A Semana 1922 - Dezembro v5 n 241

A SEMANA ~A***********...,_....*~*"'"'""' ~=··· ·=···· ..= ......... = .........= ...._ ... =. =======. ==== .., I: i3 O destino ~ .. E mc1is ta r<le? Mais tarde, o hospita l, as orações de um sacerdote, a valla ~omn1um, repoiso e ·n massa elos des– amparados!. .. ~ ....... :·.··· ..·· .. · ... ·.. ··...... .... .. ..................................... ................ ...~ (PHANTASIA SEM VERBOS) Mas silenG-io, co raçao !. ~a-:, da de' r evelações puqlicas, .º segred_o dal1_nt de teu amigo, -contigo so . ... Ao Bruno de_Menezes. --o- Eis o retrato da, in illo tem– pore, mulher dos teus sonhos côr de rosa: Alva, 1ruito a lva, dessa al– vura de liciosa do alabastro ; a pe lle setinosa e mac ia como o arminho, os olhos negros como a, noite tenebrosa, ns cabe llus pre1oc; como as azas d~ g raúna de nossas mattds virgens. Dentes claros, côr de mar– fim pollido e brilhante, dona dos sorris0s de anjo, exp res– sivos, entontecedo res; rosto, emfim, deslumbrante. Eis o retrato da mulher outr"ora, de teus pensamen: tos azues, de teus sonhos côr d~ rosa, de porte elegantis– suno, como uma p rinceza oriental, mulher unica, senho – r a do teu amôr, de te u san - g ue, de tua vida! . . . De tua vida, sim! Porque nao?! Quem, dantes, mais bella, 111a1s amorosa e mais te rna do que e ila ? Q uem annos atraz, mais digna do ' teu co– ração de moço, do que essa e nca rnaçflo soberana da be l– Jez:1, da captivante ternura da an1?;dic:,d innocencia? ' ' E'>plendida, nou 1 ros tem– po~, pe la e lega ncia de s·eu traje, pe lo salero de sens re– qu~br?s, e mais a inda, Dela rn e1g-u 1ce de s ua voz du.lr.i s– s irn a de amazonense provo– cante . f s to ~uclo. . . e rn tt>mpos idus . E il-a agora comp leta– Jllente outra . .. E ntretanto, essa creatura a-e ntil, senbora dos teus af– i :ctos . espos~. out rora. es– colhida por t1 d~ f~ntre todas , 1 ,, mulh e r e~ bo111tas da te rra· • • 1 a ,n~ is nobre, ª . mar s pur,.1 e seductor:i , c>ssa 11nagern viva t, do he llo, coitada! ... que me– tamorphose horrivel !.. . Hontt' lll, pura e fascin an~e , hoje, rosa sem petalas, hoJe, perola sem concha e sem va– lor! Flôr s t m perfume, na sargeta das ruas !..• Pe rdão para e lla, meu ami– go! Para a mulhe r de teus pensamentos azues e de teus sonhos côr de rosa de ou1ros tempos e hoje. por nma fata– lidade do destino, u ' céos !– o sa,:cophago e ne~recido de tuas i llusões perdidus e do teu desgraçado ,amôr ! Nos labios, outr'ora carmi– neos, o .halito nauseabundo dos be ijos impuros, no sem– blante, a tristeza d.as grandes dôrf!s seril remed10 , no c·or~ po, em alrnoeda. o g~rmen minaz da wbe rculose ! . . J ACQUES RoLLA. f.~ ······-·······-·····-·····························- ...... ...................................... ~ --···-··-··-·················· ·········-·-······································-············ 1 •J Genese A Terra é toda um. cháos, impuro e incipimte, No rei11ndo do ·Mal, 110 rei11ado das trevas... E escravo·das paixõeí, i:-ri111us o i11cv11scie11II', Cécro e•rnrdo· no frator dn111as l11c/as cuévas, N~. volupia de ser, 'grn11diosa e se111 11n1!1c, Ercrue a massa de prd, a e l11cla prla vtda Ph';•.ciologica111mle arg11id.1 pela fv111c . .. . E 11ão svffn• e 11iío smtr. . . 11 111a/cria que rsfri,i Scbre o .bvlidv cm fogo, a girar pelo espaço, E' sr111 d11v1da n mesma, ndstricta á polia Que no Cnrn1ns o l'scra visa cm tilanico abraço. Sl,111p;·e a,ran :crndo rí «1'vJaJ•n,1, as convulsiirs lhl' soffrc, .,., " I Em n11cins de vive•·, 110 esforço srw ar, Que vne do f ogo ao gélt1 e o atl1ne e bnlrmça Distmdido no furor da acção molecular . A crravidnde o e111pvlgn; envfJlve o por i11tl'irn; Ao\ 11sti11c/o da Terra, nllia o sm iHslincto; E é s1•u terror, o terror i11disti11rlv Q11e')eixa a sensitiva e alcatifa o bnlseir11. Nüo sojji-e 11cm pndere. .. a 11111/eria 11ão se11/c; Olha sem comprchendrr os 1110/es q11c o co11so111c111. A Terra é rlle, o Fogo é rlle, o Ar, os Cé,1s, N uma rn11j11gaç110 lmmw11icn e frrllli'IIII' : Q ,11• pam padr({'r r preciso s.rr h,11111·111, [; 111ais, para sv)Jrer, é preciso ser Dms I 22 - XI - 922 . Ü SÉ/\S A NTUNES.

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