão rainli:t, g ove rnou o reino e ... -~ada disso . Porque havin1n d e matar nm-princi pc tiin he\lo tl t:10 bom'?... Nem houve mais g·nPr– ras. Ü~l(IIC' eu quririn dize r <- qmi n inst,rncçi'io é JHlcCsRaria .. -Ah! bem... concluiu a rne11i- 11a com um sorriso nm pouco i nm– hc te iro--mas para isrn ni1 J prt,– l'isava Un111 h1slor1a H10 cnul prirla .

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