A Semana Junho v4 n 166
, 011:10 01:10 A SEMANA OCIO hitamente como um insecto, que Sll dnspre'nda de uma Leia, desen– laçou-se dos braços de Oclavio e rnlJiu para a casa, a correr . III Amei ia e Oclavio. 11a1:tlram para a cõrte. · Estava tll rminado tudo. Os dois, que ~e iam, levavam como as aguas da va~ante a alegre brancura ri as ..scumas, e dian te della fi cam apc· nas o lodo oAi:ro da costa. Em re· dor a natu roza eovelhecêra. As ca · suarinas tinham o rude aspecto das va, aos pout\O~, com o frio praze r dA um monstro. Na v,ispera do ca~amento da irmã, Dcoli11da, por um ca~o excApcional, ctescP.U ao jardim para colher umas roQas. 0,1 rr pentn sentiu atraz de si es– talar a aréa. Voltou-se e vi u na sua f1 111110 Cctavio, a sorri r : - QuP. mi lagre I Já s11 aborrccPu 1l;1s violr las ? • Ella diss11 que não e co11li 11uou 110 s,•u s,-.rvi<"º· Octa vin dP.itou o chapéo do palha 110 ch'.io, A, para aj11ctal-a. (,íl e11d 1r 111lo- o r! e ros;1s . - INito 1.tcllas I lfüi.1 r'lle. E,tf10 br ll:is ! Mas O,·olinrla nada fazia. Estava 11:1rafla. com as 111;10, sobrn as ra,:.is. U,,i~ára as rosas cahir II seus pés e chorava. . - Qu11 mal lhe aco11t• ir.eu , d. Dr.- oli111la ? · Pergu11tnu O'ctavio, sorr1rrso, a– lta11cln11a11do u c11lheilt1. EH:1, som levantar o rosto rias mãos, fez um m11\i111ll nlo cn11 v11lsivo com a ca– ht>ça : Sou lll Uito i11f.,liz. Oh ! muito, muito! E rom111•u a soluçar aflli cla, drs· consolada . Octa\'io Pmpallirloceu l fttou-lhe SP III COll~CÍPrtCiu, 8 c~ri11hosantl'lllt1 lornou-11 r nt re os braços :' - Não •ll ufll ija, \'amos, ri. D,io– li11d 1, lli:!a-m11 QllA tf'tn ? Fa llnu IJ,., com do(,'ur~, r.0111 0 so fus~e um pai, 11111 amigo sincero, um irmão Px trr mnsu. Ell,1 est1•ve 11111 lllOlllP.1110 P11rnst111la ao S(1U 1,,a1:11, s.im diz,w uma 11alavra. cu11. vul~ion:irla pr.los ~01 11,;os ; mas, su· e- taras de 11111:i r,1s:i arruinada 1wlo t1•111po ; o v,•uto s,•lvagPm !! lastrava o jardi111, retorrr 11do e assas~ina11do .a~ plantas; o ar de O11 L11hro Pra trist11 e pesado; Pl'l ava por rllsc de· R11lamr11to o lt1<' it11111idodn dM cr.· rn it11ri 11s ; o aha,1 l0110 da vida a da al111,(ri.1. A' 11ni1 P dt> pois do chá, 1J ne milr o Iliba tu1t1av·1111 e111 ~ile ncio, rnco· .,, , ' Jhinm-se. A negra \'i nha fechar .as po1 tac; · andava na ponta dos pés para não fazer barulho; ac; li r>g ue· tas de ferro estalavam nas fechadu· ras r.omo movidas com caulela, po•· mãos criminosas. N'uma ,nan hã Oeol inda acordou– se muito tardA, linha os olhos r isa· dos e~tava mais pal lida e qu r.iirn· va-; e de An xaquéca. Ouraute o dia inloiro sentiu arre pios de fobre, foi _dPitar-se. No dia seguinte paioroo, passára Loda 3 noite muito aíílicla, ardente,os olhos brilhantes, as faces ruborisadas. O Joaquim Uastos veio visítal-a, tomou-lhe o pulso, fez cara ' de medico cuidadoso, e depois : - l11termilte11te . .. disse. Isto nào e nada. · A' tarde chegaram as amigas de d.·Venancia. Vinham ajudai-a a se,.. vir Deoli11da. O hacharel, Severiano e o mr.dico tamhem esti veram; mas o medico ao ~elirar-sc tra nquillisou a. velha: - Não tr.nha susto, d. Venancia , o caso não é gravc. ' Tinham accendldo uma lampa ri' na á lmmaculada Conceição, que estava sohrn a commoda ; a luz ba· tia·lhe no pr qu,•11i 110 r11~t,1 ova l, le· v,nnente car111i11ndo, u os<:t•us olhos cln vidro, vnllddos para o CPO, lu· 1.iam 111cla11colicame11tA. DPolintTa 1110, ia·~r. no !Pito ; arfava vP.11cirlo ""'ª febre ; procurava reli:·:ir as co· ltllrlas de ~0111·a o corno, rn 11r111 u· r:,1111l0 phrasns imco 11111rnhensiv,•is; ás v1•1J!~. fa ll;rva C!ll Ot:tavio e i\ me– li~, himhrava-se d-e episo:1ins µas· sadoRna su1 infancia A sorria. - De quando r 111 qunnclo dayam· lhn ·o rPn)rdip t• t,1mavanrll1 r. o pul~n . tma dizia : E~Lou 111P.lhnr 1': co11lin11ava na mesma arfliçã;;. ~lonrn1:tt 1 s d~11oi~ quPdou-~P. ; ns sr us olhos h1 ll hantrs procnra\'am • no espaço al~uma ~ousa q11r. p:i~· · ~ava pttla sua f11 11t,1s,a A111 cllllirio frz um giisto fro uxo corii o hraço' lnrl irando uma cousa llUA võa, ~ cnllocando a~ u1ão~, r.01110 quPm óra, gr rnou . - Mn m;ii,, . J) . V_enancia ar udiu solicita, çnm as la1? r1111as a lavnrt>m-lho as r u•~àt1 • -Q110 me qunr,.s, lilhi1rha ? 0 • -Pndn a Nossa Senhora que me sa lv1•.. . A po brn mi1i cloixou 3 cahrça pflnd,•r snl?rc .º peito. O Basto~ la' vou-a da ll1, _d1ze11<10 <plA i~to fazia mal a Dnoltnda. i\·q11illo 11ão çra nada. 11assa\'a. A_11e~ra e11tron 11:1 ponta dos IH' s n fui cullocnr um Jnmpl'ilo dri kc· ro~r.11e soltre a commuda. A i 1111~<?1ll ela l1nrnaculacla irradiou 110 mr io ctaqur•ll a dupla clarillacle. \'ia-se- lhe ' . OCIO OCIO distinctamentc a doce ex pressão do ro~to, 11s dobras do manto awl ui · Lra·mar recamado de flo res dou ra· das, as mãosiu has de madeira cru · iadas sobre. o peito, a ponta do 1,é desca lço pisando nm crescente 011dtl sr. onroscava o aspide vertle-escuro. Oeolinda recm ava-se a tomar o medicamento. - Para que ? E' inulil . . . Como é hom estar nos braços de Octavio ! Que aleg1ü pa ra Amelia estar vcs· tida de preto. Olhem, fal tam as fl ores da corôa . . . E as borboletas como adejam... parece festa l DPlirava. De repente queixnn·se do frio, encol h11ndo-se ás cobertas: - Que írio, J11sus ! Uma das enfermeiras apalpou· Jhe as pnrnas ; ·gelav~m. Levautoll'S0, 11panhou dous cobertores 11 e~tell" dllu·os sobre ella. i\ outra e1•fen~ 11 i• ra chsmou o Bastos, com um aceno de .mão, r,orém, r ile sacudi u a ca· beça 11Pga11do ·sA; ti nha d . Venall" eia entre os h1;aços. Deol ilida morria . . a!litava os hraços nús procurando desfazer·se das cobertas ; seus olhos tão !! 8 • g1·0s e tão lindos, agora immove1~. _ 1rnvolvia nrse 11a baça clarid?.dr do an::iquilla nw nto ; SP.US Ja bios mur· 111urav.1m sous c1111 fu~us, 11111 mix~o tl ll suspiros e queixas que se pr.rd •~ 110 silencio f1111r.rn rio daquella :t! cova. D. Venancia, como se adi vi· 11has~1•, de~pre11dt•u-sn dos hraços • elo Uastos e Vf'ill cahi r junto do lt•ito da 111urihu11da. A nuitA haixava, IP11la, mo ro~a'. clt r.io dP. um silP.ncio alto, p11J vo risado pela mrlancolica . placicl~~ do luar. E Dr oli11da morna : e~I• e_ huxava como uma criança, q11a~ 1 sem rorç11s, quasi Sl\lll agonia ; Sl'll~ hrar,os tonlPados, porém frio~, r.~.. lavam esti:nd illos ao longo do cot po ; seus 11esi11hos l'Pllllira•n ·so ~. 011 a co,hArta; uma abnrturn da ca111 1 s.~ deixava a luz lamhcw llrn um do~~" 1 0 ~1 d11cn11rnntn l'llr! nndo, um pouro vnJ u 111oso.tu rg idn du virgindadt!, pal· litlo r.01110 o marnem dAvrllino !'Ili li vro a11tigo ; P. a" ~ua li11rla ca het;_a d1 moça, meqrn lhada ilireila sulti_H o fófo traves~oiro 1111 pa iua, parecia t'S~ il pirla lll!l marfim. . Em redor do leito soluçavam uf flicti vamen te. . . Atrav t\8 dos vidr('IS tia janolla v_ia Re o céo lumino~o. tixtensn, liso como uma r haí1a C1P. aço pnllido, ª :lil tro~ casuari uas do jardim qu••, rtf' quando 1 111 q11:1 11do, agit11va111 , ll•l IP.vP, a~ Hta-s , arn<1 r ~pigatla~, co111U ! ll di,sPssom - AdcM•. L G onzaQa Dúciuo-:S:s trada
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