A Semana Junho v4 n 167
~ / • \~ ~ ,,,. ,\n r.osso olluslre collahorador dr. Osr. •r de r.arv:>• ~ • ~ . _/ \ ~ lho ,·011f1:1100- c~ta pagina ele apreciadas producções dt t?ZP/Jf ecutaA ·~ fe,tcj:ul- s i11lrller.111,es a.lagnann<, conlerr:rne,,s daqu, l!o \, ...~, di-,tin~to mPdic('I, que as P.~c 1,ILP.rà l•ara eule,·o du~ HO.il ~ 1;1' "·"-'. os lcolorc,. /. \\: ;,:~ ,{G]r IGUALDADE ? N UNCA (TAL QUAL C0\10 HÓJE) Foi s .:: que ixar a Gata ªº. D ~le gado D e P o licia- o tene nte Pelicano Que cumpria com ze lo e com cuidado O se u d e ve r um p0uco deshurnano. - « V im me qu~ixar, senhN, da soc ic clade Co rrupta d es ta zona, Que me clesnre~a, Pnchendo de ba ldões . Pnr cau s a só duma levia ndadf! lá me clp1 111:1ram ré le s marafona j~ o utros me d eram Pp ithe tos v i!lões. E a gata, pobresinha, Pôz-se a chorar a sua intensa magna. U m pelicano nunca perde a linha . Mesmo d e a nte duns olhos che ios d'agua. O nosso D e le gad::., Assesto u no na riz o pi·nce nez. Fez poS<.-', como exige o protocollo, e >Ili tnda sisudez Mas fic1,u d e re pen te a;rap,dhado Quandu vi11 e.la queixos;i o lin lo collo. A G :w1, e m desalinho, ::-ioluçava, ge mendo, Cabt-'ça µa ra tr.-iz, braços cahiclos, A ' ,nos tra o peito alvissi ·· o d e arminhn O 1,lh ?.1 d o D lei:,adn foi mordendo Ooi , bPllos f1 uctos a ma.l urecidos Que qtH"brava ,11 as alge mas do co1péte. Um p é~inho d e fada 1--'isa,·a n ;11<1 ndarim austé ro e grave Pintado no tape te E a sala estava toda impregnada D e um p l:! rfume suave. Emfim limpando os o lhos d e esn: e ra lda A Gata con tinuou manh os:1111 e ntc : <•Me u De us! a minha fronte co nl() escalda! Que malda•je se m nome a d essa g en te! S enhor, igual aos outros é o me u caso, Ame i com pb re ne.si . Da Luz da mad ruga da á lu z do occàso · Du ran te longos dias e u semi As d elicias supre mas ,Joc; d e s ejos. Entregue i-me confiante , Jul o-ando fosse e te rno Aque ll e d"ue tto espkndido de b't'ijos. Das mise rias do mundo igno rante V i-me no paraíso e fui ao inferno. Depois. . . não tive geito. Só, sem fami lia, toda ao desamparo E p ar<1 não mo rre r á min g ua , á fom e. Transforme i o me u le ito Em ba lcão d e praze res, torpe ignaro Ah ! vergonha qu e .a vida me_.consome 1 c;i, i pqr innocenc,ia, \Jo nw u (-- rro fiqu e i- ne cessitada. Onde o meu d espudor, minha inc.lecencía P v r todv~ a :)ontad .1? . .. . · Emtant0 quantas ha em no;;so me io ca·sadas e solte iras me lindrosas Qu e s e rve m de 1·eceio A's a venturas mais esca11dalosas? A Borb')]da é rica t> o ·seu esposo Vive doido pur ella· Que o trnhe, sendo amant~ do Raposo. As filhas da Cadella .Q uando passam nas ruas I<etorcendo os ')Uadris Pa recem quasi núas Numa explosão d e encantos juvc1,i:;. A c:i s ~ ela Cegonha é freque ntada Pe la alta sociedadt ; E a Cegonha tem vicia d esregrada E não ha quem não saiba na cidade. Porqu e tanta impostura? . Porque só para mim tanta crueza Tão <lesprez1vel trato? _' Se da minha ve rgonha na clausura Sinto-me apenas victima inde feza • D e atroz d e~tino ing ra to ?t ' • • ••• •• • • ••• 1 ' ••.•••.• . •• ' .• • • .• • .. . .. . . ..... . . .. . .. . . , ... . .. .... .. . O Pelicanv embora sacudid0 P0r um fremitu estr?nho de desejo, T ra ncou a cara e disse fie lmente: «O seu caso, senhora, · é mui sabido.
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