A Semana Junho v4 n 167
r= , • mr• 1:m·• mn1mn a 1'.r.w :lfi • 1Ju a n 11m: • 11111111·~ lãll m t Picuinhas... t fia1111u• 111m• irn1r:11c1.1• 11~•- ,r::. 1:.,.JIIIE TIIII. Ulill~ LAUDIO Bernardes é um rapnz 'ri da moda, casndo com uma V formos íssima crenturinhn de . olhos garços e scismadores que o udora como a um santo. Para o joven cnsal ainda não chegou o periodo das palavras e pn– lavrões do s r. P., ap'lzar de conta– rem já- cinco annns de vida co!1jn– gal. Aquellas duas bôccas qne ain– da não se fartaram de tantos e amiudados beijos, só pronunciam até agora - palavrinhas, i.,alnvl'inhas doces como um favn de mel ... A senhora. Cia11d io Bernardes não é uma mh lher que se po<sa chamnr ciumenta. Ciume para ellu é desconfiança e longe rle s i e,t:\ desconfiar do seu marid inhn... Não têm filhos: e por– que os não tem, <lese· iam tel-os. · E -~a é uma falta que Mada111e sente bast ante. Um pimp0 lhogordito, alegre. gra– cioso, erno seu sonho donrado- C'omo esse pimpolho niio surge e esse sonho nã·1· se- ·realiza a des– peito. de quantns pm· messas feitas e d,,sfei– t11s, o marido. nm bPI– Jo · dia appnreceu-lhe em casa trazendo no collo um lindo gati– nho .negro. felpudo. tra– vesso, como a prehen– cher aquella. para el· les, i m p e rdoavel Ia· cunn. A ~mMANA Assim foi crescendo o animalzi– nho. não sem ter feito mais duma vez /o/ices atraz do cêsto da r oupa suja. /o/icP.s qne Madame reputava attentatc,ría á hygiene .do seu lin– do ninlic,. O To1111u como ficou sendo cha– mado o gatinho, cresc"u, tornou se un:. gato sério, de juízo e de esti– mação. . ·c 1nudio BeroardP.~ a 13 de Maio completava os seus 30 annos, v ivi– dos num mar de rosas, sem zangas nem difliculdades. Mar/ame ia mandar preparar um s ncculento jantar em commemora– ção a e~!<a data caríssima para aqnelle l11r. A viuva Adulgisa, velhota. ele má cara e hom humor, sogra de Clau– dio, consultuda, (a sti:1 • invejavel fortuna fazia-a !'.emprn consu ltu.da ) <fpcidiu qae dentre n~ int imo.;; d a ensu se l111via ele convidar os 111e- vezes! Bebeu-se n·saurlP ,ln H. fü,rn:•r· des, a felicidade do ca~al Bernar– des e a vida da familia Bernardes 1 Até a velha Adalg-iza. teve o seu brinde feito pelo major Amaral Menezes, q ue, nnm surto de elo– quencia , disse das virtudes da vi– uva e do seu defuncto marido que tam bem fôra major da G. N. e torcedor do Club do kemo. Claudio Bernardes, commovido, (nestas occasiões ha sempre com– moção .. . ) ergueu o sea c >po e agrndecen aos amigos alli presen– tes o prazer daquelle convi vio. dis– tinguindo os que tinham rt:mlçado a s ua q ualirlade de espnso exem– plar, amante da fami lia, qne era tudo o qne mais presava na vida. Neste interim, cansado de espe– rar as caricias dos donos e as go· !useimas costumP.iras, saltou sobre a mesa o nosso To1111y, es pantado deante daquella as sen.bléa de comedores. A seuhora Berna rdes apresson·se em afugal– o, presenteando-o com um pet isco qnnlquere fozPndo <'0n•c loi~te E>sta opresent.nção: --Men:1 ~e11hores, Pis aq.ni <' gnto doILen ma: Tido 1 ' O dr. A lci<le•. gPu– til, Fin:, mas 11111li,·in– ~o. riu; riu o Brnulf>. o Dunin o coronel Jll 11 r– q1ws: O . senndc•1' (' u 11 h a lltru\'ez do seu im·pµ,1- ravel monocu lo, pb,·, u o olho I em o ::S;.1.tus, q't1e niio i-e conteve. Madame olhou -o, fi– tou-o e sorriu. .A festej o'.ld..1 n ctri z lzn u,·a Çaldas d a Co,npanhia L eoni ,Siqueira '.l'odos rin ,., n soca– pa, com excepçlio do sr. Bernardes que fi– cou enr.arnodo, verde, ..:..um gnto!... \ O marido explicou- ~" :n<Jnill n era.um presentea ue lhe h.. vin f, itn o Chico MonteirÓ; e, 11 um guto de raça, vindo da l'arahyha, por en– commenda. O bicha.ninho foi acceito e ficou sendo desde então o brinco ela cisa, o encanto e distracção da senhôra Clnudio Bernardes. As honrns da casa fnzia-o elle deitado numn poltron°a estofada cÍu sala de v isitas, onde costumava dormir si s ua longa sésta, despreoc· cúpado da cnrestia da vida e dos córtes do funccionalismo. Consistia um prazer parn Maria– me vel-o espregniçar-se, manhoso e bemaven t urado . Parn acordai-o, ell a fazia- lhe co– ceo-as nas orelhas com os dedinhos ro:ados . Uma vez desperto, fezia-0 correr atraz dum objecto qualquer que ella t razia preso a um cordel. I sto para o mal'ido era um pe· <laço <lo céo, senão o céo todo in– teiro ... nni- <'f!rimoniosos, isto é. os bons !!:ª' fo,, pc,rqu~· isto de etiquPta não ia coms igo. Já - que se !íavia feito despezu, era par!1 que t odos sahis– sem satisfeitos. Os que all i entras– sem magros, haviam de sahir gor– dos. Que theor-ia a d:i. velhota! ... Ji'icou então combinado convidar– se o. Zé Santos da «Folha•· nmigo de todM os comm issarios do Lloyd; o Zé Brnule da uPort oh: o c: ro– nel Henrique :Marques. o senndor Cazuzu C'unhn, os majores Amaral Menezei- e Dan in dos Santos, o dr. Alcides·e o circums pecto dr. No– g ueira de Faria. Es_crnvos da gent ileza do convite, no dia que se commemorava n aboli– ção da escravatara, lá estav·am a postos t.odos estes convi vas e mais alguns parentes que sempra a):)pa– recem nestaa occasiõE>s solennes. Oeu-se começo ao agap., qae· de· correu na maior animação. O sr. Ber– nardes foi bri ndado un,a. dnn.s. tre~ n.murello e do dr. 1'0- gu, ira_ <JUe no mumento pen~ava, de te.. ta franzida, nas aulas do cur~o fnridamental sem ao menos uns ui- ck, is pnra o l oncl.. . . A velha Adalg isa não queria rir. mais tombem riu da iunocencia dá filha. Mwlame encahulon. Não co:nprehendia porqub uma palana tão s imples causou tanta hilaridade! , Até :namãe ri - notou ºMadame. E a bôu da velhota ri1, mesmo, mostrando uma: dentadura -postiça que d!ira s uores frios no Ponciano Salgado. Escusado é dizer que o junta:· terminou sem enthusiasmo, devido não só ao amuo visível da dona da ca~a 11 0 constrnngimeuto d o au– nive1·sa1'.iante. como no amolleci– men'to o:erel dos commensaes-esse RmollPcimenl.ó qne dá quando se está de bo rriga cbPi11 ... Só a senhorn !.laudio Bernardes fienn! inrp1iet11, dPS<'On fiada, ~'-'ITI
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0