A Semana 1922 - Agosto v5 n 228

lOililO OJC:lnrí nho ligeiro, somnozinho ele qncm 0.':l()era e. .. -Eu sei. . . -Niío vin,h::t nnda. J,ft noite ve- lha, al>ri os olhos , mudei de Jm,nho de rêde, metti .u~ mosca de fumo nos queixos e me nquietel. A. lna era então, colllo o ctin. ....'...Estava. convidnnclo? ... -E6tnva. As sombras ctns fo– lhas mexiam, upnlpando-se no chilo. como coisas vh-ns; e faziam ranut"'ens de todos os feitios . De repente. ·ouvi qnebrar ao lado di– reito . Olhei ; não era nada. -Outro estralo, ,1 esquerda: nada A<l levantar, porém. a vista de fren– te (.~;e, Maria ! seu G11ldino), ,i, alli então, aquellas duas tochas de fog~. que não tenho maneira ele as contai·. Ji'irmnnelo 1 bem n ,•ista: fi– t avam-me vs olho,; terriveis de um vP11<l0 monstro. A~ galhadas elos chifres at(í ,pareciam dois pans se!:– c:ns mnito ,·a malhndos; assim CO!llO faveira ( l) mortu, ou l1lgum mn– ric'yzeiro l'le<'CO. de chapada . lJma flore,;tn de C'hifre.- ! );em pareci•un qnc cn hem e renascem todos os ,m– uo". Qunndo qui1r. dnr de miio nn ei<pingnrdn o brac:o fi<'on duro e os cnbellos Rul.liram, :irrepinclos, ror nqnPlle mun<lo. O conro de minha ca'licr:u. v1ron todo 11111 formigueiro a!'sanhn<lo. que me tomou depresiiu t odo o rorp1J. 8i l'II estinissc de <:lrnp,;u, e>IIC' /'le teria levnntndo bem Jc meia vn r a . A;; perna;, ~6 me não fnltnram por-1ne <'11 e::tan1 ,ipntado. l1°u cora<:ão hHteu tiío uprPssado P f or t,• qne me purec-en 1111erer ,·oar de tim·1·.a u f(,rn. J,} o ~ 11 f>!! u ,Lf',.Í ra ·1 - Qne Sn1<s11a,púrn '! -Xiio Hllbe? o ,·cntlão dos olhos c]r fogo! -Olhflv'l. firme, 1111r11 ruim: mn– tt1mlo-mr• ns 1uod111ento" e arrl'· piundo-mc os cabC'lloR. Yocê já o \'ili'! ~nnc·u ! uem o quero vê>r. St'i 1 ,nn'•m, ()11<' t'xisf é; l' \'Oeê foi mnlto f ,•Iiz por ntndil estar <·ontnndo a h btorill . • . -Porq1w ? ! - l'orq1w porlin t<'r desappare<"i• do fic·nndo a i>rnrnr _por nhi, ou morrido ctnldo t•111110 d1n>rsol\. -'1'}nf tin Y .. . -Ora, i.i !... ,\Ili parn o,: lados d r, ,Jn;;,;í1rn, no rumo cio A.logre, mo- r a O t.,-11C'T1le Bu,-,llio. . -.Aquelle dat1 rapadu ras bomtas? -E , tio is. . . O 11al' delle era c·o- rnJo::in e v1ilente. Desses hom!!ns valenteB, porém calado~. " Além disso, elle sabia se ben- 0) ),in<Ju arvore do_ l;aranllão. c•njoo frurttis abuudantissunos, silo <•xc;ellent-e forrugem aos gado~. Quanto mais rigoroso o veril.o, mn:s l cescas e- formosas ostenta as sua.; ,.fra11Cll"I, A SEMANA zcr" mnito hem. Ouviu fnlnr que. dia de Siío Bnrtholomen, ninguem c-a<:11, ,porque mil tropecos succe– elem nos ca<:ndores . I sto quan,10 não se encontram com o "bouilo perigoso". Elle cai:oa,·a dns his– torias, mofa,-n ele todos os casos. e dizia que tudo não p assava de mentiras. M-nR 11111 amigo delle, ho– mem verd11deiro e a quem nunca salteúru o medo, l he gnran'.iu , uma feita, que o vendito exist.i:i. Existia e sobre ser temernrio era horri\•el. O veH10 guardou n l1ist·o– ria. No din do sanro. u 2-1 ele ag,1s– to, preparou-se e sa,hiu. Para nüo -dar culda'Clos nelll que falar, 11 nin– guem tH·e,-eniu . Chegando ri mattn armou a rêde, pendurou o facão Regi.irou o arcilb11z de fümn e esÔC'– rou. Antes da lua npp11reem-: a roisa veiu Jogo. T!Jstnn1 de totlo ~– <'nro, porque o c.-<-u, muito estrella– do, cl!1renYa ele metter gosto . .\ lua só para depois da mein-uoite. -)Ias, qne Yiu elle'! -.\ ,principio, bolir o arvoredo. Depois um 'clarão dentro do matlo habrn, no longe. Penson qne fos– sem cll<:adores de tatús. rnstejando– oR a fuc·ho. Dnhi hu pouquinho nem lhe conto! v1t1 duas rodas de fogo: om azul. ora rermt'lho . E rliminniam e ,1ug111entavnm. :1 fer– ,·er, como os olho;; de pHpagaio z:iu– !ta:do. Qunndo o bic-ho Sl' approxi– mnu a ti ro, o ,·elho apontou. '.\Ia! o fez, porém. nviston tu<lo direito: -eL·u 11111 vendo gal11éiro enorme; -parN•ia um boi ele carro. _\s suas galhada~ ,·inham ahrinrto eamiu:1n (lOL' d<'nt ro r1o m11ttn. li'irme 1111 po1üaria. o ,·e'ho apcrton o !lrdo a_o gatilho e a e9ningurda. . . men– tiu fo;:o pela primeira ve;r, na ,·i– tl:1 ! Armou-a no,·ameute, e t>lla l:io <·erta no tiro e no alcance inegnn– luvel: falhou out ra \'l"6. Aqui. lhe> ,·ein u <'llc parecer que l'm a t:i– l·cn·vn molbndn pelo sereno. i\ludo•1- n, exnmlnou a torcida de nlgocliio posta, em anel, íL bo<"rn da nrm:i qne ít noite serve de "ponto" nt,l< a I i ru11 on•s. end IreiLon-so 1m rí'd~• t111 eonvicc;iio de derribar; C'. .. - 0 ti ro zuon ! - 7.nnu 11:ula ! Pnlhon rlr noT"o; e. segnicluruent e, mni,-, unas e ou– trns \'C'Z(>!,. ~B o hidü'ít>: - I•Jnraln,c·hlr>. av.anc-,m um ho– c·ado. i\Ins. a Ili. 11 corp;rnzil já era todo uma só tocha. OoiYíira ern qu~ o era . l3ehemotb de fogo , cor uo dizia o fallC'ehlo -rigario. A.hi, o v~lho niío ll''VC clnvltla do grave pe– rigo, e\ urgido de meeios : heuzcu-se e rezou n Orac:iio de São .Uarcos. - A Oração de Silo ~fllrc-u!!? ! Vo– 'Cli 11 .u1hc, seu Gn ldino? -Nilo. :!\-1csmo que a soubf's~t> lhl' .ª niío poderiu dizer, 1,or 1ue jJf'r– <lel'ln de to<lo a "l'irtndr pura mim. ~-Oh! é -a ma h; forte ,Je todas! hnti'lo rN:nrla Plll rr111r.e'l, ntt'i fnz OJC:10 OJC:IG rioR recuarem correndo ele n oyo ir,nrn as cabeceiras. -Pois o pne do tenente .Basilio no mais feio do i])erigo, se benzeu e r0'60U uquelln or ni;ão. -E dahi : -.\fetteu. o utra vez, n a rma no r osto e largou fogo. Com u fori:a da r01r.a, o tiro sa,hiu ... mus sahiu des– feito em ag-1.111 . -Como assim? . - Pela boccn do a rC11 buz, em Yez ele fogo e a carga, estnfon m11s i'ol um jacto ele ngun, que hnteu ha pon– c·us brnc:as. A•hi, sim, o -rclho es– treme<:C'u. Estremecen e arripion– SC' tc1clo. Pela ,primeim Yez nu vidu ti\'era medo . A oracão era muito forte para ser qnebradu. De Ct'rto nquiUo nã·o e rn vead o; era o denv.l– nio, ou algnmu coisa tio outro mun– do. l'or for<;n que o era . J':ímais r ezlira nquelln ornr;ão qne não , h,– se o effeito immediato. :Xo rast:> rle qnulquer animal Yelhac·o, <'rn sC. diwr e olle prot·11rr11·. por si mc-smo, o c-nrrul, ou yil• deitar-se manMzinbo íi 1mr ta du fazenda como 11111 bac;õrinbo crindo nu mão por enjeitado. Os proprio;; tou ros Yalentt•s se entre.;an1m. Temr,esta– ues tortes. u11111 ,·ez rl'sada, se :1p– plnc111·11m. Pn rn nc;;ro Jugido pro– curar II casa do st'nlwr. não ha vi11 melhor rcmedio. Até um meio ,•e, lho e mandigneiro. qne tambem sabia "c:urar ele cohrns •• eomo niu– ~nem, hnsta udo olhal-ns, ele lon~<' par11 morrerem ou ,·irem, inoffi:?n– flh•as, enh1çarcnH;e nas s uas pernas e no ~eu pesc-oc:o, não l'6eapí1ra nrun feitn, li snn fol'(:n. Fn;::iclo por lllUilO tt>mpo, 11111n tarlle lhl• ('Ollhe– cerum o rasto na art>in ruolha<ln de nmu font<' lla,!m1. dc dentro ,ia mntta, e rezndn. qm• foi. hl'm no 111<:'iO rlo ))é. clle \'l'iu ter ií S('IIZ!llll. umu ,·t'z de madrugndn. i,; jií fa– ziam tres nnnos de amuen11.11J11dn. Suc:ce<leu. 1111111 YC'Z, no ,-elhinh• n que n eusinnrn, nn hora du morte" ao pnc do teucnll' Basílio, es,·a1111 r do muldito, só r;or c11 u,-,11 dell,1. Foi 11111 lllilHJZl'e ! ('0111() \'lltllll'il'•J. elle \'oltnYa no campo, [I hoqninlrn clu noite. Xuma p,-;c•rnzilliaua. ou-riu bolir no matto. e logo a ,·iston, t·hn– tenntlo, nt ra,·es~ar a Y!'rl'<la 111:1 i'S proximn, um llO\'ilho ,preto. Hl'llll· rou no bicho. e como o <IC',H'Onhe,'\•– ru c·hc;ton-111<' o e1n11lo. para Ih~ rcc·,mhl.'Cer o ferro e o sigruil. Muito arisco, o bicho furtou o eo1110 e entrou uo mattu u to'1a r:ar– rciru. Ia quebrando tndo o que- l'll• C'ontra,·a. - 1!1 o Vll(IUQiro? -Rubiu,Jhe de bat idn. 1\lus sc-m- pre que o no,ilho sentiu os qnei– xu::1 do cn,·ullo bufojnrl'm-lbe n;1 11n– CO$, dn,·n tanto de i-1 que o va– quoiro fléllY!l longe. Como, por~m o cahrn crn bom gucl<'lro. picava o c·a,·allo t>, em pouco tl'lllJJO, estnrn at11ll111 uão atalha. Xo tlcrradcirn ,irr11111•0. C'ntrnrnm. 11111 npós outro • T r o

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0