A Semana 1922 - Agosto v5 n 226

, 1 -.:.; t __a ;;~ cl: - ;:::::::.J IO oc o NA CASA OE ENFORCADO... A.o Edgar P r oença. Bem disse, se me não trabe 11 memoria, o venerando Rny, o astro tle ma ior grnndez-a no vasto céu in– tellectual deste nosso querido Brn– s il, que a mais terrivel epidemia que nos assolava era n praga dos coroneis do interior... :Ka verdade, se elle assim o disse, é porque motiYos lhe não fultavam. Eu é que não quer o que se mc– Jino1·em commigo os ineffaveis '.!:>· roneis . . . especialmente os elo Rito Trnqua teua, em quem um jornalis– ta modemo antevê sempre uma PS· peranç;a de alegria . Por e.,empl') : ' grossa "sanclwiche" de salnme re– gad a por um duplo schopp... . )las, yumos e venhamos-e aqui -1iara que uinguem nos onça-ex– cluindo essas excelsas qualida,k s dos coroneis, o mestre Rny tem carradas de r azão ! Ora. certa vez, por estns ternlS ues<·nidaclas appurec-cn um velho coronel ... ) Lesureiro, insinuou-se fneilm,.n– te ú symputl\ia elos pró-liomens ela política, exbil)imlo snas im·ejavl'is aptidões ele " sóba " clessns intrin– ca veis brenhas da Amnzonia ... Como premio, então, deram-lhe (eu não o fni ) a direcç;ã.o de um alto est11belecimeuto publico, ne.,~c tempo mui to t'0nhecido pelo _snl i– voso nome de El-J)or nclo p11nw nt,,' ... Que ma i~ <1ueri11 o c·oro11el? Parn Jogo seus talentos SP e;;pargirain, e todo o munclo, pou('Q d epois. teve que ouvir a os quatro can to;; ,, echo da cledicaç;ão, zelo, sohrctuclo bo– nesticlad e elos funccionari11s claqul!l- le malsinaclo pro1wio a rrel·adltdor... E, assim, o tempo foi pnR<Snclo.. . .Mas, como o dir. o provC'rhio, qu<' A SEMANA ,oc:10c:===ia e1O Q não hn nm bem eterno, um novo go,·erno, npós longos a nnos de um:t politicngem ferrenha, nomeia, de s ur presn, um snbsti tnto pura o co– r onel. . . 1 Es tudioso, quarentão, conbececlor das qualidades bôas ou mãs dos homens, de tempera immoldavel e professor ele psychologia, o recem– nomendo resoh·eu, de si para si, tirar, 11ntes ele osstunir o posto, a p rova dos nove dnquella inveja1•el somm·a de honestíclade, com que tanto se túana,,n o t elho coronel. No emtltilto, era uma elas coisas bem clifficeis parn o novo chefe ti– rar, exnctnmen te, n proYa dos nove elo tilo grnnde somma... Passa ram um, elois, tres, ,quinze dias ue gatJi– nete, a somma r, a sommar... Infnl– livelmeute, parecia cledo da f a~a– lid11de, o proclucto das p1trcellns nã o i1rnalnn 1, por meio algum, no pro– dueto ela somma !. .. Era o diabo ! Se fosse logo proclamar que o co– ronel se " enganara " no a jnntn r ele tanta parcella d e honesticlarl<', ahi estavam dezenas de "marhema– ticos" para protesta r cnergica e ar– rogn,ntemen tc, fic·nndo elle em po– si<;ão esquerda e mesmo tah·ez Plll Ju('tn. mais tarde, com algum f or– mid:rndo pro@s.~o ele injurias ... .\ssim J;oi pmden te. Aguardou– se em c11s11 em cogitar,ões maclu rns. n vêr se enc.:ontrnva um meio segu– ro ele salúr daquelle fim escnbr0i!0. B pensou... pensou... Xad:1 ! 'l'nclo era negath·o e lhe tolhia a a<·t:iio... Os trnnsac·t os governos h11 ti11m pnlnrns ,10 tino e honestith – cl<' do Yenemntlo c-or oncl- pois e1·a um 1rnhnlho ít ingle,,:a !- nos r1o– <'ll1Uentos e 1,alanr,os a arrecndnr;iio do p rnp rio uão 11ltC'rnl"a c·oi,:;n nlgn– ma . SC' niio clava nm renl II mais, cm compensação nilo cla nt tnmbem nru rC'al 11 menos! Era alli no du– r o !. . . E ii:;so era a maior confirma<:ilo da integridade elo coronel. Uns, o no,•o director não se con– formava. E, assim, um dia, vespP.– rns ele toma r posse, foi fazer uma visita, incognito, ao estabeleei- ' moo~. . .à.o chega r, porém, ã porta de ,111- tracla, uma icléa perversa lile bafe-• jou o cerebro . Sorrindo, olhou em torno de si e chamou um " Clll-regaclor" forte, <le voz stentorica, que ú esquina estadonavn. Ao defrontai-o o homem, fez-11:e uma proposta reservada e, a pós, sn– biram a larga escadaria como dois ex tranhos. A' vistn do novo director o qua-– dt·o era impor tante-em de-/4enas ele -carteirns, cheias ele papeis, doen-• UJ,_ent os e livros, os funcc:ionnrios, d e cnbe!:11S cur1"nclas, entregavam– se nos labores, numa acUvidncle l'S· pnntosn. Lá, no fundo, tambem cu1·Yado aos paveis que exiuninarn, c·om mi– uncia e interesse, ·o velho corou E>l, consciente de seu alto posto, appa– rec1a sereno. c·nlmo, em sna <'XC'i:!l – le11te carteirn amcricmrn. De r C'pPnte, como um rihomho de t rovão, echoon pelo snlüo vasto, a vo;,, posi,antc, stentorica <.lo '"<->1n ·e– gnllor ". a nm signal convem·iot)ll– do: - l'égn ladrão! Ob ! a iclén fura genial. o <·<WClncl. honesto. zeloso. i-altun, c~pu rnrido, <ln c·nr lPirn e ntirou-ee pela f.'sc·ncln a haixo. segnido pela tropilha dos nct ivos funcc:ionnrios... E Q novo dirPctor. após :i clt-h:1 '1· cladn. c;r, ('11c·cutrou no malsiunctf) esta beloci1111mto nm uuico f.'mprC',::n– do-o portPiro... 1111<' urio poclin correr 11orqne tinha os J)éS hn1,r '~– t:11·c•is pelos cht r t ros ... Brasol Olhos, ouvidos, nari z e garga nta 6, Tra vessa 7 de Setembro, 6 d a s 9 á s 1.1. horas AGENCIAS DA "A SEMANA" NO PARA' 1 ~-- ... ..........,___, ___________________ Pi nhe iro- «Salão Naval», l." rua, con fronte a ponte. :\1ost1ue iro-«A Porta Laro-a» Largo da Matriz. b 1 Sourc-«Casa Confiança -&, 3.n rua, canto da í6. S ~nl :1r em Papela ri, l'otó,, f<ua do Co111 m1~rcio, 12.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0