A Semana Junho v4 n 168
"·º A R~ALDO Y ALLF. A Sl!lMAN/l gem, <e apontou pnrn n Virgem Mãe dos Affiictos). ~fos um d ia, antes que um padre nos casasse, a morte arrebatou-me toda a alegria da minha alma, a vida da minha vida, o meu proprio coração ! F i– quei para sempre viuvo sem nun– ca ter·me casado! Comprehendes, filha ? ! comprehendes ? ! E ' que as almas, como a minha, só sabem amar uma unico. vez ! Mas. santo D-,us ! Que faço? ! Que digo?! Per– dôa, filha! Não :foi para me ouvi- hir matrimonio com um homem que tinha o dobro da minha eda• de! Um casamento ele convcnirn– cin, meu padre ! E nt rei para a vida matrimonial como se entra para um cla ustro, para um t umulo, as– sistindo, em vida, o fu neral da minha mocidade, o fanero.l dos meus sonhos éle virgem ! Podes lá. avaliar, meu padre, o Que isto seja 1 Desgrnçada q ue fui ! ·desgraçada que sou 1 Pensei que havia morrL• - do para o mundo, para o •amor-.e ROCHA :AlOREIRA a mociduae. E ngano! en; gano ! éuga· no! O mun· do. o ainor .e a mocida d e res em confissão que vieste ao tem– plo. Sim! não foi ! Os velhos, como eu, vivem sempre sonhando, dormindo ou a.cordados! Aqui me tens ! Contu-me as tuas culpas, ou os teus pecrados, pura que eu, em nome de Deus, te possu. absolver ! - - Padre! men padre ! sou muito infeliz ! sou muito e muito dE:Fgra– çado I disse a joven confessanda com a voz embarg~da pt!lo pranto'. - J oven, muito Joven ainda. fui obrisnda po1· meus paes a contra· a/lerada__a ajfei– Moreira se ha- recer, arraigan– tremo esse sen- queremos sem– /ado, i11dispe11- existe11cia dare– deve desvellado os elogios ao ctua/ e moral do me acena:· v1un, me ace· d i avam,. me c e r.c o. v a m num circulo de ferro, do qual que r ia fugir e não podia , como a avesin h a incauta que a serpente fas· ciuou ! .. . A serpente; meu padre, é um mancebo lin– .fo ·e joven como · eu;· \l, _qu_em já dei a mínha alma e o meu corn· ção ! Quündo o vêjo passar , mou tado no s~u fogoso gi· uete, sob as ja n ellas do meu palacê" te e·squeç.., o muudo e as horas, t udo o que me i·o· deia, p ara co n c en t rar nelle t oda a minha vista, toda a min}m alma, todo o meu coração 1 Só o que ain• da não esque· ci, mell padre, foramosmeus deveres de esposa, a fidelidade qm, j urei aosolhos de Oeus e aos pés do alta r ! Oh ! juramento terrh•el ! oh ! supplicio que se não define ! Ter de viver ao lado de um homeu~ já. velho e o. quem niiu o.ruo, e cujas caricias me envenenam a a lma, sim, meu p11dre, me envene· nnm a alma porque me rei,ngn?rn, porque offendem á minha mocida– de ! Padre I meu padre! aconselha.• me pelo sento amor de Deus! 1:_i~ ze-me O que devo fazer, se no.o
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